O município paulista de Araraquara começou a usar o plasma -- um dos componentes do sangue -- de pessoas que já tiveram Covid-19 para ajudar no tratamento de pacientes que estão com a doença. A utilização do chamado plasma convalescente é um novo tratamento que está sendo desenvolvido pelo Instituto Butantan.

A base são os anticorpos presentes no plasma de quem já contraiu o coronavírus, que estimulam o organismo do paciente a se defender até gerar seus próprios anticorpos.

Segundo Dimas Covas, diretor do Butantan, o uso do plasma consegue neutralizar a ação de quase 70% dos vírus da cepa P1, a chamada variante brasileira.

O objetivo do tratamento é evitar que a situação do paciente se agrave e ele tenha que ir para uma UTI ou ser intubado.

A nova terapia já vinha sendo testada em Araraquara e também em Santos, no litoral paulista.

Agora, ela passa a ser adotada em todos os serviços públicos de saúde da Prefeitura de Araraquara que atendem pessoas com a Covid-19. Podem receber o plasma convalescente pacientes acima de 40 anos que estejam nos primeiros dias de sintomas.

O hemonúcleo de Araraquara está buscando doadores de plasma. Podem doar pessoas que já se curaram da Covid-19 há, pelo menos, um mês, e que atendam aos critérios exigidos para doadores de sangue, ou seja, ter entre 16 e 69 anos, estar em boas condições de saúde, pesar no mínimo 50 quilos, ter dormido pelo seis horas nas últimas 24 horas e estar alimentado.

A ampliação do tratamento com plasma convalescente para outros municípios ainda depende de estudos e criação de normas específicas. (Da Redação, com Agência Brasil)