Na escola
Foguetes no céu e aprendizado na cabeça!
Alunos do 5º ano da Escola Irineu Leister constroem e lançam foguetes em um projeto que misturou ciência, arte, matemática e muita emoção

Um foguete feito de garrafa PET pode não chegar à Lua, mas pode levar a imaginação e o conhecimento de uma turma inteira às alturas! Foi isso que aconteceu no dia 15 de maio com os alunos do 5º ano da Escola Municipal Professor Irineu Leister, em Sorocaba. Durante semanas, as crianças se transformaram em pequenos cientistas e engenheiros, participando de um projeto multidisciplinar que uniu sala de aula e pátio em uma grande aventura espacial.
O desafio era construir foguetes com base em estudos de diferentes matérias: em artes, eles conheceram as invenções de Leonardo da Vinci; em matemática, aprenderam sobre ângulos, gráficos e cálculos; em ciências, estudaram o espaço, o universo e a tecnologia; e, em português, produziram listas, textos e relatórios.
Mas o mais empolgante foi ver tudo isso se transformar em algo real, com tesoura, fita adesiva, régua, garrafa PET e muita criatividade!
Cada foguete tinha três partes principais: base (ou “empena”), corpo e coifa (a ponta). Todos os modelos seguiam regras do projeto nacional de incentivo à ciência. Apesar de simples, os lançamentos exigiram técnica e muita atenção dos participantes.
Nicolas Gabriel, de 10 anos, do 5ºB, viveu um momento de pura emoção quando soube que seu foguete alcançou dez metros de distância. “Eu estava calmo, foquei, orei a Deus e deu certo! Pulei de alegria! Mas fiquei muito nervoso esperando saber a marca. Eu escondi o foguete em casa porque achei que ia ter competição!”, contou, sorrindo.
Passa fita, passa fita, passa fita!
Emily Vitória, também de 10 anos, do 5ºC, destacou a importância do trabalho em equipe e das estratégias para fazer o foguete funcionar direitinho. “A parte mais difícil foi que ele ficava soltando o ar. Toda hora tinha que passar fita, passar fita, passar fita! Mas ver o foguete voando foi muito legal.”
Mesmo que o foguete dela não tenha ido tão longe, a experiência valeu muito. “A gente via que alguns iam longe, outros mais ou menos. O meu foi mais ou menos, mas eu achei divertido. Achei divertido mesmo!”
Bolinhas de gude
Guilherme Holtz, do 5ºA, também se empolgou com o projeto, mesmo achando que seu foguete poderia ter ido um pouco além. “Na hora do lançamento, achei que ele ia mais longe. Fiquei um pouco triste, mas depois fiquei animado, porque eu não fui o último!”
Para ele, a montagem também teve seus desafios técnicos. “A parte mais difícil foi colocar essa parte aqui, a bolinha de gude, para dar um peso e ele conseguir voar mais alto”.
Um projeto que vai além da sala de aula
A professora Regiane Cyrineo da Motta, do 5ºB, explicou que a ideia nasceu da vontade de trazer mais ciência prática para o dia a dia dos alunos. “Senti falta do concreto, sabe? Trabalhar só em sala cansa. Quando vi que a Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA) aceitava alunos a partir do 1º ano, convidei as outras professoras e montamos o projeto.”
As professoras Verônica Vieira (5ºA) e Luciana Placencio (5ºC) toparam na hora. “Se elas não tivessem topado, não teria saído foguete nenhum!”, disse Regiane.
Durante o mês de abril, os alunos participaram de todas as etapas: pesquisas, construção, testes e o tão esperado lançamento. “Foi uma bagunça organizada. Eles estudaram, fizeram provas, testaram, erraram e tentaram de novo. E o mais bonito: fizeram tudo em equipe.”
E o que vem pela frente?
Embora os alunos não participem da final nacional, onde os foguetes alcançam até 500 metros com ajuda de lançadores especiais, a escola tem planos ousados para o ano que vem. “Queremos envolver desde o 1º até o 5º ano, com foguetes diferentes para cada turma. E talvez usar uma bombinha de bicicleta para melhorar os lançamentos!”
Ao final do projeto, os alunos ainda fazem uma prova escrita, e os resultados (distância dos lançamentos e desempenho nas atividades) são enviados para a organização da Olimpíada. Todos recebem certificados de participação, que devem chegar no segundo semestre. A escola já prepara uma festa para entregar os diplomas, com direito a muita comemoração.
Missão cumprida!
Ciência, cooperação, criatividade, esforço e muita diversão: assim foi a jornada espacial dos alunos do 5º ano. Um projeto que mostrou que aprender pode e deve ser uma grande aventura!
João Frizo - programa de estágio
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