CEI 71
Memórias que contam histórias
Crianças exploram culturas, sabores e memórias em um projeto cheio de descobertas e imaginação
No dia 28 de novembro, o Centro de Educação Infantil (CEI) 71 “Professora Yolanda Prestes Neder”, em Sorocaba, amanheceu cheio de memórias e encanto. A escola abriu suas portas para a mostra final do Projeto Ancestralidade, celebrando, junto às crianças, às famílias e à equipe escolar, um ano inteiro de descobertas. Entre oficinas, exposições e vivências culturais, cada canto revelava histórias que atravessam o tempo — heranças que florescem nas mãos pequenas e ganham vida no coração da comunidade.
A diretora Danielle Silva destacou que, em 2025, o tema da ancestralidade esteve presente em todo o trabalho pedagógico, valorizando as raízes culturais, a diversidade e o sentimento de pertencimento das crianças.
A turma iniciou o trabalho pesquisando, junto às famílias, a história dos nomes das crianças, cantigas de ninar, brinquedos e brincadeiras antigas, além de chás preparados pelas avós e objetos de recordação carregados de memória familiar. As crianças também exploraram alimentos de origem indígena e afro-brasileira, produziram gráficos, manipularam os alimentos usando os sentidos e cultivaram um jardim sensorial. Ao longo do percurso, brincaram com turbantes, balaios, pilão e lampião, e tiveram contato com diversos livros que abordam cultura e identidade.
No encerramento do projeto, o espaço foi organizado com a exposição do jardim sensorial, alimentos ancestrais, objetos antigos, chás e água saborizada. As famílias puderam conhecer o dicionário ilustrado produzido pelas crianças, o boneco “O Menino de Todas as Cores”, além dos portfólios individuais e das brincadeiras tradicionais que marcaram o projeto, como peteca, pipa, bonecas e carrinhos.
Na Creche II A, com a professora Maria Cristina Cerqueira, o grupo trabalhou o tema “A família e suas tradições”, explorando culinária e doces caseiros, diferentes tipos de moradia, animais domésticos, lembranças da casa da vovó e contribuições culturais de povos africanos e indígenas.
Já na Creche II B, sob orientação da professora Alessandra de Moura Piva Pontes, as crianças vivenciaram momentos de memória e descoberta ao acompanhar a metamorfose da lagarta até se tornar borboleta. As famílias contribuíram enviando fotos e lembranças, fortalecendo o reconhecimento das origens de cada criança. Como síntese do trabalho, a turma produziu um livro de receitas gigante com pratos tradicionais das famílias, valorizando memórias afetivas.
Na Creche III A, a professora Gabriela Pereira Gonçalves conduziu um estudo sobre ancestralidade a partir das histórias familiares e das mitologias africana, indígena, europeia e brasileira. As crianças conheceram animais presentes nessas tradições e seus significados simbólicos, fortalecendo sua identidade cultural e ampliando o respeito às diferenças.
Por fim, na Creche III B, com a professora Maria Célia Pereira de Goes, o projeto destacou a história de cada criança e suas raízes culturais. A atividade mais marcante foi a roda de musicalização, na qual os pequenos exploraram ritmos e músicas de diferentes povos usando o corpo, as mãos, instrumentos e até folhas de revista para criar sons, ampliando a percepção musical e cultural.
Como as crianças viveram o projeto
As gêmeas Maite e Serena Joseph, de 3 anos, ficaram encantadas com os trabalhos produzidos por elas e pelos colegas. “Gostei dos trabalhos e gostei muito do doce de banana”, contou Maite, entre uma colherada do doce e muitos sorrisos pela conclusão das atividades, enquanto as duas posavam animadas para fotos.
Já João Florentino Miguel, também de 3 anos, falou com entusiasmo sobre suas criações. “Gostei de produzir barcos, peixes e sapos”, disse, destacando que os bichinhos foram sua parte favorita do projeto.
Com um sorriso largo e um vocabulário admirável, Diana Gonçalves de Souza, 3 anos, compartilhou sua alegria. “As borboletas são bonitas, coloridas e decoram nosso jardim. Gostei da atividade com as plantinhas e bichinhos.”
Entre as meninas, o brincar de boneca continua sendo uma paixão. Ester Coelho, de 4 anos, confirmou sem hesitar: “Gostei de dar banho nas bonecas e comer frutinhas diferentes.” (Gabrielle Camargo Pustiglione)
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