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Reconhecimento internacional

Gustavo, o brasileirinho prodígio

Paulistano de 8 anos, ele é o mais novo membro da Mensa, associação de pessoas de alto QI

27 de Novembro de 2021 às 00:01
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Gustavo é apaixonado por música, toca vários instrumentos, já compôs quatro músicas e é fã dos Beatles.
Gustavo é apaixonado por música, toca vários instrumentos, já compôs quatro músicas e é fã dos Beatles. (Crédito: DIVULGAÇÃO)

Com um QI de 140, o paulistano Gustavo Arias Saldanha, de 8 anos, é atualmente o membro brasileiro mais novo da Mensa, a associação internacional de pessoas de alto Quoeficiente de Inteligência (QI).

Apaixonado por música, tocar com os amigos é um dos prazeres que a música traz, conta Gustavo. “Eu gosto da música porque quando eu toco eu sinto prazer de fazer os solos, cantar e tocar com meus amigos os instrumentos”.

Ele demonstrou interesse pela música assim que aprendeu a falar e aos 5 anos, se encantou pelos Beatles, quando participou de uma apresentação do dia das mães. Ele foi aprendendo o repertório da banda inglesa com grande velocidade.

No mesmo ano, ele começou a se apresentar ao lado de Marco Mallagoli, presidente do Fã Clube Revolution em São Paulo e, em pouco tempo, o repertório do garoto já englobava mais de 50 sucessos dos Beatles.

A lista de habilidades da criança só cresceu ao longo dos anos, atualmente ele é capaz de tocar guitarra, baixo, violão, ukulele, bateria, teclado e outros instrumentos, além de cantar e já ter quatro músicas autorais. Aos 6 anos, gravou seu primeiro álbum, com 14 sucessos da banda, atualmente disponível nos streamings.

O pequeno em Liverpool, junto à estátua de uma idosa solitária feita em homenagem à música "Eleanor Rigby". - DIVULGAÇÃO
O pequeno em Liverpool, junto à estátua de uma idosa solitária feita em homenagem à música "Eleanor Rigby". (crédito: DIVULGAÇÃO)

Fascinado também por tecnologia, ele está sempre curioso por aprender -- e ensinar: “A tecnologia me estimula a fazer novas coisas como um sistema operacional fazer parecer com outro sistema operacional, criar sites, dar aula para os meus avós on-line”. Além da música e da tecnologia, ele gosta de montar estúdios e editar. Pretende juntar as paixões na carreira que for seguir.

“Além da tecnologia, eu gosto de montar um estúdio de TV em casa, porque tem as falas, as trocas de câmeras, as músicas de abertura e encerramento. Eu também gosto da parte do áudio, montar um estúdio de rádio e fazer a programação. Pretendo agregar música e tecnologia e outras coisas que eu gosto na minha profissão. Tenho o sonho de ter um “Gustavo Saldanha Animation Studio”, que é um complexo com várias coisas: estúdio de TV, rádio, teatro, escola, biblioteca”, conta o garoto, muito determinado.

O estudante do 3º ano do Ensino Fundamental sabe da importância das aulas para sua formação. “Na escola, eu tento ser um bom aluno, prestar atenção na instrução da professora. Eu gosto de aprender muito sobre a música, tecnologia, aprender sobre o corpo humano, mas de algumas coisas nem tanto!”, admite Gustavo.

Como se mede o QI

Neuropsicóloga Leninha Wagner é especialista em testes de QI. - DIVULGAÇÃO
Neuropsicóloga Leninha Wagner é especialista em testes de QI. (crédito: DIVULGAÇÃO)

A neuropsicóloga catarinense Leninha Wagner, especialista em testes de QI, explica como se define a inteligência: “Ela é a ‘qualidade mental’ que consiste nas habilidades de aprender com a experiência, adaptando-se a novas situações, compreendendo e gerenciando conceitos abstratos e o uso do conhecimento para manipular o próprio ambiente”. Já o Quociente de Inteligência, ou simplesmente conhecido por QI, “se refere a uma medida padronizada da capacidade cognitiva de uma pessoa, estipulada cientificamente a partir de testes”.

Leninha conta que a medição é realizada através de testes padronizados, com o objetivo de mensurar a inteligência da pessoa: “Baseia-se em um conjunto de tarefas, verbais ou não-verbais, em que são exigidos tipos particulares de comportamentos. Esses testes buscam determinadas respostas diante de situações problemas, que permitem verificar as habilidades e os tipos de relações que o indivíduo é capaz de estabelecer com o meio”.

Quais os valores de QI

Feito o resultado, é preciso saber interpretá-lo. A neuropsicóloga explica os valores encontrados: “Quando uma pessoa se submete a testagem de QI e alcança resultado entre 115 e 129 ele está acima da média. Superdotado de 130 a 144 pontos e gênio acima de 144 pontos”.

A neuropsicóloga aponta as características de pessoas com alto QI. “Pessoas com altas habilidades, ou superdotados, ou ainda gênios, podem ter um comportamento super normal socialmente. Porém, certamente irão apresentar uma maior velocidade no processamento de dados”.

Para os pais e responsáveis que desejam avaliar o QI de seus filhos, não há empecilhos para que passem pelos testes. “As crianças podem ser testadas e confirmar que são portadoras de alto QI e/ou altas habilidades”, acrescenta. “Com o resultado em mãos, os pais podem procurar as melhores escolas que permitirão o pleno desenvolvimento dos pequenos, o que irá ajudar e muito na construção de um futuro brilhante para eles, pois eles se sentirão desafiados e poderão desenvolver ainda mais suas capacidades”, conclui.

Menino prodígio

Com um QI de 140, o pequeno prodígio é atualmente o membro brasileiro mais novo da Mensa, a associação internacional de pessoas de alto QI. Com o apoio da consultoria do, também membro da Mensa, neurocientista, doutor e phd em neurociências Fabiano de Abreu, Gustavo foi aconselhado a fazer o teste da associação fora do Brasil.

“A associação do Brasil não aceita crianças por enquanto. Então, fizemos na internacional onde ele foi aprovado. Agora, seguimos diversas orientações que, se Deus quiser, trarão resultados futuros para a vida do Gustavo”, detalha Luciane Saldanha, mãe de Gustavo.

Para o neurocientista, o caso de Gustavo comprova a sua tese sobre a importância da plasticidade cerebral. “A inteligência tem precursor genético e o fenótipo resulta num desenvolvimento que sugere pistas que podem ser passadas para a próxima geração. Por isso a importância do nível educacional, da leitura, da aprendizagem para desenvolver uma população”, detalha Abreu. (Da Redação com Agência Brasil)

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