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A prima da Edwiges

11 de Agosto de 2019 às 06:30

A prima da Edwiges Essa é a suindara, também conhecida como coruja-de-igreja. Crédito da foto: Peônia Brito de M. Pereira

É quase certo que você já tenha ao menos ouvido falar no menino Harry Potter, o famoso bruxo das histórias, que possui como animal de estimação a coruja Edwiges. Se você é fã das histórias dele, talvez até mesmo já tenha tido vontade de ter uma coruja como “pet”. Mas, pense bem, será as corujas deveriam ser animais de estimação? A resposta é: não!

Corujas são animais silvestres, e isto significa que o lugar delas é na natureza. Mas o fato de serem animais silvestres não significa que as corujas só existem em lugares naturais, como as florestas e os campos. Tem corujas que se acostumaram a viver também nas cidades. Aqui em Sorocaba e região, pelo menos dois tipos de coruja são bastante comuns: a coruja-buraqueira e a coruja suindara (conhecidas pelos cientistas respectivamente como Athene cunicularia e como Tyto alba). A buraqueira tem este nome porque faz ninhos em buracos no chão, e diferentemente das outras corujas, fica acordada de dia e dorme de noite. Isso faz com que ela seja vista com mais frequência pelas pessoas. Ela é pequena e tem as penas marrom-claro.

Já a suindara, também conhecida como coruja-de-igreja (pois gosta de fazer seu ninho no alto das torres das igrejas), não é tão facilmente vista. Ela é maior que a buraqueira e tem as penas brancas, fato que faz as pessoas justamente a confundirem com a Edwiges (repare a foto!). Mas as corujas do tipo da Edwiges (as corujas-das-neves) nem vivem aqui no Brasil, de modo que a suindara é uma prima distante delas.

No último domingo, dia 4 de agosto, foi o Dia Internacional da Conscientização pela Coruja. Como o nome diz, a data existe para mostrar às pessoas que todas as corujas são importantes e merecem respeito e proteção, independente do seu tipo. Muitas pessoas acham que corujas significam má sorte, mas isto não é verdade. Pelo contrário! As corujas trabalham sem parar, seja na natureza, seja nas cidades. Elas ajudam a controlar a quantidade de pequenos animais, como por exemplo os ratos, que são sua refeição preferida. Com a quantidade de ratos controlada, menor é a chance de as pessoas ficarem doentes. Ou seja, as corujas são, na verdade, animais de sorte para todos nós.

E se você quiser ver uma coruja de perto, vá até o Zoo de Sorocaba! Lá moram vários tipos de corujas, inclusive algumas suindaras. Mas não esqueça: faça silêncio, pois provavelmente elas estarão dormindo! (Peônia Brito de M. Pereira é bióloga e técnica ambiental responsável pelo Setor de Educação Ambiental do Parque Zoológico Municipal Quinzinho de Barros)