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Índia registra pior invasão de gafanhotos desde 1993

26 de Maio de 2020 às 15:42

Índia registra pior invasão de gafanhotos desde 1993

Homem tenta afastar enxames de gafanhotos de uma mangueira, na Índia. Crédito da foto: Vishal Bhatnagar / AFP (26/5/2020)

A Índia vive a pior invasão de gafanhotos em três décadas. Foram destruídos cerca de 50 mil hectares de plantações desde a chegada da praga, em abril, ao estado do Rajastão, procedente do Paquistão.

Autoridades recorrem a drones, tratores e veículos para perseguir a nuvem de gafanhotos e atacá-la com inseticidas. "De oito a 10 nuvens, medindo em torno de 1 km² cada, estão ativas em bolsões em Rajastão e Madhya Pradesh", declarou K.L. Gurjar, subdiretor da Locust Warning Organisation (LWO), departamento do Ministério indiano da Agricultura.

Outras nuvens deste inseto, menores, estão ativas nos estados de Maharastra, Gujarat, Punjab e Uttar Pradesh. Os gafanhotos ameaçam plantações, agravando a situação dos agricultores, já fragilizados pelo confinamento devido à pandemia do novo coronavírus.

Barulho

Uma grande nuvem chegou nesta terça-feira (26) aos bairros residenciais de Jaipur, capital do Rajastão, obrigando os moradores a fazerem barulho para impedir que os animais se aproximem das árvores e residências. A praga destrói quase anualmente cultivos no Rajastão, perto da fronteira, mas é pouco comum no interior do estado, segundo a LWO.

A Índia não era atingida por este tipo de praga desde 1993. Originária do leste africano, a invasão foi favorecida pelas chuvas incomuns registradas no período de março a maio.

 

"Este ano, os gafanhotos se reproduzem 400 vezes mais do que o normal, devido às condições climáticas favoráveis criadas pelas chuvas e a uma atividade ciclônica crescente", explicou Devinder Sharma, analista especializado em agricultura. "Os gafanhotos peregrinos destroem mais do que a seca, e não apenas as plantações. As árvores também se partem, devido ao peso da nuvem."

Uma nuvem de 1 km² contém cerca de 40 milhões de gafanhotos, que consomem, em um dia, tanto alimento quanto 35 mil pessoas. (AFP)