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Inclusão

Paralimpíada: 100 vezes ouro do Brasil

Delegação brasileira faz história em Tóquio e tem chance de quebra de recorde de medalhas

01 de Setembro de 2021 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Junto ao guia, Yeltsin Jacques, do atletismo, venceu a prova dos 1.500m T11 (atletas cegos): mais um ouro.
Junto ao guia, Yeltsin Jacques, do atletismo, venceu a prova dos 1.500m T11 (atletas cegos): mais um ouro. (Crédito: DIVULGAÇÃO)

Se você anda procurando motivos para se orgulhar do Brasil, saiba que o País conquistou ontem, no Japão, sua 100ª medalha de ouro na história das Paralimpíadas.

Quem escreveu seu nome na história foi o sul-mato-grossense Yeltsin Jacques, do atletismo, na prova dos 1.500m T11 (atletas cegos), com direito a quebra do recorde mundial da prova com o tempo de 3min57s60. Esta foi a segunda medalha de ouro do brasileiro na capital japonesa. O atleta já havia ficado no topo do pódio na prova dos 5.000m T11.

As outras medalhas do dia vieram com Gabriel Bandeira, prata nos 200m medley SM14, mais uma prata no revezamento 4x100m livre (- 49 pontos) e os bronzes de Mariana Gesteira no 100m livre da classe S9 e Jardênia Barbosa da Silva nos 400m T20. O atletismo também teve mais um pódio, com a prata de Raissa Rocha no lançamento de dardo F56.

Com sete dias de competição nossa delegação já conquistou 14 medalhas de ouro no Japão, igualando a marca obtida no Rio de Janeiro em 2016. O objetivo agora é ir atrás de bater o recorde de conquistas, que foi estabelecido em Londres 2012, com 21 medalhas douradas. Ainda temos seis dias de disputas pela frente!

O Brasil fechou o dia de competições com 42 medalhas, sendo 14 ouros, 11 pratas e 17 bronzes, ficando na sexta colocação no quadro de medalhas geral. A China lidera com 59 ouros e 129 medalhas, seguida pela Grã-Bretanha com 80, sendo 29 de ouro, e o Comitê Paralímpico da Rússia, em terceiro lugar, com 25 medalhas de ouro e um total de 73 medalhas.

Natação

Depois de passar um dia em branco, sem medalhas, a natação voltou com força total na terça, no Centro Aquático. A pernambucana Carol Santiago conquistou mais um ouro após vencer os 100m livre da classe S12 (para atletas com baixa visão).

A atleta, que já havia conquistado o bronze nos 100m costas e o ouro nos 50m livre, ganhou os 100m livre com o tempo de 59s01, seguida por Daria Pikalova, do Comitê Paralímpico da Rússia (59s13) e pela britânica Hannah Russel (1min25s).

Na sequência, Gabriel Bandeira caiu na água e conquistou mais uma medalha para o Brasil. Depois de levar o ouro nos 100m borboleta, a prata nos 200m livre e o bronze no revezamento 4x100m misto, o paulista ficou com a prata nos 200m medley SM14 (para atletas com deficiência intelectual). Com o tempo de 2min09s56, o atleta foi superado pelo britânico Reece Dunn, que bateu o recorde mundial da prova (2min08s02). O ucraniano Vasyl Krainyk completou o pódio ao conquistar o bronze (2min09s92).

Quem também garantiu mais uma medalha para o Brasil na natação foi a carioca Mariana Gesteira, que conquistou o bronze nos 100m livre da classe S9, com o tempo de 1min03s39, apenas três centésimos na frente da britânica Toni Shaw, quarta colocada com 1min03s42. O ouro foi para a neo-zelandesa Sophie Pascoe (1min02s37) e a prata para Sarai Gascon (1min02s77).

Na última prova da natação do dia, o Brasil conquistou mais uma medalha: prata no revezamento 4x100m livre (- 49 pontos). Com um time formado por Wendell Belarmino (S11), Douglas Matera (S13), Lucilene Sousa (S12) e Carol Santiago (S12) - todos com deficiência visual -, o país só foi superado no fim pela equipe do Comitê Paralímpico da Rússia, que bateu o recorde paralímpico da prova (3min53s79). A Ucrânia completou o pódio com o tempo de 3min55s15. O time brasileiro cumpriu a prova em 3min54s95.

Denis Deli é jornalista e palestrante, especializado na inclusão da pessoa com deficiência.