Vício em games e outras doenças contemporâneas causadas pela tecnologia
Cada vez mais dominada pelas tecnologias, a sociedade contemporânea já começa a sentir os efeitos das muitas horas diárias dedicadas ao uso de aparelhos eletrônicos como celulares, games, notebooks e televisores. Só no Brasil, existem 116 milhões de internautas, que preferem acessar a rede por meio do smartphone, o que torna o país o terceiro em maior permanência on-line, com uma média de 9 horas diárias de acesso.
Ansiedade, insônia, sedentarismo, inflamações nas articulações e problemas novos como a nomofobia são algumas das doenças que costumam acompanhar o uso excessivo de tecnologias. Confira abaixo essas e outras que vêm se tornando cada vez mais frequentes para quem não consegue se desconectar.
Transtornos psíquicos
Uma questão de saúde seriamente afetada por essa dependência virtual são transtornos psicológicos, como a ansiedade e a sensação de solidão. Denominada nomofobia — a tradução em português para a expressão “no mobile” —, esse problema se refere à angústia e à ansiedade geradas pelo não-uso do celular. Entre as consequências da nomofobia estão o isolamento social e a dificuldade de se comunicar pessoalmente em público.
A partir da popularização das redes sociais, a busca por likes e comentários em cada conteúdo compartilhado se tornou um medidor da satisfação que cada pessoa tem sobre suas próprias experiências. Parece cada vez menos possível a pessoa avaliar intimamente o que viveu, sendo preciso obter a aprovação de outros para se assegurar de que uma festa, um jantar ou uma viagem realmente valeu a pena.
Sem reações dos amigos nas redes, é comum ser tomado pela sensação de solidão e pela incerteza sobre a satisfação obtida. A intensificação desses sentimentos pode dar espaço à depressão, na medida em que o usuário mensura a realização de suas vivências a partir do número de curtidas recebidas nas publicações.
FoMO
Um transtorno mais recente causado pelas tecnologias é a FoMO — abreviação de fear of missing out, cuja tradução em português é “medo de perder algo”. Definida como uma síndrome, a FoMO se trata da sensação de desconhecer ou de não fazer algo enquanto todos os outros sabem ou fazem. Isso gera a frustração associada ao sentimento de ter sido excluído, o que motiva ainda mais o indivíduo a acompanhar suas redes para verificar se não está perdendo nada.
Sedentarismo
Outro problema de saúde que cresce em todo o mundo é o sedentarismo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 80% dos jovens e 20% dos adultos do mundo não praticam a quantidade adequada de atividades físicas — o adequado é fazer exercícios moderados, ao menos, por 150 minutos por semana.
O uso excessivo de tecnologias é um dos maiores fatores agravantes do sedentarismo já que, desde crianças, as pessoas começam a dedicar às telas eletrônicas o tempo antes destinado a atividades de maior dinamicidade física, como correr e pular. Além de promover o ganho de peso, a pouca movimentação gera a perda de massa muscular, o que se torna mais grave com o passar do tempo.
Insônia
Outra velha conhecida dos aficionados pela tecnologia é a insônia. A luz emitida por aparelhos eletrônicos faz com que o organismo reduza a produção de melatonina, o hormônio responsável pela regulação do sono. É muito comum que os internautas levem seus celulares para a cama e deem uma última lida em mensagens antes de dormir, o que mantém o cérebro estimulado e retarda a chegada do sono.
Dores e inflamações
Um efeito físico comum no corpo das pessoas que não conseguem ficar longe dos aparelhos eletrônicos são dores nas mãos, punhos, costas e pescoço. A repetição exaustiva de movimentos ao longo do tempo pode gerar inflamações nas articulações e culminar em afastamentos do trabalho. Passar muito tempo com a cabeça para baixo, olhando o celular, sobrecarrega a coluna cervical e pode exigir tratamentos médicos mais sérios.
É inegável as inúmeras vantagens conquistadas nas últimas décadas a partir do avanço tecnológico: a rapidez na comunicação, a conexão com pessoas do outro lado do mundo, ganho de tempo e comodidade para realizar tarefas diárias são alguns exemplos. Contudo, é preciso analisar quanto tempo é dedicado às telas de celulares, games e televisores e repensar alguns hábitos, caso não se queira terminar a partida de um game no hospital.