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Dezembro Laranja

Motociclistas estão mais expostos ao risco de câncer de pele

Por conta do tipo de trabalho, esses profissionais estão mais expostos ao sol; por isso, precisam tomar cuidados

09 de Dezembro de 2021 às 12:43
Cruzeiro do Sul [email protected]
Devido à exposição ao sol, motociclistas estão mais expostos aos riscos de sofrer queimaduras e lesões e até desenvolver câncer de pele
Devido à exposição ao sol, motociclistas estão mais expostos aos riscos de sofrer queimaduras, lesões e até desenvolver câncer de pele (Crédito: Crédito da foto: Vinícius Fonseca (11/9/2020))

Em meio à alta demanda por serviços de delivery e ao aumento do preço da gasolina, mais brasileiros estão optando por usar motocicletas. Na capital paulista, por exemplo, há cerca de 80 mil motoboys nas ruas, segundo a Associação dos Motofretistas de Aplicativos e Autônomos do Brasil (AmaBR).Por conta do tipo de trabalho, esses profissionais estão mais expostos ao sol. Por isso, precisam tomar alguns cuidados com a saúde e lançar mão de métodos para proteger a pele de queimaduras, lesões e até câncer de pele. 

“Já se sabe que, no caso dos motoristas de carro, 53% das lesões cancerosas ocorrem no braço ou na mão esquerda, regiões que ficam mais expostas ao sol enquanto se dirige”, cita a médica Alice Francisco, uma das dirigentes da Organização Não Governamental (ONG) Maple Tree Cancer Alliance no Brasil. A especialista refere-se a um estudo da Universidade de St. Louis, Nos Estados Unidos, divulgado no encontro anual da Academia Americana de Dermatologia. “No caso dos motociclistas, a situação é ainda mais grave: todo o corpo está exposto à radiação ultravioleta”, completa Alice. 

Ainda conforme a médica, os raios UVA afetam diretamente a pele e são os principais responsáveis por desencadear diversos problemas. “Os raios UVA chegam até nós diariamente, faça chuva ou faça sol. Eles chegam até a derme, que é a camada mais profunda da pele, e são responsáveis pelo envelhecimento precoce, manchas, alergias e doenças como o câncer de pele. Já os raios UVB, apesar de terem um alcance mais superficial, se intensificam no período das 9 às 16 horas. Ele é muito perigoso se não houver proteção adequada do corpo”, informa. 

Tipos de câncer de pele

Anualmente, Instituto Nacional do Câncer (Inca) registra em torno de 185 mil casos de câncer de pele. O tipo mais comum é o carcinoma basocelular, que pode ser curado em caso de detecção precoce. Ele tende a surgir em regiões expostas ao sol, como face, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas. Em alguns casos, pode se assemelhar a uma lesão não cancerígena, como eczema ou psoríase.

O carcinoma espinocelular, por sua vez, é o segundo mais prevalente dentre todos os tipos de câncer. Pode se desenvolver em todas as partes do corpo, embora seja mais comum nas áreas expostas ao sol. Nessas regiões, a pele apresenta sinais de dano solar, como enrugamento, mudanças na pigmentação e perda de elasticidade. Este carcinoma é duas vezes mais frequente em homens do que em mulheres. Normalmente, ele tem coloração avermelhada e se apresenta na forma de machucados ou feridas que descamam, não cicatrizam e podem sangrar. Ele também pode ter aparência similar à das verrugas.

O melanoma é o menos frequente dentre todos os cânceres da pele. As chances de cura superam os 90% quando há detecção precoce da doença. Ele, geralmente, tem a aparência de uma pinta ou de um sinal na pele, em tons acastanhados ou enegrecidos. Porém, esta marca muda de cor, de formato ou de tamanho, e pode causar sangramento.

Como proteger-se

“A radiação solar é cumulativa, ou seja, ela produz lesões imperceptíveis ao longo do tempo. Por isso, é essencial a aplicação de filtro solar diariamente – mesmo quando o tempo está nublado – e, principalmente, o uso de roupas adequadas para proteger a pele”, observa a especialista. “Os motociclistas devem usar luvas e mangas longas – preferencialmente, de cor escura, para não absorver os raios ultravioleta. Existem roupas que oferecem, inclusive, proteção solar. O ideal é que elas tenham FPS igual ou superior a 50”, ressalta. (Da Redação)