Com o crescimento das cidades e o aumento do custo dos imóveis, os apartamentos compactos vêm ganhando destaque no mercado imobiliário. Geralmente com metragem entre 25 m² e 50 m², esses espaços são projetados para oferecer funcionalidade e conforto sem desperdício de área. No entanto, alguns fatores podem torná-los ainda mais valorizados, tanto para moradores quanto para investidores.

De acordo com a arquiteta e designer de interiores Giane Valverde, a otimização do espaço é essencial nesses imóveis. Soluções como móveis planejados, marcenaria inteligente e ambientes multifuncionais fazem toda a diferença. “A ideia é transformar algo compacto em um lar confortável e prático, aproveitando cada centímetro disponível”, explica. Entre as estratégias mais comuns, estão o uso de camas com baú para armazenamento, armários embutidos que escondem vassouras e cestos de roupa e dormitórios que podem funcionar como home office e futuramente serem adaptados para o primeiro filho.

Além da funcionalidade, outros elementos contribuem para a valorização desses imóveis. O uso de tons claros, espelhos e materiais naturais, como madeira e mármore, ajuda a criar uma sensação de amplitude e aconchego. A iluminação também desempenha um papel importante, não apenas na estética, mas no bem-estar dos moradores. “A luz natural é sempre a melhor opção, mas, quando não é suficiente, utilizamos iluminação indireta e equilibramos luz fria e quente para tornar o ambiente mais confortável”, afirma a arquiteta.

A infraestrutura do condomínio é outro fator relevante. Muitos empreendimentos modernos oferecem espaços de lazer, academias, coworkings e até minimercados, agregando comodidade e atraindo mais compradores. O avanço da tecnologia também influencia a escolha dos compradores, com a automação residencial permitindo o controle de iluminação e eletrodomésticos por meio de comando de voz.

No entanto, especialistas alertam para a necessidade de atenção a questões jurídicas antes da compra. O advogado especializado em Direito do Consumidor Plauto Holtz ressalta que muitos apartamentos compactos são adquiridos para locação por meio de plataformas como Airbnb e Booking, mas essa prática pode ser proibida pela convenção do condomínio. “Se houver essa restrição, será necessário recorrer à Justiça, pois a Lei do Inquilinato permite locações de até 90 dias para o mesmo hóspede”, destaca.

Outro ponto de atenção é a reputação da construtora responsável pelo empreendimento. “Antes de fechar negócio, é importante verificar se a empresa está devidamente registrada na Junta Comercial, além de pesquisar no Reclame Aqui para identificar possíveis reclamações sobre atrasos ou defeitos na construção”, finaliza.