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A consciência combate o preconceito e constrói um mundo melhor

22 de Novembro de 2020 às 00:01
Jéssica Nascimento [email protected]

A consciência combate o preconceito e constrói um mundo melhor Kauã Cotrin Soares sabe que as pessoas precisam respeitar o próximo. Crédito da foto: Cortesia

Respeito é bom e, mais do que gostar, todo mundo merece. Você sabia disso? Respeitar o próximo é uma coisa que deve ser aprendida ainda na infância. Porém, muitas pessoas reprovam nessa lição tão importante que serve para a vida toda. Isso porque é preciso respeitar a todos, sem preconceitos. Mas, afinal, o que é esse tal de preconceito? De acordo com o dicionário, é uma ideia ou conceito formado antecipadamente e sem fundamento sério ou imparcial. Ou seja, preconceito é julgar o coleguinha pela cor da pele, pelo gênero sexual ou ainda pela classe social.

Todas essas atitudes devem ser reprovadas. É o que diz a Maria Manoela Sena Francisco, de 9 anos. Segundo ela, o preconceito é uma coisa muito errada. “As pessoas maltratam as outras por causa do jeito delas. Não pode fazer isso. Tem que respeitar todo mundo. As pessoas podem ser o que quiser. É por isso que todos têm que respeitar”, afirma. Segundo Maria Manoela, é possível aprender um pouco mais sobre preconceito com o livro de seu pai, Manoel Francisco Filho, chamado “A sociedade das formigas”. “Ele fala sobre uma formiga que sofria preconceito por não ter asas”, conta.

A consciência combate o preconceito e constrói um mundo melhor Maria Luiza Francisco Benato associa a história do livro à vida real. Crédito da foto: Cortesia

A Maria Luiza Francisco Benato, de 10 anos, leu o livro e se encantou com a história da formiga. “Eu achei muito legal. O livro ensina que a gente pode seguir em frente e encontrar nosso caminho”, conta. Para Maria Luiza, a história da formiga pode ser comparada com a realidade. “Hoje em dia tem muito preconceito nessa vida”, reforça. A pequena classifica o preconceito como uma coisa muito chata. “É horrível, não gosto disso não. Temos que respeitar a todos, porque todos são iguais, independente da cor da pele”.

Uma vez, Maria Luiza já viu uma pessoa agindo com preconceito. “Eu falei para ela que não pode fazer isso e que tem que respeitar o próximo, porque cada um tem o seu jeito de ser”, conta ao destacar que ensina seus amigos a serem mais respeitosos. E para reforçar esse ensinamento, ela até levou o livro para a escola. “Tinha muita briga lá. Então, levei o livro para a professora ler na sala. Todo mundo gostou e aprendeu a respeitar as outras pessoas. Agora diminuíram as brigas que tinham na escola”, afirma.

O Kauã Cotrin Soares, de 9 anos, amigo da Maria Manoela, conta que também já viu pessoas sendo desrespeitosas. “É chato. Isso pode causar muitas coisas para a pessoa que não está sendo respeitada, como a depressão”. Por isso ele reforça a necessidade das pessoas aprenderem a respeitar o próximo desde o nascimento. “A professora disse uma vez que gentileza gera gentileza. O mundo seria melhor se todos se respeitassem. Seria mais alegre. Mas, as vezes, sem ter tudo isso, a gente aprende mais. O mundo ensina as pessoas a lutar pelos seus direitos”, aponta.

Kauã acrescenta que não podemos fazer com os outros o que não queremos que façam com a gente. “Eu nunca zoei ninguém, não pode zoar as pessoas. Isso é bullying. Não é certo. Uma pessoa não tem que ter preconceito com a outra só porque ela não tem o que a outra tem. E nem pela cor da pele. É importante respeitar os outros. Se todo mundo ficar em guerra não vai ter como ficarmos bem, em paz”, reforça.

A consciência combate o preconceito e constrói um mundo melhor “A sociedade das formigas” propõe uma reflexão contra o preconceito. Crédito da foto: Cortesia

Assim como Kauã, a Maria Valentina Hannichtkel Lomardo, de 9 anos, classifica o preconceito como uma coisa ruim. Um exemplo de preconceito, segundo ela, é quando uma pessoa branca humilha uma pessoa negra. “Não é legal. Isso é muito errado. A gente não pode ter preconceito com as pessoas, não importa a cor da pele, se tem cabelo comprido, escuro ou cacheado. Não pode julgar alguém pela aparência. É preciso respeitar todo mundo para a gente viver em harmonia”, alerta.

E mesmo sendo uma coisa ruim, ainda existe muita gente que faz esse tipo de coisa, afirma Maria Valentina. “Tem gente que exclui e desrespeita as pessoas negras. Isso é muito triste, machuca o coração. Ela fica chateada. Qual o problema da pessoa ser negra?”, questiona. Segundo Maria Valentina, são vários os motivos que levam uma pessoa a agir com preconceito. “As pessoas podem fazer isso por inveja, por não gostar da pessoa, por ser orientada pela família, por querer diminuir a outra pessoa ou ainda por puro preconceito”, frisa.

Consciência Negra

E por falar em preconceito, a Maria Manoela lembra que no dia 20 de novembro foi comemorado o Dia da Consciência Negra. A data faz referência à morte de Zumbi dos Palmares, líder de um dos mais conhecidos quilombos da história da escravidão no Brasil, o Quilombo dos Palmares. Você já ouviu falar dele? Segundo Maria Valentina, o dia 20 de novembro serve para lembrar a necessidade de respeitarmos e valorizarmos as pessoas negras. “Isso deve ser feito todos os dias. É um aprendizado que temos que levar para o resto da vida, até ficarmos velhinhos. Se a pessoa não aprendeu isso ainda, ela tem que repetir essa lição de novo, de novo e de novo, até entender que é errado ter preconceito”, frisa.

Além disso, Maria Manoela reforça que o Dia da Consciência Negra serve para valorizar a cultura afro-brasileira, como as roupas, a culinária, a capoeira e o maracatu. “A data também ressalta o nosso orgulho de ser negro. Isso é importante porque se a gente não tiver orgulho de quem a gente é, não somos ninguém”. Maria Luiza concorda: “Minha família é negra. Nesse dia os negros se sentem mais importantes. As pessoas tem que nos respeitar sempre. Precisamos nos colocar no lugar do outro e ter mais empatia pelas pessoas, independente da cor da pele. Se todos aprendessem isso, teríamos um mundo melhor, sem preconceito”, finaliza. (Jéssica Nascimento)

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