Benê Gomes
Nissan Leaf tem leve reestilização
Versão 2023 inova com retrovisor inteligente; sistema usa monitor de LCD para exibir imagens externas
O sucesso dos modelos elétricos, inclusive no Brasil, certamente começa com o Nissan Leaf, primeiro 100% elétrico produzido em larga escala no mundo. Lançado no Japão e Estados Unidos em 2010, é vendido no Brasil desde 2019.
A segunda geração recebeu uma pequena reestilização para a linha 2023, ganhou duas cores -- cinza shark e vermelho magnético -- e algumas alterações na carroceria. Agora tem acabamento preto brilhante e novo logo na peça onde seria a grade de um modelo a combustão, faróis de LED com lentes escurecidas, para-choques redesenhados, novas rodas de cinco raios aro 17, entre outros. Uma boa novidade técnica foi a introdução de mais uma tomada de carregamento, a do tipo 2, padrão europeu e mais utilizada no Brasil.
O Leaf tem bom entre-eixos de 2,70 metros, o que resulta em espaço confortável para os passageiros no banco traseiro. A situação não é completamente positiva porque tem túnel central elevado e baterias embaixo do assoalho, detalhe que obrigou a elevação da peça e acaba deixando o joelho do passageiro um pouco mais alto também. O acabamento se aproxima bastante do padrão de modelos luxo, com revestimento que imita o couro nos bancos e costuras pespontadas na cor azul para lembrar que se trata de um carro com emissão zero. O porta-malas não desaponta, com 435 litros de capacidade.
Menos futurista
Dentro, o atual Leaf deixou de lado o ar exagerado de carro futurista para apostar no desenho tradicional de um carro de passeio. Oferece boa conectividade no multimídia com tela de 8’ e espelhamento de smartphone por cabo, um competente som Bose com seis alto-falantes e subwoofer. Mas não abriu mão de um item moderninho e diferente: a alavanca de câmbio que parece muito com um joystick de videogame. E também não perdeu um pezinho no antigo, com o freio de estacionamento com acionamento por pedal.
O Nissan Leaf, é um carro bastante seguro, equipado com seis airbags e recursos de assistência, como o alerta de colisão frontal com frenagem automática, alerta de saída de faixa que apenas vibra o volante, controle de cruzeiro adaptativo e alerta de ponto cego.
Ponto positivo envolve uma inovação com o retrovisor que conta com uma tela de LCD para exibir imagens traseiras captadas por uma câmera externa. O resultado é uma visão ampla e clara, sem nenhum ponto cego, já quem nem mesmo os encostos de cabeça interferem, afinal, ele só mostra a imagem externa. Na prática, exige adaptação e cuidados nas manobras, porque a imagem é bem ampliada e mostra os objetos mais perto do que realmente estão. Mas o recurso pode ser desabilitado facilmente.
Autonomia modesta
Para acelerar, o Leaf mantém o conjunto e as mesmas características. Como 100% elétrico, é bom de arrancada com o torque de 32,6 kgfm disponível em qualquer condição. Tem 150 cavalos de potência, embala bem na estrada e anda seguro e confortável. O que começa a atrapalhar o Leaf é a autonomia um tanto modesta quando olhamos os novos carros 100% elétricos disponíveis no Brasil, todos com números acima dos 300 quilômetros, isso pensando nos modelos menores. O Leaf tem 272 Km de autonomia, o que exige atenção para quem pretende viajar com ele. Ao menos traz um carregador para tomada 110 ou 220 volts como item de série.
O Nissan Leaf é caro para a realidade do brasileiro, assim como acontece com os demais elétricos vendidos aqui, pois também depende do amadurecimento desse segmento -- o que envolve investimento pesado em infraestrutura -- para alcançar preço mais acessível.
Um cenário que não tira seu crédito de pioneiro no segmento e por todos os seus pontos positivos, inclusive força da Nissan e a promessa de seguir investindo mercado brasileiro de eletrificados. A marca já confirmou um novo modelo com a tecnologia híbrida e-Power no Brasil em 2023, provavelmente, o Nissan Kicks.
Preço Nissan Leaf 2023: R$ 298.490,00
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