É o bicho
Boto-cor-de-rosa, o golfinho de água doce
Na última semana, foi comemorado o Dia do Folclore e, em homenagem à data, vamos falar hoje sobre um dos animais mais famosos da cultura popular brasileira: o boto-cor-de-rosa (Inia geoffrensis). Apesar de ser personagem de uma lenda, o animal existe mesmo, é um mamífero aquático muito comum nos rios do norte do Brasil.
Segundo a lenda, o boto costuma aparecer como um rapaz elegante durante as festas juninas. Ele deixa o rio vestindo um terno branco e sempre de chapéu, isso para esconder um furinho que o boto tem no alto da cabeça e que, se descoberto, estragaria o disfarce. E ele se disfarça justamente para poder conquistar e enganar as meninas que se apaixonam por ele.
Diferente da lenda, o boto-cor-de-rosa não é traiçoeiro. Ele é, na verdade, uma espécie de golfinho de água doce (ou fluviais). Existem três espécies diferentes de botos que se distribuem nas bacias dos rios Amazonas e Solimões, na sub-bacia Boliviana e na bacia do rio Araguaia.
O boto-cor-de-rosa é o maior dos golfinhos fluviais, com os machos atingindo 2,55 metros de comprimento e 185 quilos, e as fêmeas chegam a 2,15 metros e 150 quilos. E o buraquinho na cabeça é por onde o boto respira.
De hábitos solitários, o boto-cor-de-rosa já foi classificado como um animal vulnerável, por conta da redução constante da população. Uma das ameaças a esse mamífero é a captura por pessoas que usam a sua carne como isca para a pesca de piracatinga. Essa situação levou o governo brasileiro a proibir a captura desse peixe, justamente para preservação dos botos. (Carolina Santana)