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Mais do que profissionalizantes, cursos técnicos abrem caminhos

17 de Setembro de 2018 às 20:00

Eduardo Anunciação é coordenador do curso Técnico em Química na OSE COC. Foto: Erick Pinheiro

Em um curto período de tempo, um curso técnico forma para o mercado de trabalho. Isso é fato. Mas o técnico é mais do que educação profissionalizante. Ele contribui para a certeza do caminho a ser seguido, pois oferece a vivência da carreira escolhida.

Esse tipo de curso é procurado por pessoas dos mais variados perfis: desempregados em busca de recolocação; formados em faculdade, mas que a empresa exige experiência prática; alunos do ensino médio que já decidiram que carreira seguir, mas querem conferir se é isso mesmo; e tem aqueles que acabam indo para experimentar.

Eduardo Anunciação, 28 anos, conta que sua vida mudou quando foi fazer técnico, praticamente “por embalo”. Apesar da pouca idade, ele já é coordenador do curso Técnico em Química na OSE COC, onde também é professor dessa disciplina.

“Fazer um técnico em Química, por exemplo, é interessante para quem quer entrar na faculdade de exatas. Isso pode mudar a visão de carreira”, afirma.

E foi pensando dessa forma que resolveu seguir o conselho de um professor e o convite de uma amiga para iniciar as aulas. Ficou apaixonado pela área e teve certeza de que era isso que queria para sua vida. Após o técnico, foi fazer licenciatura em Química na UFSCar. E se não fosse sua passagem pelo curso técnico, Eduardo não teria sido o único, entre 25 alunos da universidade, a conseguir bolsa para iniciação científica. “A exigência era ter técnico em Química”, lembra.

Conforme Eduardo, faculdade leva longo período para concluir, já o técnico é mais barato e mais rápido. “Em um ano e meio a pessoa tem uma profissão, tem conhecimento prático.”

Ferramenta de mudança

Fernando estudou no Politécnico e hoje, como médico, faz especialização em Cardiologia. Foto: Acervo Pessoal

Fernando Garcia Scarpante, hoje com 26 anos, não vislumbrava como seria seu futuro, só sabia que queria fazer faculdade e para isso precisava cursar o ensino médio em uma boa escola e decidiu prestar o vestibulinho do Colégio Politécnico de Sorocaba e foi aprovado. O Politécnico é mantido pela Fundação Ubaldino do Amaral (FUA), a mesma mantenedora do jornal Cruzeiro do Sul.

No Politécnico, por ser um dos melhores alunos, Fernando ganhou bolsa de estudos para um cursinho, que fez durante o 3º ano. “Prestei Engenharia e Medicina”, conta e passou nos dois. Como chamaram primeiro para as aulas de Engenharia, na Facens, Fernando pôde conhecer o curso e descobrir que não era o que imaginava.

Pouco tempo depois, foi chamado para as aulas de Medicina, na PUC campus Sorocaba. Fernando concluiu a faculdade em 2015. Entre 2016 e 2017 fez especialização em clínica médica e agora está estudando Cardiologia, na USP. “Termino em fevereiro de 2020”, conta. “Eu queria mesmo é poder ajudar as pessoas. É algo que me anima na medicina”, diz. Fernando trabalha como médico em pronto-socorro e pronto atendimento desde o começo de 2016 e pretende, no futuro, ter seu consultório. Ter estudado no Politécnico fez toda a diferença.

“Para mim, a educação é a principal ferramenta de mudança de vida, de solução social.”

Ao longos dos anos, o Politécnico tem se destacado por ter alunos bem avaliados no Enem. As posições estão sempre entre as três primeiras. Em fevereiro deste ano, o Politécnico teve resultado de destaque em avaliação promovida pela Somos Educação, o principal grupo de educação básica do Brasil. O colégio conquistou a segunda colocação, entre 70 instituições de ensino de todo o País, que completaram ao longo de 2017 quatro simulados nos moldes do Enem.

Natália dos Santos Caetano Oliveira fez curso técnico e a graduação em Veterinária. Foto: Acervo Pessoal

‘Um divisor de águas’

A veterinária Natália dos Santos Caetano Oliveira, 28 anos, também fez o técnico mas nesse caso foi para vivenciar a profissão escolhida, pois sempre quis essa área. “Estudei em escola pública, no Aggeo (Pereira do Amaral). Lá, eles incentivavam muito a gente e ser veterinária era meu sonho desde criança. Nunca pensei em outra coisa”, conta.

Fez, então, o técnico no colégio Tableau. “Foi um divisor de águas na minha vida. Tive professores excelentes, que me inspiraram muito, sabe. Mantenho contato com vários e hoje alguns são meus colegas de profissão. Foram eles que me aconselharam a fazer faculdade”, comenta.

Após ter se formado veterinária, uma das professoras a incentivou a fazer especialização em ultrassom. Hoje Natália presta um serviço raro: faz ultrassom volante, ou seja, leva esse exame a muitas clínicas de Sorocaba e região.

Transmitir conhecimentos

Ser realizada profissionalmente fez com que Natália quisesse transmitir isso a outras pessoas. “Voltei para a sala de aula, para tentar ajudar pessoas que queiram seguir a mesma área que eu, assim como tive ajuda”, afirma ela, agora na condição de professora. Foi dar aulas justamente onde estudou, no Tableau.

No técnico em Veterinária, são formados profissionais que auxiliam os veterinários. “Eles atuarão como enfermeiros e são fundamentais, principalmente porque têm o primeiro contato com o tutor. Hoje muitas clínicas contratam esses técnicos”, diz.

“O técnico me ajudou muito, eu cheguei na faculdade já sabendo algumas coisas sobre ossos, posicionamento radiográfico, coletar sangue e até quando o tutor está mentindo”, descontrai.

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