Benê Gomes
Carro a hidrogênio ainda tem desafios para se tornar popular
O processo acontece por meio de uma reação química onde são separados o hidrogênio e o oxigênio presentes na água

Os automóveis movidos a hidrogênio ainda são uma aposta para o futuro? Certamente não. Aliás, o projeto de automóvel movido a gás hidrogênio já é antigo, pois alguns fabricantes de carros começaram a trabalhar no desenvolvimento desse tipo de propulsão nos anos 90 e hoje contam com projetos bem amadurecidos.
Atualmente, quando pensamos em propulsão automotiva sustentável, dois já são bem populares: o híbrido, que combina um motor a combustão a outro elétrico; e o 100% elétrico. Mas o carro movido a hidrogênio está aí também, por isso merece atenção, antes de tudo, porque tem como grande trunfo a possibilidade de ser alimentado a partir da água.
O processo acontece por meio de uma reação química onde são separados o hidrogênio e o oxigênio presentes na água. Depois, há outro atrativo indiscutível: do escapamento de um automóvel que utiliza hidrogênio como combustível, só sai, de novo, água pura. E o hidrogênio pode ser queimado em estado puro em um motor a combustão, como acontece com a gasolina ou o etanol.
Mas a grande aposta da indústria até aqui é a utilização do hidrogênio nas chamadas células de combustível (ou pilhas, pela similaridade do projeto). Ao ser aplicado dentro dessas células, ele reage com o ar e assim é gerada a energia que alimenta o motor elétrico. Ponto positivo também é o tempo de carregamento bem mais rápido do que os carros elétricos tipo plug-in, por exemplo. No movido a hidrogênio, a recarga completa leva cerca de 5 minutos.
Barreiras a serem vencidas
Praticamente perfeito como tecnologia limpa, o hidrogênio como combustível automotivo ainda tem desafios a superar. Começa com alto custo de produção, depois tem a dependência do uso de energia elétrica para produção em alto volume, passa pela implantação de uma rede de postos de distribuição, e sofre com uma questão mais crítica: hoje a maior parte do hidrogênio utilizado no mundo é retirado do gás metano. Ou seja, é retirado de uma fonte não renovável.
De qualquer forma, o futuro desse tipo de propulsão segue carregado de otimismo e bem representado por diferentes modelos. Vale o destaque para o primeiro carro movido a hidrogênio produzido em série -- o Toyota Mirai --, que chegou às lojas em 2015, já ganhou nova geração e se transformou em um sedã grande e luxuoso, com mais de 600 km de autonomia. E tem ainda o Honda Clarity e o Hyundai Nexo que, ao lado do Mirai, são comercializados e fazem sucesso nos Estados Unidos atualmente.
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