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Música

Zélia Duncan festeja 40 anos de carreira com belo disco em tributo a Alzira E

06 de Fevereiro de 2021 às 00:01

Zélia Duncan festeja 40 anos de carreira com belo disco em tributo a Alzira E

Em parceria com o virtuoso Pedro Franco, Zélia lança a obra “Minha Voz Fica”, com composições de Alzira E. Crédito da foto: Reprodução

Na obra -- e no coração -- de Zélia Duncan, há um espaço especial para os compositores da cena paulistana. Esse encantamento não vem de hoje. Vem de longe. Vem de décadas. Primeiro, foi Itamar Assumpção, um dos expoentes da Vanguarda Paulista, que ela canta desde 1985. Na mesma época, conheceu a música de Luiz Tatit. Na década de 1990, foi a vez de Alzira E, integrante da família de artistas Espíndola, da qual fazem parte também nomes como Tetê, sua irmã. Alzira é nascida em Mato Grosso do Sul, mas foi em São Paulo que se radicou e desenvolveu sua carreira. “Esses sons estão dentro de mim há muito tempo”, diz Zélia, ao Estadão, por Zoom.

E a cada um deles, Zélia dedicou um projeto. Em 2012, lançou o disco Zélia Duncan Canta Itamar Assumpção - Tudo Esclarecido; no mesmo ano, estreou o emocionante espetáculo Totatiando, em homenagem a Tatit, que rendeu DVD em 2013; e inicia agora as comemorações de seus 40 anos de carreira com outro belo trabalho, o disco Minha Voz Fica, ao lado do violonista virtuoso Pedro Franco, com composições de Alzira E, que chegou às plataformas digitais ontem (5), fechando, sem premeditar, uma trilogia.

Antes, na quinta (4), foi exibido o show gravado por Zélia e Pedro com repertório de Alzira. Com direção de Marcio Debellian, foi uma apresentação única e gratuita em uma sala de Zoom e, no final, houve uma conversa virtual com Zélia. “É muito doido, porque a gente sempre trabalha em silêncio, horas e horas a fio, para que, na estreia, durante uma hora e meia, as pessoas vejam, e agora elas até veem, mas a gente não sente”, lamenta a cantora e compositora, de 56 anos, sobre a sensação de fazer a estreia de um show remotamente, por imposição da pandemia. “E, como o que os olhos não veem o coração não sente, às vezes, o cérebro tem de ficar mandando para o coração: ‘Olha, está cheio de gente lá, as pessoas estão gostando’. E você vai dando um outro jeito de levar adiante.”

A conexão de Zélia com São Paulo, aliás, está mais estreita. Ela está de mudança do Rio para São Paulo. A pandemia fez com que ela e a namorada, a designer e artista plástica Flávia Pedras Soares, decidissem morar juntas na cidade, onde Flávia mora. “Não é fácil, tem minha mãe, meus irmãos, meus amigos, minha casa no Rio. Mas estou animada com a nova fase.” (Estadão Conteúdo)