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Ao menos oito marcas desistem do novo Salão do Automóvel

07 de Abril de 2022 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
(Crédito: Divulgação)

A RX, antiga Reed Exhibitions, confirmou o novo Salão do Automóvel de São Paulo no fim de março. O evento acontecerá entre os dias 6 e 14 de agosto. Porém, com outro nome: vai se chamar São Paulo Motor Experience. E com novo endereço, o Autódromo de Interlagos. Dessa forma, o formato será diferente. A proposta agora é oferecer mais entretenimento que lançamentos de carros -- como era até a última feira, realizada em 2018.

Entretanto, a quatro meses da abertura do evento, várias montadoras ainda não confirmaram presença. E mais: oito marcas já informaram que não participarão do SPMXP. General Motors, Toyota, Lexus, Mercedes-Benz, JAC Motors, além de Mitsubishi e Suzuki (com representação da HPE Automotores), confirmaram que não irão ao evento. Além delas, a Kia Brasil informou à reportagem que também não estará presente no novo motorshow paulistano.

Procurada pela reportagem, a Stellantis declarou, em nota, que está “analisando a possibilidade de participação com as marcas que integram o grupo”. Também a Caoa Chery disse que estuda a participação no evento. Ford e Volkswagen, entretanto, não se manifestaram até o fechamento desta matéria.

Até o momento, confirmaram presença BMW e Mini, Renault e a chinesa (recém-chegada ao Brasil) BYD. Como o evento terá foco na experiência, haverá expositores de outros segmentos, bem como atividades nas áreas de boxes e por todo o autódromo. A organização também promoverá testes de pista com carros a combustão e elétricos -- para matar a curiosidade do público brasileiro.

O último salão

Saudosistas de plantão e fãs de carros certamente se lembram da última edição do Salão do Automóvel de São Paulo. A feira aconteceu em novembro de 2018, no São Paulo Expo, na Rodovia dos Imigrantes, zona Sul da capital. Até então, a mostra era bienal. Ela abriria os portões em 2020. Entretanto, não aconteceu por causa da desistência de 15 montadoras. Isso aconteceu antes mesmo da pandemia da Covid-19 surgir.

Na mesma época, várias feiras de carros no mundo enfrentavam o mesmo problema. Os Salões de Detroit (EUA), Frankfurt (Alemanha) e Paris (França), três dos principais eventos da indústria, também tiveram debandadas.

Na época, a RX tentou manter o evento e chegou a adiá-lo para 2021. Mas a crise sanitária impediu a volta do salão, assim como a debandada das marcas e a falta de interesse da indústria no evento. Desde 2019, as montadoras preferem investir em ações pontuais, como relacionamento com potenciais clientes, por exemplo, a gastar uma grande quantia em um estande na feira.

Assim, o Salão do Automóvel segue no imaginário do público, com alta adesão. Na edição de 2018, de acordo com a organização, mais de 700 mil pessoas visitaram o pavilhão do São Paulo Expo. Agora, resta saber como o público vai reagir ao novo formato em Interlagos, e aos valores. No site oficial, os ingressos do São Paulo Motor Experience custam entre R$ 40 e até R$ 7.000.

Alto custo

Apesar de justificativas como formatos alternativos e experiências de mobilidade, o que realmente afastou as fabricantes foi o alto custo. O aluguel do espaço e demais gastos com montagem, decoração e pessoal, por exemplo, podem custar até R$ 20 milhões. Os estandes menores, da mesma forma, não saem por menos de R$ 5 milhões para cada fabricante durante o evento.

Além disso, os salões já não têm a mesma relevância de outrora, quando as marcas esperavam para lançar automóveis no evento. Atualmente, não dá para esperar tanto tempo, tudo ficou mais dinâmico. Com isso, as fabricantes vão realizando lançamentos ao longo do ano. E, por essa razão, não têm uma grande novidade para apresentar no evento, que era bienal. (Estadão Conteúdo)