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Saúde

Cesáreas na mira

Estudo alerta que 56,71% das cirurgias são realizadas antes do início do trabalho de parto

18 de Agosto de 2021 às 00:01
Da Redação [email protected]
Bebês com menos de 39 semanas têm mais chances de apresentar problemas.
Bebês com menos de 39 semanas têm mais chances de apresentar problemas. (Crédito: DIVULGAÇÃO)

Dos 287.166 partos realizados através de planos de saúde privados em 2019, 84,76% foram por cesariana. O dado consta no Painel de Indicadores de Atenção Materna e Neonatal, atualizado na semana passada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

O painel mostra que 56,71% das cesáreas foram realizadas antes do início do trabalho de parto. Para a ANS, é um dado que aponta para um cenário preocupante. “Segundo resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), uma cirurgia cesariana antes do início do trabalho de parto deveria acontecer apenas depois das 39 semanas de gestação”, diz a agência em nota.

De acordo com a ANS, o bebê está pronto para nascer com 40 a 42 semanas. O maior percentual de cesáreas (37,29%) ocorreu em mulheres com idade gestacional entre 37 e 38 semanas. “Bebês nascidos abaixo de 39 semanas têm mais chances de apresentar incapacidade de manutenção da temperatura corporal, imaturidade pulmonar e maior dificuldade de sucção do leite materno”, acrescenta a nota.

Em 2018, um estudo publicado na revista científica Lancet comparou a taxa de cesáreas em diferentes países. O Brasil ficou atrás apenas da República Dominicana. As cesáreas, realizadas tanto pelos serviços privados como pelos públicos, representavam 55,5% do total de partos no País. A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que, em termos populacionais, não são verificados benefícios para a saúde de mães e bebês quando as taxas são superiores a 10%. (Da Redação, com Agência Brasil)