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Número de acidentes com escorpiões em Sorocaba cresce quase 50%

18 de Dezembro de 2018 às 23:16

Perigo dos escorpiões aumenta no verão Durante o dia, os escorpiões ficam escondidos embaixo de entulhos, em terrenos sujos, pilhas de tijolos e frestas de paredes. Crédito da foto: Erick Pinheiro / Arquivo JCS (13/12/2018)

Cuidados com a limpeza geral, a atenção aos espaços ocupados por seres humanos e como proceder em casos de urgência são orientações que fazem a diferença no combate aos escorpiões. A proliferação desses bichos aumenta em épocas de altas temperaturas, como nesta transição da primavera para o verão. Esses bichos têm provocado grande preocupação na população de Sorocaba e gerado reclamações de moradores de várias regiões, principalmente os vizinhos de terrenos abandonados e tomados por mato e sujeira.

A situação chegou a tal ponto que, no último dia 13, a Prefeitura de Sorocaba anunciou ações de combate aos escorpiões e conscientização da população quanto às formas de prevenção ao aparecimento deles. E o número de vítimas cresceu. Segundo dados da Secretaria de Saúde (SES), foram registrados 118 casos de picadas de escorpião neste ano, contra 79 em 2017, aumento de 49,36%.

O médico sorocabano Edgard Steffen informa que os casos aumentam nesta época do ano porque no calor os escorpiões têm mais atividades e maior número de presas à disposição, como baratas e aranhas, além de se reproduzirem mais.

Em Sorocaba, assim como em todo o Brasil, duas espécies são as mais comuns e mais perigosas: o Tityus serrulatus, também conhecido como escorpião amarelo, de tamanho avantajado, é o que mata mais e tem mais veneno; e o Tityus bahiensis, que é um pouco menor e se diferencia do outro pelo dorso marrom, o que o caracteriza como escorpião marrom.

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Hábitos noturnos

Perigo dos escorpiões aumenta no verão Steffen recomenda que, quando ocorrer a picada, deve-se procurar atendimento médico urgente. Crédito da foto: Aldo V. Silva / Arquivo JCS (7/6/2013)

De acordo com Steffen, os dois escorpiões têm hábitos noturnos, quando se alimentam de outros insetos, principalmente baratas, mas também podem comer grilos e aranhas maiores. E durante o dia ficam escondidos embaixo de entulhos, em terrenos sujos, nas partes inferiores de pilhas de tijolos, em frestas de paredes, junto a madeiras descartadas.

O médico lembra que quando um escorpião amarelo entra numa residência, ele se reproduz e o homem só passa a ter consciência da sua presença na hora em que alguém é picado. Nessa hora, já se sabe que há outros escorpiões na casa e os cuidados devem ser redobrados porque o bicho pode se esconder em sapatos, chinelos, roupas, embaixo da cama.

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Steffen recomenda que, quando ocorrer a picada, deve-se procurar o serviço de pronto atendimento o mais rápido possível. O paciente recebe analgésico e aplicação de soro antiescorpionídeo. A evolução vai depender da quantidade de veneno que foi injetada pelo bicho.

A picada provoca dor intensa no local afetado e depois pode gerar consequências que vão de insuficiência renal a problemas neurológicos, de dor de cabeça a tremores. O tratamento é o uso do soro. “É importante a aplicação rápida, porque o antiveneno vai agir antes que o veneno aja nos tecidos do organismo”, diz o médico. Se houver demora, o soro terá uma eficácia menor se comparada à aplicação rápida: “O soro contém os anticorpos neutralizantes do veneno de imediato.” Perguntado se a pessoa pode matar um escorpião, Steffen diz que sim e isso pode ser feito com qualquer objeto que estiver ao alcance da mão. (Carlos Araújo)

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