Buscar no Cruzeiro

Buscar

Inclusão

Aprenda a prevenir as escaras

Comuns em cadeirantes, essas lesões podem ser evitadas com algumas medidas

18 de Agosto de 2021 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Entre as dicas estão mudança de posição periódica, hidratação da pele e uso de aliviadores de pressão.
Entre as dicas estão mudança de posição periódica, hidratação da pele e uso de aliviadores de pressão. (Crédito: DIVULGAÇÃO)

Você já deve ter ouvido falar em escaras (também conhecidas como lesões por pressão). Elas costumam surgir como consequência da dificuldade de mudança de posição, o que é comum em alguns cadeirantes ou pessoas acamadas por diversos motivos, como acidente vascular cerebral (AVC), por exemplo.

São feridas que aparecem devido à morte do tecido, em vários graus da pele, por conta da pressão provocada pelo osso nos tecidos moles. Portanto, acontecem, principalmente, em áreas de proeminências ósseas.

Vale saber, no entanto, que há formas de prevenção e tratamento desse transtorno. Antes disso, fique de olho nos fatores de risco: a permanência por longos períodos numa mesma posição, desnutrição, idade avançada, alguns medicamentos e doenças que comprometam a cicatrização ou integridade da pele, entre outros.

Em vários pontos

As feridas podem aparecer em diversas regiões de apoio do corpo, especialmente atrás da cabeça, nas costas, na articulação do quadril, no cóccix, nas nádegas, cotovelos e calcanhares. Pessoas em cadeiras de rodas estão mais sujeitas a desenvolver escaras na região do ísquio, osso que serve de apoio ao corpo na posição sentada.

Em relação aos sintomas, no início há apenas uma pequena área rosada (que não clareia após ser pressionada), vermelha, roxa ou escurecida na pele que recobre proeminências ósseas. Depois disso, surgem bolhas e feridas com várias profundidades, podendo até chegar a expor ossos e tendões.

Mudança de posição é essencial

A principal forma de prevenção é a mudança de posição. Quando você ou o paciente tiver limitações, o movimento deve ser feito a cada duas horas, por cuidadores ou profissionais de saúde. A hidratação da pele, com uso de emolientes adequados e hipoalergênicos, também é fundamental.

Além disso, alimentação adequada e uso de colchões especiais (como piramidal, tipo “caixa de ovo”, ou pneumático) ou outros aliviadores de pressão, (como coxins, almofada grande que serve para sentar-se) são indicados.

Para pessoas em cadeira de rodas, é importante ficar atento às roupas utilizadas no dia a dia. Elas devem ser confortáveis e, sempre que possível, de tecido maleável. As rugas do tecido, por exemplo, podem iniciar ou agravar uma lesão.

Também é importante utilizar produtos adequados. Os mais comuns são as almofadas anti escaras, que podem ser de gel ou ar comprimido. A qualidade do produto faz diferença. Tentar economizar pode não ser uma boa ideia, já que o tratamento provavelmente será mais caro, além do risco à saúde e desconforto.

Já os tratamentos têm como ponto primordial a redução da pressão. Após a formação da ferida, diversos tipos de curativos (coberturas) podem ser indicados, de acordo com o estágio da lesão e presença ou não de infecção, e devem ser indicados por profissionais habilitados.

O fundamental é focar na prevenção da doença. Outra dica importante é saber que uma vermelhidão ou escurecimento da pele, em áreas de proeminências ósseas, já são consideradas lesões por pressão em estágios iniciais. Evite tratamentos caseiros, sem orientação adequada.

Denis Deli é jornalista e palestrante, especializado na inclusão da pessoa com deficiência.