Benê Gomes
Amortecedores automotivos não são todos iguais
Mesmo bem popular, nem todos lembram que existem dois tipos de amortecedor para automóveis: o convencional e o pressurizado
Dentro do conjunto de suspensão, as molas são as grandes responsáveis por absorver o movimento da carroceria. Mas para que tudo corra bem, elas dependem da atuação do amortecedor, que está ali para reduzir as oscilações da mola quando o veículo passa por ondulações, além de garantir, entre outras coisas, que os pneus fiquem sempre em contato com o solo.
Mesmo bem popular, nem todos lembram que existem dois tipos de amortecedor para automóveis: o convencional -- também conhecido como hidráulico -- e o pressurizado, ambos fundamentais para o equilíbrio geral do carro. Como explica Eduardo Guimarães, especialista técnico da Nakata Automotiva, “não dá para imaginar a força do movimento de sobe e desce da mola sem nenhum apoio de amortecimento. Sem o amortecedor, a roda iria quicar muito contra o solo e isso deixaria o carro praticamente incontrolável, sem estabilidade em qualquer situação.”
No amortecedor convencional, a peça é bi-tubular e composta por um tubo externo e outro interno, reservatório de óleo, câmara de pistão e câmara externa com oxigênio. O óleo -- fluido hidráulico -- circula pelas válvulas de tração e ajuda a amortecer o movimento da haste do amortecedor durante o uso, mantendo o automóvel estável durante as oscilações da mola.
No amortecedor pressurizado a construção é quase a mesma do convencional, mas conta com um reservatório com gás nitrogênio pressurizado à baixa pressão dentro do tubo do amortecedor. Na prática, o gás pressuriza o fluido hidráulico que circula pelas válvulas e isso proporciona um movimento ainda mais suave e estável.
Qual dos dois?
O melhor resultado, claro, é com o amortecedor pressurizado, conforme ressalta Guimarães, da Nakata Automotiva. “Tem bastante ganho de performance, ainda mais nas situações de alta frequência, que são aquelas em que o carro passa por um piso de paralelepípedo ou por ‘costelas de vaca’. Nessa condição, movimento de deslocamento da haste é muito rápido e o amortecedor sofre mais.” Não por acaso, o amortecedor pressurizado é o mais indicado para os veículos off-road.
“Hoje em dia, praticamente todos os modelos novos são equipados com amortecedores pressurizados, mas o convencional segue muito eficiente, principalmente nos automóveis de passeio, onde não são tão exigidos. Importante é respeitar o projeto original do carro e seguir a recomendação das fabricantes”, reforça Guimarães
Revisão preventiva
Como se trata de um componente com influência direta na dinâmica do carro, o amortecedor não pode ficar de fora da revisão preventiva. E como todo componente, vale ficar atento a algumas situações que podem indicar o comprometimento dos amortecedores.
Exemplos? Dificuldade de dirigibilidade, carro instável em curvas ou até em retas, é um sintoma comum. “Preste atenção também se há desgaste irregular da banda de rodagem dos pneus e se a roda está quicando muito com o carro em movimento, inclusive nos pisos mais lisos. Esses são sinais que podem indicar o comprometimento dos amortecedores.”
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