A nova geração da Chevrolet Montana poderá receber atualizações de sistemas eletrônicos de modo remoto. A informação foi confirmada pela GM. A picape será o primeiro veículo de passeio feito no Brasil a contar com a tecnologia, batizada de over the air.

Com isso, a Montana poderá receber correções e aprimoramentos de software sem a intervenção do motorista. E sem que o veículo tenha de ser levado a uma concessionária.

De modo geral, esse tipo de atualização é feito como em gadgets, caso de smartphones, notebooks e demais aparelhos eletrônicos. Ou seja, basta que o carro esteja conectado à uma rede wi-fi. Portanto, é possível supor que a nova picape da Chevrolet terá internet a bordo. Essa solução foi lançada pela marca em 2019 nas linhas Onix e Cruze (hatch e sedã).

Outro ponto que chamou a atenção no material divulgado à imprensa é que a Montana terá, segundo a GM, “nova central multimídia, que já nascerá como uma extensão do painel de instrumentos.” Assim, é provável que a picape traga um sistema muito parecido com o do Tracker RS.

A versão esportiva do SUV compacto surgiu na China com duas telas integradas de 10,25 polegadas no topo do painel. Uma delas faz as vezes de quadro de instrumentos e será 100% configurável. A outra é da central multimídia.

Esse tipo de solução tem sido visto em carros de luxo, como, por exemplo, da Mercedes-Benz e, mais recentemente, no BMW Série 3. Portanto, embora a GM não confirme, a novidade revelada no Tracker chinês deve estrear no Brasil a bordo da Montana.

Além disso, a GM informa que a nova picape terá recursos para melhor aproveitamento de espaço interno. Isso indica que a Montana vai receber um console inédito, diferente do instalado no Tracker.

Bem como freio de estacionamento eletrônico. Ou seja, que dispensa a alavanca. Esses recursos também estão na versão RS do SUV chinês.

Seja como for, a nova Montana compartilha a base com os Chevrolet Onix (hatch) e Onix Plus (sedã), além do Tracker. A previsão é de que o modelo chegue às concessionárias no primeiro semestre de 2023.

Segundo GM, os trabalhos de ajustes finais em Indaiatuba (SP), assim como na fábrica de São Caetano do Sul, no ABC paulista, estão a todo vapor.

Em Indaiatuba fica o Campo de Provas da Cruz Alta (CPCA). Lá, a picape vem passando por testes que incluem dinâmica veicular, emissões de poluentes e respostas na pista. Segundo a GM, no total são 17 teste diferentes.

O CPCA tem área equivalente a 1.360 campos de futebol. Segundo a GM, trata-se do maior complexo do tipo no Hemisfério Sul. Ainda conforme a empresa, em seis meses de testes dá para simular o desgaste que um automóvel teria ao longo de 15 anos de uso, ou cerca de 240 mil km rodados.

Assim, é possível analisar o comportamento do veículo de modo a aplicar processos de melhoria contínua. Após a conclusão dos testes, todos os carros são inutilizados. De acordo com a GM, em 12 meses o CPCA reciclou quase 300 protótipos e 35 toneladas de pneus.

Informações sobre o trem de força da Montana são guardados a sete chaves. Há especulações sobre o motor 1.0 turbo flexível de até 116 cv de potência nas versões de entrada e o 1.5 turbo a gasolina de 184 cv nas de topo.

Entretanto, a mais provável é o 1.2 turbo flexível de 133 cv e 21,4 mkgf de torque. Ele equipa as opções mais caras da linha Tracker no País.

Além disso, a nova picape da Chevrolet deverá ter equipamentos como alertas de risco de colisão frontal e de ponto cego, frenagem automática de emergência e assistente de permanência em faixa de rolagem, com correção ativa da trajetória e do volante

Da mesma forma, terá sensores de obstáculos na dianteira e na traseira, bem como câmeras atrás. A cabine será dupla, de quatro portas, com capacidade para cinco ocupantes. (Estadão Conteúdo)