Saúde em Dia
Diagnóstico precoce e informação sobre a dengue ajudam no tratamento e prevenção
O conhecimento sobre a doença evita piora do quadro clínico; hemorragia não é o principal sintoma de dengue grave
As ações de combate à dengue são tão importante quanto as orientações sobre a doença, informações sobre os sintomas e formas de tratamento. Quanto antes o doente busca ajuda médica, melhor para evitar um agravamento do quadro clínico.
De acordo com os especialistas em saúde, os sintomas mais comuns da dengue são febre, dor muscular, dor de cabeça, náusea e dor nas costas. A Secretaria da Saúde do Estado já esperava por um aumento das ocorrências da doença.
“Sabemos que, frente a esse calor excessivo, as chuvas excessivas, o efeito até do El Niño, devemos ter aí um aumento do número de casos”, explica Regiane de Paula, que é a coordenadora de Saúde da Coordenadoria de Controle de Doenças.
Em virtude dessa situação, foi feito pelo governo estadual um repasse de R$ 205 milhões para os 645 municípios paulistas combaterem as arboviroses, entre as quais, a dengue.
Limpeza
Algumas recomendações gerais são importantes para eliminação dos criadouros do mosquito que transmite a dengue. Vale reforçar, por exemplo, os cuidados que devem ser tomados para evitar recipientes ou locais que possibilitem o acúmulo de água parada.
Nesse caso, é preciso fazer a eliminação de pratos de plantas ou o uso de um prato rente ao vaso, que não permita acúmulo de água; o descarte de pneus usados em postos de coleta da prefeitura; a retirada dos quintais de objetos como potes e garrafas; verificação de possíveis vazamentos em qualquer fonte de água; tampar ralos; manter o vaso sanitário sempre fechado; identificar sinais de umidade em calhas e lajes; verificar a presença de organismos vivos na água de piscinas ou fontes ornamentais.
Casos mais graves
Contudo, muita gente ainda tem dúvidas sobre o agravamento da doença. Esse quadro ficou popularmente conhecido como dengue hemorrágica e se caracteriza por uma queda acentuada de plaquetas fragmentos celulares produzidos pela medula óssea que circulam na corrente sanguínea e ajudam o sangue a coagular e que geralmente leva ao extravasamento grave de plasma.
Porém, o termo dengue hemorrágica deixou de ser usado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2009, uma vez que a hemorragia, nesses casos, nem sempre está presente. Essa informação é importante para entender melhor como a doença se manifesta.
De acordo com as diretrizes publicadas pela OMS, as autoridades sanitárias atualmente distinguem as infecções basicamente entre dengue e dengue grave.
Enquanto os casos de dengue não grave são subdivididos entre pacientes com ou sem sinais de alerta, a dengue grave é definida quando há vazamento de plasma ou de acúmulo de líquidos, levando a choque ou dificuldade respiratória. Pode haver ainda sangramento grave e comprometimento de órgãos como fígado e até mesmo o coração.
Classificação
A classificação de gravidade clínica para a dengue definida pela OMS e seguida pelo Ministério da Saúde no Brasil se divide em dengue sem sinais de alarme e com sinais de alarme.
No primeiro caso, o paciente apresenta febre geralmente por um período de 2 a 7 dias acompanhada de duas ou mais das seguintes manifestações clínicas: náusea ou vômitos; exantema (erupção cutânea); dor de cabeça ou dor atrás dos olhos; dor no corpo ou nas articulações; petéquias (manchas avermelhadas de tamanho pequeno); e baixos níveis de glóbulos brancos no sangue.
Já as situações com sinais de alarme são caracterizadas por qualquer caso de dengue que apresente um ou mais dos seguintes sinais durante ou preferencialmente após a queda da febre: dor abdominal intensa e sustentada ou sensibilidade no abdômen; vômito persistente; acúmulo de líquidos; sangramento de mucosas; letargia ou inquietação; hipotensão postural (pressão arterial baixa ao levantar-se da posição sentada ou deitada); aumento do fígado; e aumento progressivo do hematócrito (porcentagem de hemácias no sangue), com queda na contagem de plaquetas.
Por fim, a dengue grave é o caso que apresente uma ou mais das seguintes manifestações clínicas: choque ou dificuldade respiratória devido a extravasamento grave de plasma dos vasos sanguíneos; sangramento intenso; e comprometimento grave de órgãos (lesão hepática, miocardite e outros).
Preocupação
A OMS diz que, de 2009 em diante, a magnitude do problema da dengue no mundo aumentou de forma dramática, além de se estender, geograficamente, a muitas áreas anteriormente não afetadas pela doença.
A avaliação da entidade é que a dengue foi e permanece sendo, ainda hoje, a mais importante doença viral humana transmitida por artrópodes grupo de animais invertebrados que inclui o mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. (Com informações da Agência Brasil)