Finanças
Porto seco de R$ 500 milhões torna Foz do Iguaçu o novo centro logístico do Brasil
O novo Porto Seco de Foz do Iguaçu foi lançado em agosto de 2025, com investimento privado estimado em R$ 500 milhões, concessão de 25 anos e previsão de início de operação em dezembro de 2026.
O terminal, projetado para receber até 2 mil caminhões por dia, um acréscimo de cerca de 30% em relação à capacidade atual, foi anunciado pelo Governo do Paraná ao lado da Multilog e da Receita Federal como o maior porto seco da América Latina.
A promessa é aliviar o tráfego urbano, modernizar o controle aduaneiro na Tríplice Fronteira e consolidar Foz como hub de comércio exterior no Cone Sul.
O projeto que muda a logística da Tríplice Fronteira
O novo complexo ficará em um terreno de 550 mil m² às margens da BR-277, fora da zona central, com operação planejada em duas fases e foco em fluidez operacional. Na cerimônia de lançamento, o governo estadual falou que a meta é duplicar a capacidade do terminal atual.
E também escoar com mais eficiência o fluxo de cargas que cruza diariamente Brasil, Paraguai e Argentina. A Multilog, operadora do recinto, projeta ainda a instalação de um terminal de contêineres para capturar parte do frete paraguaio que hoje segue a Montevidéu, fortalecendo a rota via Porto de Paranaguá.
O desenho técnico prevê pátios de manobra e estacionamento somando 197 mil m², uma área coberta de 7,2 mil m² para armazenagem e vistoria e câmaras frias superiores a 600 m² com docas exclusivas para perecíveis. A primeira fase concentra R$ 240 milhões na implantação do grande pátio de caminhões.
Além de balanças e scanners de inspeção não invasiva, os acessos terão identificação e pesagem automatizadas, em linha com padrões de segurança alfandegária. Projetos dessa natureza costumam caminhar com ciclos de investimento e tecnologia.
É natural que parte dos investidores acompanhe tendências de infraestrutura e também mercados digitais que se movem por ciclos e inovação, como é o caso do mercado de criptoativos. Rastreamento, tokerização de recebíveis e outras novidades podem fazer toda a diferença nesse setor.
Guias que mapeiam os melhores pré-lançamentos de criptomoedas ajudam a entender o apetite por risco e capital disponível como um indicador do ambiente de captação e de novas tecnologias que podem, inclusive, chegar à logística. O crescimento da indústria é notório, assim como o potencial dela no Brasil.
Capacidade recorde, cronograma e empregos
De acordo com o governo estadual, o novo porto seco elevará a capacidade diária e deve gerar ao menos 250 empregos diretos, com a operação comercial prevista para dezembro de 2026. O movimento de 2024 do porto atual dá a dimensão do salto.
A Receita Federal reportou um recorde de 8,6 bilhões de dólares em mercadorias desembaraçadas e 196.599 caminhões liberados no ano, reforçando o status de Foz como principal nó rodoviário de comércio exterior na América Latina.
Foi emitida pelo Instituto Água e Terra (IAT) em julho de 2025 a licença de instalação que autorizou o início das obras, isso após trâmite técnico-ambiental. O projeto, executado por uma operadora já certificada como OEA (Operador Econômico Autorizado), foi apresentado como um novo patamar de governança e previsibilidade para a cadeia logística regional.
Mas a expansão só se sustenta com bons acessos. O DER/PR informa que a Perimetral Leste, via de cerca de 15 km que conectará diretamente a BR-277 à Ponte da Integração, atingiu 70% de execução em julho de 2025, com pavimentação em ritmo avançado e obras de aduanas em andamento.
A ponte binacional, pronta estruturalmente desde 2022/2023, segue com tratativas para abertura ao tráfego condicionada à conclusão dos acessos e à coordenação aduaneira entre Brasil e Paraguai. Quando em funcionamento conjunto, perimetral e ponte devem retirar o tráfego pesado da malha urbana e encurtar tempos de viagem rumo ao litoral paranaense.
Impacto, tecnologia e segurança
A administração estadual projeta que a nova unidade duplique a capacidade da estrutura atual, o que, em números de 2024, significaria acomodar uma corrente de comércio potencialmente acima dos 8 bilhões de dólares anuais apenas em Foz, com reflexos em toda a malha de exportação do Sul.
A localização na BR-277 favorece a integração com o Porto de Paranaguá e tende a tornar competitivas rotas hoje utilizadas por cargas paraguaias, movimento já ventilado durante o lançamento do projeto.
Em termos urbanos, a mudança para uma área fora do centro deve reduzir filas na cidade e aumentar o conforto do motorista, com espaços dedicados de descanso e serviços. O pacote tecnológico anunciado inclui sistemas automatizados de pesagem e controle de acesso, scanners e vigilância em tempo real, alinhados às exigências da Receita Federal.
A certificação OEA em unidades da Multilog agiliza processos, reduz inspeções físicas e traz previsibilidade para cargas de baixo risco, efeitos que, combinados com a nova infraestrutura, tendem a encurtar prazos e custos operacionais na fronteira.