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Saúde

Amamentar ajuda a prevenir câncer e outras doenças

Risco de desenvolver tumor de mama cai 4,3% a cada 12 meses de aleitamento; prática ainda facilita o pós-parto e diminui depressão

25 de Agosto de 2021 às 00:01
Agência Brasil
Apesar dos benefícios comprovados, apenas 43% dos bebês são amamentados nas primeiras horas após o parto.
Apesar dos benefícios comprovados, apenas 43% dos bebês são amamentados nas primeiras horas após o parto. (Crédito: ARQUIVO PESSOAL / PRISCILA GOMES NÓBREGA)

Além de inúmeros benefícios para o bebê, a amamentação traz grandes vantagens também para a mãe. A lista inclui diminuição do risco de câncer de mama, ajuda no pós-parto -- já que o útero se contrai e volta ao tamanho normal mais rapidamente --, aumento do fluxo de ocitocina, o hormônio do amor, evitando perdas de sangue e anemia, além de efeitos antidepressivos.

Apesar dos benefícios comprovados, um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) realizado em 2019 mostrou que as taxas globais de aleitamento materno permanecem baixas, com apenas 43% dos recém-nascidos iniciando o aleitamento materno dentro da primeira hora após o parto e 41% dos bebês com menos de seis meses de idade exclusivamente amamentados. Embora 70% das mulheres continuem amamentando por pelo menos um ano, as taxas de aleitamento materno caem para 45% aos dois anos de idade.

A farmacêutica Priscila Gomes Nóbrega sabe dos benefícios da amamentação para o seu primeiro filho, o Davi, de 4 meses. “A opção por amamentar foi exclusivamente pensando no meu filho, em todos os benefícios da amamentação. Para ser uma criança saudável, tanto fisicamente, emocionalmente e pelo vínculo que a amamentação gera”.

Mas, Priscila sabe que não é só o Davi quem ganha com o aleitamento. “Os benefícios que gera para mim são como uma consequência, a maioria deles eu descobri até depois que já tinha iniciado a amamentação. Reuni o útil ao agradável, a gente só tem a ganhar, não tem nada que se perca com a amamentação. Inclusive tempo e dinheiro a gente ganha: o leite está prontinho, não tem que ficar carregando um monte de mamadeira”, brinca a farmacêutica.

Ela completa: “Com tudo isso não existe uma desvantagem na amamentação, um seio rachado no início, não é nada em comparação a tudo que proporciona tanto para mãe quanto para a criança”, defende.

Priscila conta como superou as dificuldades que teve no início da amamentação. “Meu leite não veio de imediato. Tive que colocar o Davi para ficar sugando mesmo, para estimular o próprio corpo. Cheguei a usar ocitocina nasal para ajudar a estimular a liberação do leite e quando ele começou, eu tive um pouquinho de dificuldade com empedramento [das mamas], depois que pegou fiquei o primeiro mês com o seio rachado, com muita dor no início da amamentação. Mas, essa dor é só no início, quando começa a sugar, logo depois, se a mulher insistir um pouquinho mais, ela vai ver que essa dor vai passar”.

Problemas comuns

A intercorrência mais comum durante a amamentação é a fissura no mamilo causada por posicionamento incorreto do bebê, anquiloglossia (língua presa) ou até mesmo algumas bombas extratoras de leite, explica a ginecologista, obstetra e mastologista Mayka Volpato, membro da Sociedade Brasileira de Mastologia de São Paulo.

“Outro problema comum é a dor mamária que pode ser causada pelo excesso de produção de leite com empedramento, infecção fúngica (candidíase), dor funcional (dor da descida do leite), obstrução de ducto causando dor localizada, além das alterações no mamilo (eczemas, fissuras, psoríase, alergias)”.

“Já a mastite é causada pelo trauma no mamilo associado à estase láctea (causada pela hiperprodução láctea ou não esvaziamento adequado das mamas). A prevenção é evitar as fissuras e manter as mamas esvaziadas após as mamadas ou ordenha”, orienta Mayka.

“A amamentação deve continuar frequente, por exemplo, amamentar de 8 a 12 vezes por dia, a fim de promover a remoção efetiva do leite. Também pode extrair o leite do lado afetado, caso indicado, e/ou massagear, se tolerado”, completa Mayka. (Da Redação, com Agência Brasil)