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Conheça quatro aliados contra o câncer de mama

Praticar atividade física regularmente, amamentar, evitar consumo de álcool e controlar o peso reduzem incidência de tumores malignos nos seios

06 de Outubro de 2021 às 00:01
Da Redação [email protected]
Cerca de 13% dos casos de câncer de mama em mulheres com mais de 30 anos poderiam ser prevenidos.
Cerca de 13% dos casos de câncer de mama em mulheres com mais de 30 anos poderiam ser prevenidos. (Crédito: WILSON DIAS / AGÊNCIA BRASIL)

Cerca de 13% dos casos de câncer de mama em mulheres com mais de 30 anos poderiam ser prevenidos por meio de atividade física, aleitamento materno, pela não exposição ao consumo de álcool e pelo não excesso de peso, revelou pesquisa divulgada pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), no lançamento da campanha Outubro Rosa, pelo Ministério da Saúde. A campanha objetiva alertar as mulheres e a sociedade em geral sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da doença.

No ano passado, mais de 2,3 milhões de mulheres em todo o mundo tiveram câncer de mama, o tipo que mais acomete a população feminina e mais mata. Ele representa cerca de 24,5% de todos os tipos de neoplasias diagnosticadas, segundo o Inca. No Brasil, em 2020, cerca de oito mil casos tiveram relação direta com os fatores comportamentais citados.

Em 2018, o estudo mostrou que o gasto com tratamento da doença no SUS ultrapassou R$ 813 milhões, dos quais os quatro principais fatores de risco representaram 12,6% de todo o custo, ou o equivalente a R$ 102,5 milhões. A inatividade física correspondeu à maior fração do valor total (4,6%), seguida pelo não aleitamento materno (4,4%), excesso de peso (2,5%) e consumo de bebida alcoólica (1,8%).

A prevenção do câncer de mama, de acordo com o instituto, passa pela alimentação, que deve ser à base de alimentos in natura. “Estamos falando de frutas, legumes e verduras, arroz, feijão, sementes. Isso deve compor a base da nossa alimentação e devemos evitar alimentos ultraprocessados, ou seja, aqueles alimentos prontos para aquecer e prontos para consumir, além de evitar o consumo de álcool”, explicou a nutricionista Maria Eduarda Melo, chefe da Área Técnica de Alimentação, Nutrição, Atividade Física e Câncer do Inca.

Mortalidade

Em 2019,o Brasil registrou 18.068 mortes por câncer de mama. O Inca estima que até 2030 haverá estabilidade das taxas de mortalidade para mulheres na faixa etária entre 30 e 69 anos, mas a projeção ainda está bem distante da meta de 30% de redução estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU). Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável preveem, até 2030, reduzir em um terço as mortes prematuras por doenças crônicas não transmissíveis, entre elas, o câncer.

O mastologista Marcelo Bello, diretor do Hospital de Câncer III, do Inca, assegurou que “câncer de mama não é uma sentença de morte. Não se deve ter medo de fazer um diagnóstico”. Ele lembra que “a doença que tem excelentes tratamentos, com excelentes resultados e chance de cura”. Basta fazer o diagnóstico na hora certa. “Se você tem alguma coisa na sua mama, não tenha medo em procurar saber o que é.”

Sintomas

Segundo o mastologista, as mulheres que percebem alguma alteração na mama devem ser motivadas a procurar auxílio médico e a fazer mamografia, ultrassom, biópsia, tudo que for necessário para fazer um diagnóstico. “Com o diagnóstico, iniciar o tratamento o mais rápido possível. Esse é um direito legal de todas as mulheres que têm câncer de mama: iniciar o tratamento o mais breve possível e ter acesso ao diagnóstico. O Outubro Rosa serve para isso; para essa conscientização.”

O sintoma mais comum do câncer de mama é o caroço, o nódulo na mama. Mas existem, outros sinais aos quais se deve ficar atento. Um deles é o espessamento da pele da mama; outro é a saída espontânea de secreção por um dos mamilos, que pode ser um líquido claro ou acompanhado de sangue. “Isso deve ser investigado.”

Há ainda retração da pele ou do mamilo, ínguas nas axilas que não doem mas incomodam, abaulamento em alguma região dos seios ou aumento de volume da mama. Marcelo Bello lembrou que a partir dos 50 anos, a incidência de câncer de mama aumenta bastante. “Qualquer um desses sintomas, nessa faixa etária, tem que ser realmente investigado, com certa celeridade. Percebeu alguma coisa errada, tem que procurar um serviço de saúde, para avaliar isso.” (Da Redação, com Agência Brasil)