Motor
SUV para quem gosta de condução ‘apimentada’
Porsche apresenta o Macan T, utilitário que vem com arranjo esportivo "raiz"
A fabricante alemã Porsche apresentou, no começo deste mês, em Nice, na França, o Macan T, configuração com arranjo esportivo “raiz” do SUV compacto médio de luxo. A reportagem foi ao lançamento global conhecer a nova versão, que está em fase de pré-venda no Brasil com preço a partir de R$ 479 mil.
O Macan T é a opção intermediária da gama, entre a versão de entrada com motor de quatro cilindros e tabelada a R$ 419 mil, e a Macan S, de topo, a R$ 539 mil. A sigla “T” vem de “Touring” e, no universo da Porsche, significa atender a três regras, como explica o gerente de produção da família Macan, Georg Goldgruber: “Primeiro, é preciso ter um conjunto mecânico simples, mas poderoso. Depois, usamos apenas o essencial em termos de acabamento. Por fim, é preciso ter um acerto de direção o mais direto e esportivo possível”, afirma o executivo.
Apesar de a premissa poder parecer básica, adequar o Macan à regra é tratado pela marca alemã como ápice de uma trajetória iniciada em 2003. Ou seja, há quase 20 anos, com a estreia do Porsche Cayenne.
Assim, o Macan é o primeiro modelo de quatro portas -- e, claro, o primeiro utilitário esportivo -- a usar a especificação T, antes destinada apenas aos cupês esportivos puristas da Porsche. O primeiro foi o 911 T (1968), e os mais recentes são o 911 Carrera T (2017) e 718 Boxster/Cayman T (2019).
Traduzindo: se a Porsche resolveu sua viabilidade econômica no século 21 recorrendo aos SUVs, contrariando fãs e consumidores mais rigorosos, agora a fórmula se mostra tão acertada que a empresa se permite usar um de seus rótulos tradicionais no mais bem-sucedido de seus utilitários.
De fato, o Macan é o Porsche mais vendido do mundo, respondendo por 30% dos emplacamentos. Desde o lançamento, em 2014, já foram mais de 680 mil unidades vendidas. Só em 2021, o Macan entregou 88 mil dos 300 mil carros vendidos pela Porsche globalmente.
Um asterisco curioso para o Brasil: quem mais atrai consumidores em nosso país não é o Macan, mas sim o modelo mais clássico possível em termos de Porsche, o 911.
Destaques
No visual, a nova versão se diferencia pela grade frontal bem aberta, cujo desenho remete à boca de um tubarão. E pelas belas rodas de 20 polegadas em forma de estrela, bem tradicional, emprestadas do Macan S, na cor Dark Titanium. Elas são calçadas com pneus 265/45 na dianteira, 295/40 na traseira.
Além das tomadas de ar maiores, há o uso da cor cinza metálica Agate para destacar elementos da carroceria. Tais como saias frontal e laterais, frisos, capas de retrovisor, spoiler do teto e emblemas.
Na cabine, couro preto e detalhes prata estão em painéis e bancos esportivos, mais finos, mas com ajuste elétrico. De série, o Macan T traz o pacote Sport Chrono, que inclui o relógio no alto do painel e volante tipo GT, com aquecimento.
Já a mecânica traz o motor 2.0 de quatro cilindros a gasolina, com alterações na turbina e no mapeamento para gerar potência de 265 cv e torque de 40,8 mkgf. São 13 cv de reforço em relação ao Macan 2.0, além de 3 mkgf a mais de torque.
O câmbio de dupla embreagem (PDK), de sete marchas, atua com o controle de tração (PTM) modificado. O Macan T tem tração integral, mas com distribuição exclusiva, de forma a ficar mais “traseiro”.
Aceleramos o Macan T por cerca de 150 km nas sinuosas estradas montanhosas entre Nice e Monaco, passando pela cidade de Carros e pela montanha de Col de Turini, que formam a etapa do WRC do Rali de Montecarlo. Com a dianteira mais leve, as respostas da direção e do acelerador são mais diretas. O trunfo do Macan T não é acelerar rápido, até porque o 0 a 100 km/h é próximo do da versão básica. Contornar curvas de modo mais arrojado é o ponto alto e viciante. (Estadão Conteúdo)