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Tire suas dúvidas sobre a vacina bivalente contra a Covid-19

Na semana do Carnaval, os índices de positividade para Covid-19 tiveram alta de 20,2% em comparação com a semana anterior

28 de Fevereiro de 2023 às 23:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Covid-19
Covid-19 (Crédito: ARQUIVO JCS (26/11/2021))

Começou na segunda-feira (27) a vacinação contra a Covid-19 com o imunizante bivalente da Pfizer. Essa vacina protege também contra as subvariantes da cepa Ômicron do vírus, consideradas as mais contagiosas.

Em Sorocaba, o Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE) recebeu na sexta-feira (24) um total de 87.714 doses destinadas a 33 cidades da região. Sorocaba ficou com 27.006 doses, seguida de Itu com 6.654, Itapetininga com 6.330, Tatuí com 5.070 e Salto com 4.584.

A seguir, tire suas dúvidas sobre o imunizante e a vacinação.

O que é a vacina bivalente?

A vacina bivalente é capaz de imunizar contra mais de uma versão de um vírus de uma só vez. Para isso, é usada a tecnologia do mRNA com dois códigos genéticos. No caso da Pfizer, está sendo usado o código da cepa original do coronavírus e o da variante Ômicron, que é a predominante nas infecções recentes no mundo todo.

Diferentemente das imunizações tradicionais, que usavam uma versão morta do vírus para que o corpo pudesse produzir anticorpos, as vacinas de mRNA são uma inovação na forma de fabricar imunizantes.

O mRNA tem a função de carregar as informações necessárias para a síntese proteica. Esses dados são captados pelos ribossomos (organelas que, entre outras funções, sintetiza proteínas dentro das células). A partir disso, o corpo é capaz de produzir uma proteína específica, a proteína S, usada pelo vírus para invadir as células saudáveis.

Assim, os anticorpos e linfócitos T, que fazem parte do sistema imunológico, podem aprender essa informação para combater a proteína de um vírus real. Portanto, é possível imunizar uma pessoa sem que o corpo tenha contato com o vírus, usando apenas um código genético.

Quem pode tomar a vacina?

Idosos acima de 70 anos, pessoas acima de 12 anos com imunossupressão, indígenas, residentes em instituições de longa permanência e funcionários dessas instituições.

Quem são os imunocomprometidos?

Pessoas com transplante de órgão sólido ou medula óssea; que vivem com HIV; com doenças inflamatórias imunomediadas; que usam imunossupressores ou imunobiológicos; com doença renal crônica em hemodiálise; pacientes oncológicos que fizeram quimioterapia ou radioterapia nos últimos seis meses; pessoas com neoplasias hematológicas.

Quais grupos serão imunizados na sequência?

Após a conclusão da imunização do primeiro grupo prioritário, devem ser vacinados os idosos de 60 a 69 anos. No terceiro grupo, estão as gestantes e puérperas (mulheres que acabaram de ter filho), e, em seguida, receberão a vacina bivalente os profissionais da saúde.

Idosos com menos de 70 anos podem receber a dose de reforço bivalente?

Caso existam doses remanescentes da vacina bivalente perto do horário final das atividades diárias nas unidades de saúde, idosos acima de 60 anos poderão tomar o imunizante, desde que sejam moradores da região da UBS. Para fazer a inscrição prévia, é necessário apresentar comprovante de endereço.

E os grupos que estão fora das listas de prioridade?

Ainda não há previsão de aplicação.

Qual deve ser o intervalo em relação à última dose tomada?

O intervalo de quatro meses da dose mais recente deve ser respeitado para receber a dose bivalente.

Se não tomei todas as doses do ciclo vacinal, posso tomar a bivalente?

Se o indivíduo não recebeu dose alguma ou só uma dose da vacina monovalente, a recomendação é completar o esquema de duas doses de monovalente para, posteriormente, receber a dose de bivalente, segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Aqueles que receberam duas ou três doses da monovalente estão aptos a receber a injeção de bivalente, desde que respeitado o intervalo mínimo de 4 meses entre as aplicações

Por que é importante tomar a vacina bivalente?

A variante Ômicron do coronavírus é considerada mais contagiosa e já provocou ondas de infecções em várias partes do mundo. 

 

Carnaval já causa uma ‘minionda’ de Covid-19

Na semana do Carnaval, os índices de positividade para Covid-19 tiveram alta de 20,2% em comparação com a semana anterior. O aumento decorre principalmente dos festejos pré-carnavalescos e foi impulsionado pela expansão da variante XBB nos Estados do Rio e de São Paulo, segundo levantamento da Dasa, rede de saúde privada que atua em todo o Brasil.

Para o coordenador da pesquisa, José Eduardo Levi, o país deve ter uma minionda de Covid, com positividade entre 30% e 40%. Dados da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) também apontam alta na positividade.

Os números vinham subindo desde a metade de janeiro e tiveram um aumento maior na semana do Carnaval. O estudo da Dasa apontou que os índices de positividade para Covid-19, na média nacional, chegaram a 23,85%, na semana de 17 a 23 de fevereiro, que incluiu o Carnaval, com aumento de 20,2% em comparação com a semana anterior aos festejos, de 10 a 16 de fevereiro. Foram pesquisadas mais de mil unidades da rede em todo o Brasil.

O Rio relatou aumento de 31,5% nas taxas, saindo de 19,19% para 25,24%. O Estado de São Paulo teve alta de 11,6%, passando de 25,14% para 28,08%.

No nordeste, a taxa de positividade passou de 4,57% para 7,16%, na comparação entre antes e durante o carnaval. A região sul e o Distrito Federal mantiveram estabilidade, com 14,48% e 6,67%, respectivamente. De acordo com Levi, a variante XBB do coronavírus tornou-se predominante nas amostras positivas.

Tendência

A XBB agora se sobrepõe às variantes BQ.1 e BA.5, sendo que a última, em companhia da BA.4, vinha dominando as amostras sequenciadas pelo Genob, projeto de vigilância genômica mantido pela Dasa desde junho de 2022 e coordenado por Levi. “Considerando as aglomerações ocorridas durante o Carnaval e as características da variante XBB, agora predominante, é bastante provável que as taxas de positividade sejam maiores nas próximas semanas”, diz.

Segundo ele, como aconteceu durante toda a pandemia, as maiores altas vêm acontecendo em São Paulo e no Rio, mas depois as variantes devem atingir o restante do país. “Esse aumento pode estar relacionado com as aglomerações pré-carnavalescas, mas, certamente, com essa nova variante se expandindo, o aumento deve ficar sustentado no Brasil. Vai aumentar ainda mais em São Paulo e no Rio. No nordeste, onde o Carnaval é forte, e que estava com taxa de positividade bem baixa, com certeza vai aumentar.”

Conforme o especialista, as variantes vão espalhar-se de forma progressiva, formando uma nova onda. “Em toda a pandemia o que a gente viu é que, quando chega ao pico, ao auge, essas taxas de positividade são muito parecidas em todos os lugares. Então, a média nacional vai chegar a 30% ou 40% dos exames positivos. São essas ondas ou miniondas. O nordeste ainda está na faixa de 10%, enquanto Rio e São Paulo batem 30%.”

Já os dados da Abramed mostram que a taxa de positividade evoluiu de 12,5% na semana de 14 a 20 de janeiro para 22,01% na de 18 a 24 de fevereiro. O infectologista Celso Granato, diretor clínico do Grupo Fleury, disse que, desde a metade de janeiro, a taxa de positividade está em 15%, o que é muito alto.

“Estamos fazendo 2 mil exames para Covid de biologia molecular e o número (de positivos) é absurdamente grande. E, com certeza, é subestimado. Muita gente faz o teste de farmácia e não faz os sofisticados. E, quando é transmissor familiar, uma pessoa faz o teste e as outras que pegam não fazem.” (Estadão Conteúdo)