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Higiene

Lavar as mãos é arma contra as superbactérias

Procedimento difundido a partir da pandemia é apontado pela OMS como essencial no dia a dia

05 de Maio de 2021 às 01:11
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Higienização correta das mãos inclui diversas fases; álcool em gel é alternativa
Higienização correta das mãos inclui diversas fases; álcool em gel é alternativa (Crédito: REPRODUÇÃO / AGÊNCIA BRASIL)

Nesta quarta-feira (5) é celebrado o Dia Mundial da Higienização das Mãos. Antes da pandemia, a correta higienização das mãos, na sua técnica correta, parecia restrita aos profissionais da saúde. Porém, a realidade mudou esse falso conceito, tornando-se um dos (poucos) benefícios decorrentes de toda essa situação sanitária pela qual o mundo passa desde 2020.

Esse ato simples é fundamental para lidar com um cenário que começa a se agravar: a infecção de pacientes com Covid-19 por superbactérias em algumas instituições hospitalares. A infectologista responsável pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar da Unimed Sorocaba, doutora Marina Jabur, explica a causa de mais esse problema.

“A sobrecarga de trabalho decorrente da pandemia é constatada em praticamente todos os hospitais do mundo. Porém, quando não se dispõe da quantidade necessária de profissionais da saúde para atender os internados, de pias suficientes e locais adequados para a correta higienização das mãos, o risco destes profissionais causarem transmissão cruzada de bactérias entre os pacientes é elevado”, alerta.

O problema aumenta pelo fato de alguns dos contaminados pela Covid-19 serem tratados, também, com muitos antibióticos. “Essa conjunção de fatores leva à seleção de superbactérias, resistentes a muitas classes de antibióticos. Nesse contexto, não restam muitas opções terapêuticas para combatê-las”, explica a doutora Marina. Portanto, o ideal é a prevenção inicial, ou seja, a correta higienização das mãos por parte dos profissionais da saúde.

Simbolismo do 5

O número 5 é altamente simbólico para a higienização das mãos. A data de cinco de maio (mês 5), os cinco momentos necessários como oportunidades da higiene das mãos, os cinco dedos de cada mão e a quinta meta da OMS (voltada à segurança dos pacientes) têm, nesse ato, seu ponto mais relevante. “Com a pandemia, aprendemos que a higienização apropriada das mãos deve ultrapassar os muros dos hospitais. Ela está ligada à segurança de qualquer pessoa, não somente dos pacientes internados ou profissionais da saúde”, resume a doutora Marina Jabur.

A infectologista complementa: “Ela [a higienização das mãos] só é efetiva quando a tornamos um hábito, quando a executamos repetida e sistematicamente, e não somente em determinadas situações”, diz. “Aliás, é importante ressaltar que o ato de colocar as mãos debaixo da água e espalhar sabão ou álcool em gel sobre elas de qualquer maneira não assegura a eliminação de microorganismos das mãos”, alerta.


Os 5 momentos

Afinal, quais são os cinco momentos de higienização das mãos no ambiente hospitalar? Anote:
1. Antes de contato com um paciente;
2. Antes da realização de procedimentos assépticos;
3. Após risco de exposição a fluidos corporais;
4. Após contato com um paciente;
5. Após contato com as áreas próximas ao paciente.


Atitude básica

Embora a higienização das mãos tenha ganhado a atenção das populações em todo o mundo com a pandemia de Covid-19, essa atitude básica de higiene já era há muito tempo incentivada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Organização das Nações Unidas (ONU) dentro e fora dos hospitais. A prática já era uma medida eficaz para várias outras doenças, dentro ou fora do hospital”, explica a enfermeira Daniele Moço, da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN).

Segundo Daniele Moço, o álcool gel facilitou a vida das pessoas que estão na rua e nos transportes públicos, por exemplo, porque é o método mais fácil para se prevenir da Covid-19. O procedimento correto de aplicação do álcool gel leva de 20 a 30 segundos, até o álcool secar. Já a técnica de higienização das mãos com água e sabão leva de 40 a 60 segundos. (Da Redação, com Assessoria da Unimed e Agência Brasil)