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Corolla Cross XR é um SUV bem resolvido e já faz muito sucesso
Em apenas quatro meses, o Toyota Corolla Cross já está entre os dez SUVs mais vendidos do país
Recém-lançado no Brasil, o Corolla Cross é um fenômeno. Em apenas quatro meses, o Toyota já está entre os dez SUVs mais vendidos. E tem números superiores aos do sedã do qual deriva. Até por causa do preço menor, duas de cada três unidades emplacadas têm motor apenas a combustão e uma é híbrida. Avaliamos a opção XR, com tabela de R$ 146.590; é a versão mais barata do SUV e traz motor 2.0 flexível de até 177 cv de potência e 21,4 mkgf de torque e câmbio automático do tipo CVT que simula 10 marchas.
Trata-se da mesma base mecânica do sedã. Entre os destaques, o quatro-cilindros aspirado tem controle da abertura e do fechamento das válvulas de admissão e escape. Além disso, há injeção variável (direta e indireta) de combustível.
Outro bom recurso está no câmbio: um sistema de engrenagens na primeira marcha virtual que garante agilidade nas arrancadas.
O SUV médio feito aqui em Sorocaba pode acelerar de 0 a 100 km/h em 9,8 segundos e chegar a 197 km/h, de acordo com dados da Toyota. Embora no papel os números sejam interessantes, a sensação é de que o carro demora a deslanchar.
Isso pode ser resultado da atuação do câmbio CVT. Por definição, esse tipo de caixa é mais voltada ao conforto que ao desempenho.
Para comparação, o Compass com motor 1.3 flexível que gera até 185 cv e 27,5 mkgf pode acelerar de 0 a 100 km/h em 8,8 segundos. Porém, além de o quatro-cilindros do Jeep ter mais potência e torque, o câmbio é automático de 6 velocidades.
Seja como for, o Toyota é bem mais econômico. Segundo dados do Programa de Etiquetagem do Inmetro, na cidade o Corolla Cross roda até 8 km com um litro de etanol e 11,5 km com a mesma quantidade de gasolina. O Compass, por sua vez, percorre, em média, 7,4 e 10,5 km, respectivamente, com o mesmo tipo de combustível.
Portanto, fica clara a aposta da Toyota no conforto em detrimento da esportividade. Colaboram para isso os 2,64 metros de distância entre os eixos. Ou seja, sobra espaço para as pernas e cabeças tanto de quem viaja na frente quanto de quem está no banco de trás.
Além disso, os engenheiros da marca japonesa fizeram bonito no acerto da suspensão e também no isolamento acústico. Na estrada, o Corolla Cross roda com suavidade e o ruído vindo do exterior é mínimo.
O porta-malas tem 440 litros. O número é bom, mas menor que o de rivais diretos. O do Compass tem 476 litros e o do Volkswagen Taos, 498 litros. Seja como for, o bagageiro do Corolla Cross tem boa altura e excelente abertura, fácil acomodar objetos de várias dimensões.
O banco traseiro, com encosto retrátil e bipartido, possibilita ampliar o espaço para cargas. Bem como permite o transporte de objetos compridos sem abrir mão de todos os lugares para passageiros. Aliás, atrás há duas tomadas do tipo USB para recarregar telefones celulares e outros gadgets.
Porém, o Corolla Cross deixa a desejar por causa da simplicidade do acabamento. A versão XR tem bancos forrados de tecido, o que não chega a ser um problema. Já os revestimentos internos das portas são espartanos.
O painel é todo feito com plásticos rígidos e não há muitas molduras e variações de textura para disfarçar. Em resumo, a cabine não combina com um SUV dessa faixa de preço.
Além disso, não há itens como chave presencial nem partida do motor por botão. O sistema de freio de estacionamento, por sua vez, utiliza uma solução bastante antiquada. Em vez de alavanca ou sistema eletrônico, há um pequeno pedal no canto esquerdo do assoalho.
O volante é similar ao das demais versões. Porém, é mais simples e não há botões do lado direito, por exemplo. O motivo é que a configuração XR do Corolla Cross não traz controle de velocidade de cruzeiro. Até o quadro de instrumentos parece ter vindo de um carro menor e mais barato. Fica a impressão de que a Toyota buscou economizar o máximo possível.
A segurança, por sua vez, não foi relegada. Assim, o SUV tem sete air bags. Bem como controles eletrônicos de estabilidade e de tração e assistente de arranque em subidas íngremes, além de luzes de LED de uso diurno. Já os faróis e as lanternas usam lâmpadas halógenas.
Por outro lado, há faróis de neblina e rodas de liga leve de 17 polegadas. Bem como sensores de obstáculos na traseira, ar-condicionado automático e digital, vidros e retrovisores com acionamento elétrico e sistema multimídia com tela de 8'.
O dispositivo também pode decepcionar muita gente. A tela falhou várias vezes e o sistema apresentou lentidão e travou após a interface com o Android Auto ter sido iniciada. A conexão pela porta USB, necessária para rodar o sistema do Google, também apresentou falhas. Além disso, não foi fácil acessar, por exemplo, as listas de música do app do Spotify. A tela exige precisão dos toques.
Bom negócio
O Corolla Cross é um dos SUVs do momento no mercado brasileiro. No acumulado de janeiro a julho, o Toyota está na oitava posição geral do ranking de automóveis e comerciais leves mais emplacados. E vem avançando no ritmo de aproximação sobre o Compass. Ou seja, é o primeiro concorrente a ameaçar o SUV da Jeep. Em julho, o Toyota teve 5.068 emplacamentos, ante 6.670 do veterano, que acaba de ser completamente atualizado.
Seja como for, quem espera encontrar um SUV muito maior e mais avançado que compactos como o Honda HR-V, o Nissan Kicks ou Hyundai Creta provavelmente pode ficar desapontado. O Corolla Cross só representa a vanguarda tecnológica nas configurações híbridas. Porém, em relação ao conforto a versão XR supera qualquer modelo compacto do país.
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