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História e natureza nos altos de Paranapiacaba

21 de Junho de 2019 às 22:00

História e natureza nos altos de Paranapiacaba Vila em estilo inglês, encravada na serra e cercada pela Mata Atlântica, proporciona uma viagem de volta ao passado. Crédito da foto: Divulgação / Secretaria Estadual de Turismo

Localizada a 170 quilômetros de Sorocaba, a vila de Paranapiacaba -- “lugar de onde se vê o mar”, em tupi-guarani -- é uma boa opção para quem gosta de combinar história e contato com a natureza em seus passeios. Encravada no alto da serra de mesmo nome, a região pertencente ao município de Santo André, na Grande São Paulo, fica a meio caminho entre o planalto paulista e o porto de Santos. Cercado por Mata Atlântica por todos os lados e cortado por uma das primeiras ferrovias do País, o vilarejo preserva as construções originais do início século 19, em estilo inglês, que testemunharam a importante fase de expansão das ferrovias no Brasil.

 

Uma passarela sobre a linha do trem liga a área mais antiga à região alta, onde está a igreja de Bom Jesus, de 1889. Com uma imensa área verde, Paranapiacaba conta com diferentes trilhas e cachoeiras, que encantam os amantes do ecoturismo. Alguns caminhos levam o visitante a piscinas naturais de águas cristalinas.

O Museu do Funicular é a principal atração histórica, onde são exibidas as máquinas que puxavam o trem montanha acima, por meio de um complexo sistema de cabos de aço. Há também a exposição de objetos ferroviários e fichas dos antigos funcionários. Além disso, é possível fazer um passeio de Maria Fumaça aos fins de semana.

Outro ponto com muita história para contar é o Museu do Castelo, conhecido também como Castelinho, que foi construído em 1897 para ser a residência do engenheiro chefe, da companhia inglesa. Com arquitetura imponente é avistada de qualquer ponto de Paranapiacaba. Além desses, o antigo mercado, construído em 1899 para abrigar um empório e, depois uma lanchonete, foi restaurado e transformado em centro multicultural.

História e natureza nos altos de Paranapiacaba Crédito da foto: Divulgação / Secretaria Estadual de Turismo

A Igreja de Paranapiacaba foi inaugurada em 1884 e tem como padroeiro o Bom Jesus, hoje em dia é anexada à Paróquia de Rio Grande da Serra. Um ponto curioso é o chamado Pau da Missa, um eucalipto centenário que era utilizado para pendurar avisos, como missas de sétimo dia e hoje é considerado um dos símbolos da vila.

História e natureza

“No distrito de Paranapiacaba a história do desenvolvimento do Estado de São Paulo e a Mata Atlântica se encontram”, resume o professor e mestre em geografia Paulo Inácio. “O papel da estação ferroviária vencendo a escarpa da Serra do Mar e ligando o interior e a capital do Estado com os principais centros mundiais por meio do Oceano Atlântico, somado ao clima serrano, a vegetação da Mata Atlântica e a arquitetura da vila tornam a visita, para além de um museu a céu aberto, uma experiência sensória”, afirma Inácio.

Há anos, a vila faz parte do roteiro da ecoturista Laís dos Santos. “Sempre que quero relaxar e entrar em contato com a natureza, vou lá”, conta. “Além do charme, Paranapiacaba fica perto da capital paulista”, destaca.

Durante o mês de julho, a cidade é palco do Festival de Inverno com shows, intervenções culturais, oficinas e mostra fotográficas. O evento atrai turistas da capital e também das cidades da Grande São Paulo.

Como chegar

História e natureza nos altos de Paranapiacaba Depois da viagem de trem, passeio ainda inclui trilhas, cachoeiras, e prédios do século 19. Crédito da foto: Divulgação / Secretaria Estadual de Turismo

A CPTM, há dez anos conta com o Expresso Turístico, que leva os viajantes até a vIla de Paranapiacaba aos domingos. O trajeto é realizado ao longo da Linha 10-Turquesa. O percurso de 48 quilômetros leva uma hora e meia e proporciona ao turista uma viagem no tempo, a bordo de uma composição formada por dois carros de aço inoxidável fabricados no Brasil na década de 1950 e tracionados por uma locomotiva reformada.

Entre os destaques durante a viagem estão as estações Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, tombadas pelo patrimônio histórico de São Paulo. Elas foram construídas pela antiga empresa britânica SPR (São Paulo Railway) primeira ferrovia paulista, inaugurada em 1867.

Além disso, é possível encontrar em operação em Paranapiacaba a segunda locomotiva mais antiga do Brasil, que pertenceu à SPR e hoje integra o acervo da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF).

O bilhete da CPTM contempla exclusivamente a viagem de ida e volta. Além do Expresso Turístico, o visitante também pode chegar à vila utilizando trens comuns da CPTM. Neste caso, é preciso pegar a Linha 10 Turquesa até Rio Grande da Serra e de lá, mais um ônibus. (Da Redação, com Secretaria Estadual de Turismo)

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