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Benê Gomes

Mobi é bem resolvido como popular, mas tem preço de alto padrão

Versatilidade e economia agradam mas custo gira em torno dos R$ 70 mil

29 de Janeiro de 2023 às 00:05
Cruzeiro do Sul [email protected]
A versão Trekking tem bons atrativos, como o sistema multimídia e os adereços aventureiros que o deixam mais
A versão Trekking tem bons atrativos, como o sistema multimídia e os adereços aventureiros que o deixam mais "invocado" (Crédito: MATHEUS SIMANOVICIUS)

Para quem gosta de um modelo subcompacto e tem saudade, por exemplo, do VW up!, agora tem duas opções no mercado: o Renault Kwid -- que já ganhou até uma versão elétrica -- e o Fiat Mobi. Aliás, quando ele chegou, tinha a missão de concorrer diretamente com o modelo da Volkswagen. Só que o tempo passou, o up! foi embora, e o Mobi, ao contrário, cravou definitivamente seu espaço por aqui.

O Mobi faz sucesso porque cumpre bem a proposta de carro urbano, prático pra cidade. É curtinho, tem 3,60 metros, traz uma frente robusta, lanternas traseiras grandes, enfim, não é um exemplo de harmonia das linhas. A versão Trekking, como tem adereços aventureiros, consegue aliviar essa sensação e deixa o carrinho “invocado”. O modelo desta avaliação conta com rodas de liga leve aro 14, que garantem refinamento pra ele, mas são opcionais.

Agora, como é um carro bom pra cidade, o Mobi acaba sofrendo por isso em alguns pontos. O porta-malas -- que mantém a bonita tampa de vidro -- tem apenas 200 litros de capacidade. Por isso, é recomendável olhar para esse subcompacto como um bom modelo para duas pessoas e aproveitar para rebater o encosto do banco traseiro para ganhar um ótimo espaço para bagagens. Além do mais, mesmo com estrutura para três, na prática, atrás só duas pessoas se encaixam e ainda com muita limitação para as pernas.

Por dentro, o acabamento é correto, com peças desenhadas com certo estilo, e o plástico predomina nas portas, no painel central e no console. O ponto positivo é a lista de equipamentos. Tudo bem que o ar-condicionado ainda é analógico, a direção ainda tem assistência hidráulica, mas são itens de série. E ele sai de fábrica também com sensor de pressão de pneus e até o Lane Change, recurso muito útil quando precisamos sinalizar uma manobra rápida de mudança de faixa. Basta dar um leve toque na alavanca que a luz de seta pisca cinco vezes e volta ao normal.

E na versão Trekking tem outra novidade interessante, o sistema multimídia Uconnect, o mesmo de modelos mais caros da Fiat. Ele reúne os atuais recursos de conectividade, com direito a reconhecimento de voz, tela de 7 polegadas e até espelhamento de smartphone sem cabo.

Paciência e “manha”

O Mobi só tem uma opção de motor, o 1.0 flex Fire Evo de 74 cavalos de potência e 9,7 Kgfm de torque, com a transmissão manual de cinco marchas. É um velho conhecido da linha Fiat e que já equipou vários carros da marca. É mais fraco e incomoda porque, além do torque ser baixo, a força máxima só é entregue em rotação alta, perto dos 4 mil giros. Então, exige que o motorista preste mais atenção no giro do motor e se acostume a fazer trocas de marcha com maior frequência.

Nesse quesito, vale lançar mão também de algumas manhas para fazer o carro andar um pouco mais rápido. Numa ultrapassagem, por exemplo, é bom lembrar de pegar um bom embalo antes da redução de marcha. Em compensação, o conjunto de motor e câmbio é bem valente, não tem custo alto de reparo e é econômico, com médias de 13,5 km/l na cidade e 15,0 km/l na estrada (com gasolina).

Já suspensão é bem equilibrada, com alguns cuidados específicos, como destaca a Fiat. As molas têm carga maior, os amortecedores contam com curso mais longo e foi aplica uma barra estabilizadora dianteira. Isso garante conforto geral e bastante firmeza em alta velocidade. No final das contas, o Mobi faz sucesso ao reunir as características citadas aqui.

Em resumo, é econômico, tem mecânica simples, é versátil na cidade, eficiente para quem trabalha com prestação de serviços e ainda agrada o jovem motorista, que vê nele uma boa opção como o primeiro carro. Tudo muito bonito, a não ser pelo preço de carro de alto padrão, hoje na faixa dos R$ 70 mil.

Porém, esse é um detalhe que ainda não atrapalha o Mobi, porque, além de não ter saído do mercado, como aconteceu com o up!, alcançou o posto de quinto carro mais vendido do Brasil em 2022, à frente até de modelos como o hatch Argo, da própria Fiat.

Preço Fiat Mobi

Like 1.0 Fire Evo: R$ 68.990,00

Trekking 1.0 Fire Evo: R$ 72.290,00

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