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Projeto literário

Folclore ganha vida na sala de aula

30 de Agosto de 2025 às 20:05
Thaís Verderamis [email protected]
Ação literária traz histórias regionais com novos protagonistas
Ação literária traz histórias regionais com novos protagonistas (Crédito: THAÍS VERDERAMIS)

O folclore brasileiro desperta interesse em adultos e crianças, seja em uma série de televisão, em um vídeo no YouTube, em um desenho clássico da infância ou nas páginas de livros em suas diversas variações. No dia 22 de agosto é celebrado o Dia do Folclore, e as lendas podem ensinar muito às crianças.

O Bicho-Papão, a Cuca, o Saci-Pererê, a Iara, o Curupira, o Boitatá, o Boto-cor-de-Rosa, a Mula sem Cabeça... Quando você os conheceu pela primeira vez? Os alunos da Escola Municipal Quinzinho de Barros ouviram uma história diferente durante a ação literária que acontece ao longo do ano escolar.

Rapunzel e o Quibungo, de Cristina Agostinho e Ronaldo Simões Coelho, conta a história de uma princesa negra, muito bonita e de voz encantadora, sequestrada pelo Quibungo, uma espécie de Bicho-Papão devorador de crianças, e que precisa da ajuda de seu príncipe para ser salva.

Além de apresentar o folclore regional e brasileiro em um enredo que se passa na Bahia, a obra aborda temas importantes, especialmente a representatividade de crianças negras, que se veem protagonistas em contos que antes apresentavam apenas um padrão de beleza e cor.

Segundo a orientadora pedagógica Priscila Borges Ribeiro Oliveira, de 46 anos, “este ano nós escolhemos a literatura voltada para as questões étnico-raciais, trazendo essa temática para dentro da sala de leitura por conta da legislação, mas também por entendermos a necessidade de incluí-la no currículo pedagógico da escola”, explica.

A escolha dos temas a serem trabalhados é essencial para o desenvolvimento do gosto das crianças pela leitura. “Estimular a leitura e o interesse é a ideia principal. Queremos que as crianças tenham no adulto um exemplo leitor. Por isso trabalhamos com esse tema: coisas incríveis acontecem aqui. Entendemos que, a partir da leitura, elas vão se desenvolver cada vez mais. Elas vêm interessadas, perguntam se temos o título lido para levarem para casa e compartilharem com as famílias”, conta Priscila.

A atividade segue uma sequência: primeiro os alunos cantam a música, depois ouvem a história, participam de um jogo interativo de interpretação e fixação e, ao final, podem pegar livros emprestados para ler durante a semana.

A aluna Valentina Del­phino Molitor, de 10 anos, aprova: “Acho muito legal, porque a gente aprende mais a ler e escrever. Minhas tias sempre me dão livros para ler. Da sala de leitura, gostei muito de Diário de um Banana”, conta.

O colega Gustavo Ajalla, também de 10 anos, reforça: “Tem que prestar atenção para não se confundir na hora do jogo”, diz.

As mensagens transmitidas pelas histórias também ficam com os alunos, como explica Gabriel Pedroso da Silva, de 10 anos: “Eu gosto bastante, acho muito divertido. Aprendi com a história a não ser racista. Foi bem diferente, contou sobre uma Rapunzel diferente, morena, de cabelo crespo”.

Gabriel acrescenta que a leitura ajuda na escola: “Eu gosto de ler, me deixa mais inteligente, sábio, me ensina a raciocinar. E as palavras que às vezes eu não sei escrever, descubro o jeito certo de escrever e pronunciar”, completa.

A escola conta ainda com uma Sala de Recursos Multifuncionais (SRM) para Atendimento Educacional Especializado (AEE). No local, a professora desenvolve atividades inclusivas com os alunos, como histórias contadas pelo YouTube, respeitando dificuldades e limitações individuais, mas sempre trabalhando o aprendizado.

 

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