Crianças realizam trote solidário para ajudar entidades
Em um mês, estudantes destinaram 2,9 mil tampinhas plásticas para o projeto Tampets, que socorre animais de rua. Crédito da foto: Fábio Rogério (9/3/2021)
A trajetória de uma pessoa é formada por várias etapas ao longo da vida, e a passagem de todos esses momentos fica guardada na memória. Na escola, o encerramento de um ciclo é marcado pelo trote estudantil. Você sabe o que é isso? O trote nada mais é do que um rito de passagem, onde os alunos se fantasiam e usam adereços para marcar a transição de séries e estágios da vida. Esse evento geralmente ocorre no último ano do Ensino Médio ou ainda entre a passagem do Ensino Fundamental para o Ensino Médio.
Foi pensando nisso que os alunos do 5º ano do Colégio Parque das Águas resolveram fazer um trote para celebrar o último ano do Ensino Fundamental 1. Mas, em vez de vestir fantasias e adornos, as crianças decidiram fazer o bem e ajudar ao próximo, realizando um trote solidário e diferente. Coordenados pelas professoras Francine Lorena de Moura e Suellen Cristina de Oliveira, os alunos irão recolher doações e produtos para beneficiar entidades de Sorocaba ao longo do ano. A ação começou já no primeiro dia de aula. Em fevereiro, os estudantes recolheram tampinhas plásticas para destinar ao projeto Tampets, que usa a renda obtida pela venda do material para custear consultas veterinárias, internações, remédios e castrações de animais em situação de rua.
Gabriel Miranda: “salvei algumas vidas”. Crédito da foto: Fábio Rogério (9/3/2021)
Em um mês de arrecadação, os estudantes conseguiram juntar mais de 2,9 mil tampinhas plásticas. Para isso, eles contaram com o apoio de familiares, amigos e toda a comunidade escolar. É o que conta o estudante Gabriel Miranda da Silva, de 10 anos, do 5º ano A, que levou duas sacolas cheias de tampinhas ao colégio. Para ele, foi muito bacana participar da ação. “Até os alunos de outras salas ajudaram. Minha família já tinha costume de arrecadar, agora passamos a juntar ainda mais. O projeto ajuda os animais de rua, castrando, curando doenças e comprando remédios. É muito bom, posso ver que salvei algumas vidas”, frisa.
Sophia Ferreira mobilizou a família. Crédito da foto: Fábio Rogério (9/3/2021)
A colega de sala de Gabriel, a aluna Sophia Silva Ferreira, de 10 anos, do 5º ano A, também gostou de participar do projeto. “Eu achei muito legal poder ajudar os animaizinhos. É muito importante saber que a gente pode estar salvando várias pessoas, e os animais também”. Durante a campanha, Sophia contou com a ajuda de toda a família para juntar as tampinhas. “Meu tio faz reciclagem, aí minha tia foi em casa levar um saco cheio de tampinhas que ele conseguiu pegar. Aí eu trouxe na escola”, conta ao dizer que não esperava que a turma juntaria tantas tampinhas. “Achei que seria bem menos. Fiquei muito feliz com o resultado”.
Gustavo Moura ficou feliz por poder ajudar. Crédito da foto: Fábio Rogério (9/3/2021)
O estudante Gustavo Moura de Godoy, de 10 anos, do 5º ano B, também ficou impressionado com o número de tampinhas arrecadadas. “Me surpreendi com o número de tampinhas. Foi um resultado muito grande. Eu imaginei que juntaríamos um pouco mais de mil”, afirma. E para realizar a contagem das tampinhas, as equipes foram divididas em grupos, de acordo com a cor do material. “Cada cor tinha uma equipe. Foi difícil contar tudo isso. Minha equipe era formada por três pessoas. Nós contamos 656 tampinhas”, relata. Gustavo acredita que a ação foi muito positiva: “Isso é muito legal, porque é bem melhor saber que estamos ajudando animais de rua também. Eles precisam de ajuda”, reforça.
Yasmin Alves Machado quer ser veterinária. Crédito da foto: Fábio Rogério (9/3/2021)
Com o sonho de ser veterinária, a aluna Yasmin Alves Machado, de 10 anos, do 5º ano B, ficou realizada ao beneficiar os animais em situação de rua. “Eu fiquei muito feliz. Eu amo animais, tenho um cachorro, um gato e dois passarinhos. Se vejo um cachorro na rua fico com muito dó e já quero adotar, só que se deixar minha casa inteira fica cheia de cachorro”, confessa. E para juntar as tampinhas, Yasmin contou com a ajuda da avó e de algumas amigas dela. “É uma coisa que a gente não usa e joga fora. Consegui trazer bastante para a escola. Eu fiquei muito feliz”. Segundo Yasmin, esse tipo de trote é muito melhor que o modelo convencional. “O outro era só vir diferente. Nesse você pode ajudar a salvar animais, pessoas, é bem melhor”, avalia.
A ação foi tão positiva que a cantina do colégio se tornou um ponto de coleta de tampinhas do projeto Tampets. “Agora, a gente pode contribuir o ano todo”, reforçam os alunos. E o trote solidário não para por aí no colégio Parque das Águas. Em março, os alunos estão arrecadando sacos de lixo para a Associação Bethel Casas Lares. A expectativa dos estudantes é continuar ajudando e beneficiando muitas pessoas com a iniciativa. “Espero que o resultado sejam ainda melhores nos próximos trotes”, reforça Gustavo. E você, também gostaria de participar de um trote solidário? (Jéssica Nascimento)
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