Buscar no Cruzeiro

Buscar

Supermemória

Brinquedos antigos unem diferentes gerações

17 de Agosto de 2024 às 22:00
Thaís Marcolino [email protected]
Lucas exibe sua criação, feita a partir de legos que eram do pai
Lucas exibe sua criação, feita a partir de legos que eram do pai (Crédito: ARTHUR BRANÇAM MANOEL )

Pense no Super Nintendo, de 1993, e o Playstation 5, de 2020. Em tese, a ideia é a mesma. São aparelhos de videogame que transmitem na TV o jogo desejado e que vêm com um controle. Mas os recursos entre um e outro são bem diferentes: imagens, cores, sons, funções, modelo do console etc. Esse é só um exemplo entre tantos brinquedos que foram surgindo ao longo dos anos e, por que não, passados de pai para filho? A nossa equipe conversou com uma criança e um adolescente que, apesar de terem à disposição itens supermodernos, adoram brincar com os que os pais guardaram, criando assim uma supermemória entre eles.

O Arthur Gael da Cunha Machado, de 14 anos, além do Super Nintendo, que ganhou do padrinho, o War — jogo de tabuleiro lançado em 1972 — está entre os de que mais gosta de brincar com os familiares. Mas agora o que é o número 1 da lista é o Super Mario, que tem quase 40 anos de existência. “Agora estou gostando mais dos antigos do Mario, porque são intuitivos e faz a gente racionar”, disse o adolescente.

Para os pais dele, o Vagner e a Fernanda, apresentar os jogos ao filho os aproximou. “Sempre tive a intenção de guardar para, justamente, mostrar para as ‘crianças’. De um foi passando para o outro também, como o Superman que foi do meu filho mais velho e guardamos para ele”, contou a assistente social.

Já o pai ainda guarda o Xbox 360 com alguns jogos clássicos e interativos, assim como o Just dance, Kinect Sport. “Os brinquedos são bem diferentes, o legal é que eles mostram de certa forma o passado e como ele era, como meu pai jogava e os recursos tecnológicos que existiam”, observou Arthur.

Quem também se aventura na coleção “de bonecos” do pai é o Lucas Bonani e Castro, de seis anos. O Comandos em Ação e a linha playmobil estão entre eles. “Gosto mais do playmobil porque tem os bonequinhos, também casinha, moto, essas coisas. E tem até van, ônibus, carro e é tudo de bom”, falou o pequeno.

Com o tempo os brinquedos foram mudando e Lucas entende bem. Junto ao pai, Luiz Augusto Castro, Lucas nos contou que entre os vários brinquedos que tem, alguns mais antigos e outros mais velhos, a diferença é grande. “Os brinquedos mais novos são diferentes, muda a cabecinha, tem muita luz, muita pilha, e também é novo e brilhante, não tem nada quebrado. Alguns vêm quebrado, porque antes era assim. Os mais antigos tinha de usar mais a cabeça, o cérebro. O mais legal disso é brincar com todo mundo”, detalhou o estudante.

O pequeno também foi agraciado com a coleção de lego que era do pai. Independente do brinquedo, estar ao lado do pai é o mais divertido. “Amo brincar com meu pai, porque ele me ajuda muito e também ele é meu pai”, enfatizou a criança.

Um espaço cheio de nostalgia

Márcio Cunha é uma das pessoas apaixonadas pelo mundo dos brinquedos. Tanto que há 25 anos trabalha com restauração dos passatempos antigos. Com o tempo, sua loja no Mercado Municipal de Sorocaba acabou sendo um refúgio para a memória e novos conhecimentos.

“Os brinquedos antigos evocam lembranças preciosas, criando momentos que não têm preço. Esses momentos não apenas proporcionam diversão, mas também ajudam a transmitir valores e histórias familiares, fortalecendo a conexão entre gerações”, opina o empresário.

É exatamente o que acontece com o Arthur, de 14 anos, e sua mãe Fernanda Rodrigues da Cunha, de 51 anos. “A magia dos jogos está na capacidade de interação, aproximação de diferentes gerações. Através dos jogos e por termos grande diferença de idade com Arthur isso sempre nos aproximou”, explicou.

O Luiz Augusto Castro, de 48 anos, foi pai depois dos 40, por isso, os poucos brinquedos que pensou em guardar tinham uma razão sentimental, ligada à dificuldade para receber ou ao encantamento do brinquedo. “Talvez tenha pensado que brincaria sozinho para sempre, pois filho demorou a chegar na minha vida, mas agora cá estamos nós aproveitando.”

Além de ter as relíquias preservadas em sua loja, o também colecionador Márcio Cunha, expõe alguns relançamentos, como do Falcon, existente desde os anos 1970. “É muito bonito ver todo esse sentimento de nostalgia, de mostrar como era. As crianças que vêm aqui ficam encantadas e os pais contam como era”, concluiu.

 

 

Galeria

Confira a galeria de fotos