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55% dos alunos confiam na qualidade do ensino

Dados são de pesquisa do Instituto Crescer

15 de Outubro de 2021 às 00:01
Agência Brasil
A confiança em um bom trabalho dos professores diminui ao longo do ensino médio.
A confiança em um bom trabalho dos professores diminui ao longo do ensino médio. (Crédito: GABRIEL JABUR / AGÊNCIA BRASIL)

Estudo realizado entre abril e agosto deste ano com 2.312 adolescentes, pais e professores de escolas públicas e privadas mostrou que 55,2% dos estudantes confiam totalmente na qualidade da educação ofertada no Brasil e 72% deles avaliam que os professores fazem um bom trabalho, apesar de a confiança diminuir ao longo do ensino médio. Entre os pais, esse percentual é de 74,6%. Os dados são do estudo sobre clima escolar do Instituto Crescer “A Confiança e o Respeito e sua Relação com o Interesse para Estudar na Visão de Estudantes, Pais e Professores do Ensino Médio”.

O percentual de estudantes que confiam totalmente em seus professores cai a partir da metade do ensino médio ao passar de 8,8% no 1º ano para 4,1% na 3ª série. Na rede pública, no 1º ano, o índice de confiança chega a 22,8% e cai para 14,4% no último.

Pelo menos 25,2% dos alunos e 22,1% dos pais acreditam que os professores preferem os bons alunos, sendo que na escola pública esse número chega a 73% entre os estudantes. A maioria dos professores, 98%, dizem que tratam todos os alunos da mesma maneira.

Quando questionados sobre o quanto se dedicam aos estudos, 67,2% dos alunos acreditam que fazem o seu melhor na maioria das vezes; 74,3% dos pais e 75% dos professores avaliam que buscam sempre fazer o melhor para dar apoio aos adolescentes.

Entretanto, ao serem perguntados sobre o que esperam do próprio futuro, 24% dos estudantes não conseguem nem imaginar como será, percentual maior entre os alunos da rede pública (79%) do que entre os das escolas particulares (22%).

Segundo os dados apurados pelo Instituto Crescer, 34,1% dos estudantes investem na sua formação pela oportunidade de aprender coisas novas, sendo que 55,7% fazem apenas por acreditar que é importante para dar continuidade aos seus estudos e 23% acreditam que os relacionamentos estabelecidos ao longo da vida são o que valem para o sucesso futuro.

Para dar sequência às suas formações, 71,7% dos estudantes creem que a melhor opção seja fazer um curso superior; 12,9% acreditam que sejam os cursos livres e 10,8% dão preferência aos cursos técnicos.

Para a diretora técnica do Instituto Crescer e organizadora da pesquisa, Luciana Allan, os resultados estimulam a reflexão sobre o quanto as tendências internacionais para a formação e desenvolvimento de pessoas estão sendo acompanhadas pelos brasileiros.

“Desenhar trilhas de aprendizagem personalizadas e investir em cursos de curta duração é o caminho que tem sido trilhado por muitos jovens ao redor do mundo que têm uma visão mais arrojada e entendem a dinamicidade imposta por um mercado cada vez mais global e competitivo, além dos avanços tecnológicos. Será que estamos acompanhando essa evolução? Também é fundamental analisar se estão sendo criadas oportunidades de aprendizagem significativas aos estudantes, aquelas em que o conhecimento adquirido será levado para a vida toda”, disse.

De acordo com o estudo, a motivação e as perspectivas para o futuro são influenciadas pela escolaridade dos pais ou pelo tipo de escola onde o aluno está. Ou seja, pais com menor escolaridade e oriundos de escolas públicas tendem a ver mais motivação nos filhos para estudar e percebem que fazem o melhor para apoiá-los em seu processo de aprendizagem. Já 43% dos pais com pós-graduação acreditam que seus filhos não têm motivação para estudar e 55% consideram que o apoio que dão é insuficiente.

Para 93,1% dos pais, os adolescentes terão sucesso na vida e 97% têm orgulho dos filhos. Já entre os estudantes, 68,2% acreditam que seus pais têm orgulho deles. Entre os que creem que os pais não se sentem orgulhosos, a maior parte (80%) vem de escolas públicas. (Agência Brasil)