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Sem essa de ficar sem aulas

19 de Abril de 2020 às 00:01

Sem essa de ficar sem aulas Gabriel aceitou a novidade, mas sente falta de ter a professora mais perto. Crédito da foto: Arquivo Pessoal

Quem disse que ficar em casa, nessa época do coronavírus, seria ótimo porque não teria aulas? Aqueles que não gostam de estudar estavam felizes da vida, enquanto outros estavam preocupados em perder o ano escolar. Pois bem, não é que os sistemas de ensino deram um jeitinho nisso? Agora a escola se faz presente na casa de cada um, seja por meio da internet ou mesmo em programas específicos de TV. Ninguém ficará sem aprender.

Manter a rotina escolar é importante, afinal tem tanta coisa legal para conhecer! Além disso, as crianças também não ficam com tanto tempo ocioso. Aqueles que estavam com saudade dos professores e amigos estão conseguindo ver a todos na telinha e conversar.

Ter a escola em casa tem sido uma experiência bem legal, conforme disse a maioria das crianças entrevistadas pelo Cruzeirinho. É claro que nem tudo é fácil. A falta de costume com as aulas virtuais faz com que muitos não consigam manter a atenção a todo o momento, mas é uma questão de adaptação. Esperamos que pra você, que está lendo esta reportagem, esteja sendo bacana. Confira o que meninos e meninas falaram a respeito.

Achando bem legal ter aulas virtuais

O Gabriel Martins Funes, 10 anos, está no 5º ano do ensino fundamental e disse que está achando bem legal ter aulas virtuais. No entanto, ele sente falta da presença da professora, da explicação dela. “Na aula virtual fica muita interferência, não dá pra escutar direito”, afirma. “Além disso, a gente dispersa um pouco.”

Ao todo, ele está tendo duas horas e meia de aula por dia e ainda reserva cerca de 30 minutos para fazer as atividades. O programa usado é o Sala de Aula, do Google.

Gabriel também disse que sente falta dos amigos. “De conversar, interagir, essas coisas”, comenta.

‘O segredo é ter um objetivo em mente’

Sem essa de ficar sem aulas Pedro está focado e estudando no mesmo ritmo de quando tem aulas convencionais. Crédito da foto: Arquivo Pessoal

“Minha experiência com as aulas on-line está sendo ótima, pois meus professores estão sendo ótimos. Eles têm se esforçado muito, tanto que em todas as aulas eles propõem algo que dá pra fazermos, a proposta é bem organizada e eu consigo entender”, afirma Pedro Maciel Pasqualini da Silva, 10 anos, estudante do 5º ano do fundamental.

Ele tem aula das 9h às 12h15 e conta que está com muita lição para fazer. “Mas é possível executar no tempo que eles propõem, devido ao jeito que explicam, o que facilita pra gente”, acrescenta. “Se eu brincar bastante com meu cachorro, posso marcar bobeira, então tem de ter um objetivo em mente”, analisa.

Pedro afirma que as aulas pela internet estão ajudando a matar a saudade dos professores e amigos. “Eu e meus amigos nos adaptamos. O segredo é ter um objetivo em mente, sempre estar disposto a fazer as lições e ter uma rotina para cumprir todos os dias.”

Atitude essencial para que todo mundo fique bem

Sem essa de ficar sem aulas Lavínia sente muita saudades dos amigos e não vê a hora de abraçá-los de novo. Crédito da foto: Arquivo Pessoal

A Lavínia Bellini P. M. Alves, 13 anos, estudante do 8º ano do ensino fundamental gostou dessa ideia das escolas realizarem aulas on-line. “Tanto pela saudade que estava dos meus amigos como também porque eu não queria acumular matéria, e se ficasse sem aulas acabaria perdendo muita matéria”, afirma.

Lavínia também almeja ter as férias de julho, por isso achou vantajoso ter aulas virtuais. “Mas estou com muita dificuldade para acessar a aula e também por conta das dúvidas que estou tendo, pois não consigo tirar na aula on-line”, comenta.

Lavínia também achava que seria uma experiência um pouco melhor no sentido de matar a saudade dos amigos, mas não. “Eu fico escutando a voz dos meus amigos, dos professores, e bate uma saudade cada vez maior. Ouço suas vozes, mas não posso tocar neles. Para mim é muito horrível, porque eu sou uma pessoa que gosta muito de contato, de tocar nas pessoas... Gosto muito de abraço e não consigo mais isso com meus amigos”, lamenta.

A plataforma usada pela escola é a Teams, da Microsoft. “A minha dificuldade é que sou a última a entrar, não aparece muito bem para mim para ingressar na chamada. Outra coisa é que eu me disperso muito aqui na minha casa.”

Lavínia faz questão de dizer que essa é uma dificuldade dela. “Sei que meus amigos não têm tanta dificuldade quanto eu. A atitude da escola é essencial para que todo mundo fique bem por causa dessa situação da pandemia.”

Matando a saudade dos amigos durante as aulas

Sem essa de ficar sem aulas Liala está se divertindo muito em uma hora de aula on-line por dia. Crédito da foto: Arquivo Pessoal

A pequena Liala Bellini Pereira Bonito, de 4 anos, está no Grupo 4 da educação infantil e também tem tido aulas pela internet. Crianças menores, como ela, não aguentam ficar muito tempo diante de uma tela estudando. Então, o período de aula virtual é reduzido. Liala faz uma hora de aula por dia e diz que está se divertindo. “Fazemos brincadeiras, minha professora conta histórias... Estou morrendo de saudades dos meus amigos, mas vejo eles na internet. Não sabia que ela iria fazer assim”, disse.

Depois da aula, Liala tem tarefas para fazer em casa, com a família. Sua irmã, Catarina Bellini Pereira Bonito, 10 anos, está no 6º ano do fundamental e elogiou a iniciativa das escolas. “Eu acordo cedinho, no horário da aula, normal. É o jeito que a escola achou de ensinar a gente, mesmo estando afastados. É muito bom porque vejo meus amigos, vejo os professores... E não é só aula, a gente conversa bastante também. Isso é muito legal”, conta.

Sem essa de ficar sem aulas Para Catarina, estar ocupada com as lições é melhor que ficar sem fazer nada. Crédito da foto: Arquivo Pessoal

Catarina afirma que tem bastante lição de casa para fazer. “Isso é muito bom, porque mantém a minha rotina e me mantém ocupada. Quando não tenho nada pra fazer, eu tenho a lição, então é muito melhor do que não fazer nada, já que a gente não pode sair de casa.”

Seu tempo de aula virtual é o mesmo da escola. A aula começa 7h20 e vai até meio-dia. “Já com a lição de casa, tem dia que fico mais ou menos 40 minutos”, diz. “Está sendo bom nesse momento, mas gostaria muito de voltar para a escola, ver os meus amigos e professores de novo.”

‘Tem de fazer muitas coisas para melhorar’

Sem essa de ficar sem aulas Miguel não está gostando e quer mesmo é voltar para a escola. Crédito da foto: Arquivo Pessoal

O Miguel Occon, de 6 anos, está no 1° ano do ensino fundamental e disse que não está gostando das aulas virtuais. Ele quer voltar para a escola. “Lá tem lousa, tem um monte de coisa pra fazer, tem amigos pra brincar”, justifica.

Ele sabe que no momento não pode ir. “Está uma situação muito feia, porque esse coronavírus é uma doença forte e não pode pegar em ninguém”, afirma.

Para se cuidar, Miguel diz que tem de fazer muitas coisas. “Para melhorar nosso corpinho tem de treinar, fazer ginástica”, ensina.

Além disso, ele tem estudado e feito lição de matemática, de português, lê livros com a ajuda dos pais e faz desenhos. “Mas temos de ter um objetivo. Temos que se cuidar para quando esse coronavírus morrer, a gente poder dar abraço, beijo, sair de casa e voltar para a escola.”

Cada um no seu ritmo, no seu tempo

Sem essa de ficar sem aulas Isabella está tomando cuidado para não se distrair muito na nova rotina de estudos. Crédito da foto: Arquivo Pessoal

“Acho legal a ideia, mas não dá muito certo, porque as crianças ficam falando, demorando pra fazer a lição”, afirma Isabella Ferreira Prangutti, 9 anos, aluna do 4º ano do ensino fundamental. “Fico me distraindo, tento fazer, mas não dá certo. Minha mãe precisa pegar no meu pé, meu pai também, qualquer coisinha me distrai”, afirma.

Por esses motivos, Isabella prefere as aulas presenciais. “Porque presto mais atenção, mas me distraio nas duas”, confessa.

Sua escola mandou matérias e exercícios pelo WhatsApp. Além disso, como a escola já tem uma parte virtual, a apostila está no site. Cada um está fazendo no seu ritmo, no seu tempo, para ficar menos estressante. “Eu também vou ter aula pela internet de coral e iniciação de flauta. Ah, e na catequese as professoras também estão mandando material”, afirma Isabella.

‘É bom porque não ficaremos, depois, cheios de lições’

Sem essa de ficar sem aulas Leonardo até acha que os encontros virtuais lembram a sala de aula. Crédito da foto: Arquivo Pessoal

Leonardo Henrique Barros Pereira, 9 anos, está no 4º ano do ensino fundamental e conta que tem achado legal ter aulas pela internet. “Tem como fazer pelo notebook, pelo celular... Consigo ver os amigos e é bom porque não ficaremos, depois, cheios de lições”, afirma.

Ele tem em torno de duas horas de aula na internet, fora os trabalhos escolares. “Acho divertido ter aula pela internet, porque parece que estamos na sala de aula”, comenta. (Daniela Jacinto)

Uma pesquisa para as crianças responderem

O programa de pós-graduação em Educação da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) campus Sorocaba lançou uma pesquisa voltada a alunos dos ensinos fundamental e médio das redes pública e privada de Sorocaba e região.

A ideia é saber como tem sido as atividades escolares durante a quarentena.

O questionário está disponível até amanhã no seguinte endereço:

https://tinyurl.com/ukh49we.

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