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Natureza

Curso de férias ensina as crianças como viver na mata

Os pequenos exploradores fizeram várias descobertas na floresta

01 de Fevereiro de 2025 às 20:14
Vinicius Camargo [email protected]
Durante a expedição, os grupos encontraram diversas frutas nativas, como banana, hibisco, jamelão, jatobá, goiaba e pitanga.
Durante a expedição, os grupos encontraram diversas frutas nativas, como banana, hibisco, jamelão, jatobá, goiaba e pitanga. (Crédito: EDNILSON JODAR LOPES)

Se você se perdesse em uma floresta, saberia como sobreviver? As 40 crianças que participaram do curso de férias Aquagito aprenderam como “se virar” nessa situação. Não é tão difícil, pois a natureza oferece tudo o que é necessário para suprir as necessidades dos seres humanos. Ela possui “lojas de materiais de construção”, com itens para fazer abrigos; “supermercados”, com vários tipos de alimentos; “estações de tratamento de água”, pois o próprio solo filtra a água; e até “usinas de reciclagem”, com a ciclagem de nutrientes.

Com o tema Sobrevivência na Floresta no PAV, a atividade foi realizada de 15 a 17 de janeiro, no Parque da Água Vermelha João Câncio Pereira. A iniciativa teve como objetivo estreitar o contato dos participantes com a natureza. A partir dessa conexão, espera-se que eles entendam sua relação com a conservação do meio ambiente e a importância de preservar a fauna e a flora.

No primeiro dia, os pequenos exploradores aprenderam a construir um abrigo com folhas de bananeira e bambus. Eles também foram ensinados a criar um filtro com garrafa PET para obter água limpa do solo.

O segundo dia foi realizado no Parque Zoológico Municipal Quinzinho de Barros. Lá, as crianças aprenderam como interagir com animais que causam medo, como cobras e aranhas, garantindo tanto a segurança delas quanto a dos bichos. Também receberam orientações sobre como agir ao encontrar um animal ferido ou debilitado.

Já no terceiro e último encontro, foram apresentados animais consumidos por alguns povos, como formigas, cupins, larvas, besouros e escorpiões. Outro aprendizado importante foi entender que, enquanto alguns animais podem ser usados como alimento, outros não podem ser caçados de forma alguma, pois estão ameaçados de extinção. Na lista de espécies protegidas estão o tatu, o lagarto teiú e a paca, com os quais as crianças tiveram contato por meio de exemplares empalhados.

Depois, foi hora de se aventurar no meio da mata. Durante a expedição, os grupos encontraram diversas frutas nativas, como banana, hibisco, jamelão, jatobá, goiaba e pitanga. Eles também descobriram plantas e folhas comestíveis ou que podem ser usadas como temperos, incluindo broto de bambu, língua-de-vaca, leucena, lambari e pimenta-de-macaco, entre outras.

As equipes também se depararam com palmeiras, árvores com múltiplas utilidades. Além de fornecerem palmito, suas folhas podem ser usadas para construir cabanas. Já as folhas de bananeira podem servir como cobertores ou até mesmo para fazer barcos.

Em seguida, a criançada participou de um piquenique e de um quiz para testar os conhecimentos adquiridos. Quem errava as respostas recebia uma tortada na cara. O encerramento contou com uma roda de canto, além da entrega de amuletos e certificados de participação.

Participantes adoraram a experiência

Miguel Marocchio dos Santos, de 8 anos, ficou encantado ao interagir com animais que nunca havia conhecido. Ele também aprendeu sobre a importância de cuidar do meio ambiente. Demonstrando ter aprendido bem, quando questionado sobre o que entendeu, respondeu com segurança: “Cuidar da natureza é um prazer para ela”.

Para Yasmin Peres de Souza, também de 8 anos, a melhor parte foi conhecer animais comestíveis, embora não tenha tido coragem de comê-los. Por outro lado, ela experimentou frutas, plantas e folhas, e até pretende fazer um programa em família para revivê-los. “Quando eu for acampar, já sei o que posso comer e posso procurar”, contou.

Os alimentos também agradaram Beatriz Goés Juliano, 8. Ela provou tudo o que foi oferecido na trilha e, se tivesse a oportunidade, experimentaria até os insetos. “Eu gosto de provar coisas novas, porque comer as mesmas coisas todos os dias enjoa. Vai que você deixa de experimentar algo que é gostoso”, comentou.

Nathália Barbosa Silveira, 8, gostou da mesma atividade e até se arriscaria a comer formigas. “Um negocinho pequenininho, sabe?”, brincou. Além disso, ela ficou impressionada ao descobrir que animais assustadores não atacam sem motivo. “Todos os animais só reagem para se defender”, concluiu, com menos medo deles.

Gustavo Bonvino Rosa, 8, é um veterano do curso e participa desde 2021. Ele fez questão de estar presente nesta edição para não ficar entediado nas férias. Sua atividade favorita foi conhecer diferentes espécies de cobras. “Eu não saio muito de casa, porque não tem nada para fazer e não tem crianças no meu condomínio. Aqui, eu gasto energia, faço amigos, conheço coisas novas e aprendo sobre a natureza”, explicou.

Clarice Ribeiro Magro, 7, decidiu participar justamente pela oportunidade de aprender mais. Suas expectativas foram totalmente atendidas, especialmente ao descobrir como confeccionar um filtro de água. Para ela, o contato com o meio ambiente proporciona mais aprendizado do que ficar no celular. “A gente descobre mais coisas do que nas telas”, afirmou.

 

 

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