Vida e arte
‘Foi sem querer querendo‘, você sabe quem é dono dessa expressão?
Exposição do Chaves recria cenários do seriado mexicano que faz sucesso até hoje no Brasil
“Foi sem querer querendo”, “Ninguém tem paciência comigo”, “Tá bom, mas não se irrite”. Só de ouvir uma dessas frases, a lembrança certamente será apenas uma: do Chaves.
O personagem dá nome ao seriado de origem mexicana que estreou em terras brasileiras há 40 anos. Apesar do tempo, até hoje, a “turma da vila” segue na mente e corações de muita gente.
Para comemorar a data, o Museu da Imagem e do Som (MIS) Experience, na capital paulista, preparou uma exposição cheia de nostalgia. E claro que a equipe do Cruzeirinho não poderia deixar de conferir. A mostra fica disponível até 30 de março, e, às terças-feiras, a entrada é gratuita.
Antes de contar um pouco mais dos 20 espaços disponíveis na mostra, vamos contextualizar para quem não conhece tanto assim o “Chaves”.
O seriado foi criado pelo ator e roteirista Roberto Gómez Bolaños lá nos anos de 1970, no México. O personagem principal é um menino órfão que “mora” dentro de um barril e conta com a ajuda e amizade de seu Madruga, seu Barriga, Chiquinha, Quico, dona Florinda, dona Clotilde (a bruxa do 71), professor Girafales, entre outros personagens.
Ele também se envolve em diversas confusões com seus amigos. Seu prato favorito é o icônico sanduíche de presunto, e o seriado traz o dia a dia do pessoal, mas de uma maneira mais divertida e sem deixar de proporcionar algumas reflexões para quem assiste.
Isto posto, bora para a exposição?!? As primeiras seis salas são destinadas ao “Chapolin”, personagem que antecede a produção de Chaves, e à vida e obra do escritor Bolaños, conhecido como Chespirito.
Curiosidades e detalhes de cada peça, artigo e item são postos em toda a mostra. É muita coisa interessante que nem sabíamos ou poderíamos imaginar assistindo ao seriado. Aqui, vai alguns spoilers.
No começo da produção, muitas peças usadas pelos personagens eram trazidas pelos próprios artistas. Já o pátio da vila tinha de ser montado e desmontado a cada gravação, pois o espaço era usado para outros trabalhos dentro da emissora Televisa. Legal, né?
Por falar na vila, ela deve ser o cenário mais explorado e eternizado na memória de toda a série. É onde boa parte das cenas e interações aconteciam. É nela que o Quico chora (ou faz seu drama) escorado na parede; seu Madruga joga o chapéu no chão e pisa nele quando está com raiva; entre tantas cenas inesquecíveis. O segundo pátio, que aparecia menos nos episódios, também está presente na exposição.
Boa parte das peças e artigos que compõem a exposição não podem ser tocados. Mas outros não, o que dá a sensação ainda maior de proximidade.
Na casa da dona Florinda, o público pode sentar no sofá e até brincar que está tomando uma xícara de café com o professor Girafales. O mesmo acontece com a residência do seu Madruga.
A única que nunca teve o interior revelado no seriado foi a moradia da bruxa do 71. Por isso, os idealizadores puderam “criar”.
Em um dos cenários, as roupas dos personagens ficam em destaque. Diferente de outras exposições, na do MIS, foram criadas esculturas que fazem parecer ainda mais real a experiência.
O “caminho” é a chance de tirar fotos e descobrir ainda mais detalhes de cada personagem como Jaiminho, o carteiro, Godínez, Ñoño e dona Clotilde.
“Hora de ir pra escola, pessoal!”, chamou o professor Girafales. A turma do Chaves não vive só de brincadeira não, é preciso estudar. Por isso, um dos cenários mais lembrados também é a escolinha (do professor linguiça, brincaderinha).
As clássicas maçãs sobre a mesa do mestre como forma de agradar, os livros em cima das cadeiras, a lousa, os cartazes de ciências na parede. Esse é um cenário no qual a foto para registrar a visita à exposição é obrigatória. Dá até vontade de estudar um tico a mais, hein?
A mãe do Quico, nas temporadas e episódios finais “ganhou” um restaurante. E foi ali que o Chaves trabalhou - apesar das trapalhadas na cozinha e servir os clientes.
Uma das interações mais diversas da exposição acontece por lá. Um “espelho” dá a chance de a gente virar alguns personagens usando três itens característicos do figurino: chapéu azul, bobes de cabelo e chapéu com abas laterais. Não precisamos nem dizer de quem são essas peças, não é mesmo?
Já fomos para a vila e a seu entorno. Bora pegar um avião e “Vamos todos a Acapulco?”. A história tornou-se uma saga com três episódios, e, no último, exibido em 1977, trouxe a música “Boa noite vizinhança”.
No espaço, a criançada e família podem até fingir que estão na região turística e posar numa esteira de praia. E é em um espaço cheio de tecnologia que há um resumão da história do Chaves dando fim à exposição. (Thaís Marcolino)
Chaves está no YouTube
Se você não assistiu a nenhum episódio do Chaves e ficou curioso, a produção pode ser encontrada no YouTube. Basta procurar por “chaves dublado”. Sendo assim, bora rir muito e emocionar-se com as aventuras da turma que embalou a vida de gerações? Aproveita a dica! Por questões burocráticas, Chaves não passa mais em TV aberta.
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