As pessoas tendem a imaginar que todas as culturas do passado eram iguais, como se todo mundo vivesse, pensasse e sentisse do mesmo jeito. Mas essa ideia, além de limitar nossa imaginação, também pode nos levar a entender a história de um jeito bem errado. Nada na humanidade foi pré-determinado: cidades, alianças, brigas, descobertas e até impérios nasceram de escolhas, encontros, conversas — e também de muitos erros dos quais ainda podemos aprender. Honrar nossos antepassados é justamente isso: olhar para o que eles viveram e perceber caminhos diferentes para seguir adiante.

É nesse espírito que o livro “Implacáveis: como inimigos se tornam amigos”, de Yuval Noah Harari, nos convida a viajar pelos primeiros passos das civilizações humanas. Com uma narrativa cheia de ação, Harari mostra que, há milhares de anos, pessoas já trocavam histórias, alimentos, tradições e até casamentos com gente de outros lugares. Foi dessa mistura que nasceram novas cidades e culturas. Mosaicos feitos de muitas peças distintas.

Mas, assim como hoje, nem tudo eram flores. Diferenças, disputas de poder e medo do desconhecido às vezes transformavam vizinhos em adversários. Outras vezes, acontecia o contrário: povos que antes brigavam encontravam motivos para cooperar e construir algo maior juntos. O livro revela justamente essa dança entre conflitos e alianças que ajudou a moldar a forma como o mundo funciona hoje.

Com ritmo marcante e ilustrações coloridas, “Implacáveis como inimigos se tornam amigos” mostra que a história não é um caminho reto, e sim uma aventura cheia de voltas e reviravoltas.

Ao acompanhar como as primeiras cidades surgiram e como os impérios se formaram, percebemos que escolhas importam — e que sempre há espaço para transformar inimigos em parceiros. Uma leitura perfeita para jovens curiosos que querem entender como o passado ainda conversa com o presente e como podemos construir futuros diferentes a partir das histórias que herdamos.

Uma publicação da Companhia das letrinhas.

Vanessa Marconato Negrão é professora e sócia efetiva da Academia Sorocabana de Letras