O céu da Caatinga, no Boqueirão da Onça (Bahia), vai ganhar ainda mais cores. Isso porque será feita a sexta soltura de araras-azuis-de-lear, uma espécie rara que vive só nessa região do Brasil e que quase desapareceu da natureza.

Dessa vez, o momento é ainda mais especial: a Lídia, uma ararinha nascida em 2023 no Centro de Conservação de Fauna Silvestre (Cecfau), em São Paulo, vai ganhar a liberdade! Ela é filha de Francês e Lindsay, um casal de araras que já teve 20 filhotes. Lídia será a décima arara criada no Cecfau a voltar para a Caatinga, seu lar natural.

No total, oito aves serão soltas nesta etapa. Sete delas foram resgatadas do tráfico de animais e passaram por reabilitação. Antes da soltura, todas tiveram um “treinamento especial” para aprender a viver sozinhas, como quebrar cocos de licuri, o principal alimento dessa espécie.

“Cada vez que uma arara volta para a natureza é uma vitória. Ver a Lídia voando livre mostra que nosso esforço vale a pena”, conta Cauê Monticelli, coordenador de conservação da fauna em São Paulo.

O trabalho feito pelo Cecfau é reconhecido até fora do Brasil. Desde 2019, o centro já registrou o nascimento de 26 filhotes, e dez deles agora voam livres na Caatinga. Tudo isso é fruto de um esforço coletivo que reúne órgãos ambientais, cientistas e até a Polícia Federal para proteger a espécie.

A arara-azul-de-lear já foi considerada uma das aves mais raras do planeta. Hoje, graças a esse cuidado, ela tem cada vez mais chances de continuar enchendo o céu da Caatinga de beleza e esperança. (Da Redação, com informações da Agência SP)