Saúde
Como prevenir e tratar as lesões por esforço repetitivo
A lesão por esforço repetitivo (LER) é uma síndrome constituída por um grupo de doenças como a tendinite, tenossinovite, bursite, epicondilite, síndrome do túnel do carpo, dedo em gatilho, síndrome do desfiladeiro torácico, síndrome do pronador redondo e mialgias. Costuma afetar músculos, nervos e tendões dos membros superiores, principalmente, e sobrecarregar o sistema musculoesquelético.
O médico ortopedista Leandro Brandi, da clínica High Five Health de Sorocaba, explica mais: “Como o próprio nome diz, são lesões que são causadas nos movimentos repetitivos. Seja no trabalho, na escola, em casa ou em algum tipo de atividade física, ela é causada, normalmente, por um excesso de movimento daquela articulação. Pode ser uma postura inadequada ou, então, por não ter o devido fortalecimento da musculatura daquela região”, diz.
No mundo atual, extremamente tecnológico, é comum vermos as pessoas com celulares o tempo todo, sempre em frente a uma tela. O especialista alerta para esse uso excessivo e errado de eletrônicos. “O celular é um dos fatores desencadeantes da LER. O grande problema nisso tudo é a postura equivocada ao utilizar os eletrônicos. É comum vermos pessoas com o pescoço inclinado para baixo ao utilizar esses dispositivos, mas com essa postura, a cabeça chega a pesar quatro vezes mais do que quando está ereta. Isso traz dores na coluna cervical e coluna torácica”, fala Leandro Brandi.
O médico comenta que é um tipo de síndrome que pode acontecer em qualquer faixa etária. “O surgimento da LER depende do tempo em que a pessoa tá exposta ao tipo de postura errada ou de atividade. Alguns indivíduos possuem uma fragilidade muscular maior e podem desenvolver algum tipo de lesão com poucos meses de repetição, enquanto outros podem só ter esse tipo de síndrome após anos. Então, isso pode acontecer em qualquer idade, uma vez que, atualmente, crianças e adolescentes tem fácil acesso a eletrônicos como celulares, computadores e videogames. Além de passarem muito tempo sentados para estudar”, explica.
Para evitar esse tipo de lesão, o ortopedista dá algumas dicas. “Mantenha sempre uma boa postura, evitando deixar sua cabeça inclinada para baixo e deixe sempre sua coluna ereta. Faça exercícios físicos e alongamento muscular com frequência. Isso vai fazer com que você tenha a musculatura mais fortalecida e tolere por mais tempo e com mais disposição os movimentos que vão fazer uma sobrecarga”, comenta.
De acordo com ele, o tratamento para essa síndrome é variado. “Vai depender de cada caso. “Se possível, é retirada a causa da lesão, como postura ruim e técnica inadequada no treino. A causa da lesão pode ser temporariamente adaptada quando for uma sobrecarga no esporte ou se é uma lesão relacionada ao trabalho que já chegou num estágio mais grave. Além do alívio dos sintomas, é sempre bom pensar na reabilitação da região afetada, com fortalecimento, alongamento, melhora da técnica do esporte, etc. Mas tudo isso deve ser feito e recomendado por uma equipe profissional capacitada: médico ortopedista, fisioterapeuta e educador físico.
Para finalizar, o médico deixa um conselho. “Busque sempre auxílio de um profissional capacitado se tiver qualquer dúvida. Seja para ter uma correção da sua postura e posições no trabalho ou para qualquer outra atividade. Além disso, faça atividades físicas regularmente, mantendo seu condicionamento físico e fortalecendo seus músculos. E, se sentir dor ou desconforto, não hesite em procurar um médico”, instrui. (Da Redação)