Cruzeirinho
Votorantim está prestes a completar 59 anos da sua instalação
Esse é um dos marcos importantes que ajudam a contar a história da cidade; existem opções de pontos turísticos para todos os gostos, que permitem desde contato com o meio ambiente até o resgate das tradições caipiras
Você sabia que uma cidade tem momentos importantes que precisam ser sempre relembrados? Assim como acontece com a gente, alguns momentos são marcantes, um acontecimento, que muda a história. Igual quando você muda de série, aprende um novo esporte ou a tocar um instrumento musical.
No caso de Votorantim existem os marcos históricos, ou seja, os momentos decisivos como a elevação e a instalação do distrito, o plebiscito para a emancipação política e o próprio aniversário da cidade, comemorado em 8 de dezembro todos anos.
Só que foi a instalação do município em 27 de março de 1965 que concretizou a realização do sonho da maioria dos moradores da região. Os “vanguardeiros”, como ficaram conhecidos os integrantes do “Movimento do Sim”, conquistaram o direito de se separar da localidade de origem, que no caso era Sorocaba.
Dessa forma, o município de Votorantim construiu a própria história. Hoje, faz parte da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS) e, segundo o censo demográfico de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), possui 127.923 mil habitantes.
História para conhecer e contar
O chefe de Formação Cultural, Wesley Miguel Rebolo, explica que a história da cidade precisa ser sempre lembrada, pois existe um senso de pertencimento muito grande. “Foi uma conquista, tem muitos acontecimentos que mostram essa trajetória. Além disso, Votorantim ajuda a mostrar sobre um momento importante da industrialização nacional, com a indústria têxtil, a fábrica de cimento, entre tantos outros fatos. A cidade também é conhecida como polo cultural na região, graças aos grupos de teatro e dança. Logo, teremos por aqui um Centro de Tradições da Cultura Caipira para ajudar a preservar essa tradição que é muito importante”, comenta.
Wesley conhece bem o Museu Histórico de Votorantim Ettore Marangoni, localizado na avenida São João, 649 no Jardim Icatu. O atendimento, com visita monitorada, ocorre de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h. No local, podem ser encontrados diversos objetos que contam a historia da cidade e curiosidades do cotidiano.
Origem ao nome
Imagine ter uma cachoeira bem próxima da região central da cidade? Pois é, esse cartão-postal, paisagem marcante, da cidade, é a cachoeira da Chave. É uma linda queda d´água preservada em meio ao crescimento urbano. Inclusive, é numa visita ao museu que se descobre que o nome da cidade tem relação com o lugar. Foi uma evolução do vocábulo "botu-ra-ti", de origem tupi, que deu origem ao nome Votorantim.
A palavra na língua indígena significa “Montanha Branca” numa referência à cachoeira da Chave, que, em função, da maior quantidade de água daquela época, sem nenhuma barragem, tinha ainda mais força. O local também foi fundamental para atrair os integrantes da comitiva de Baltazar Fernandes, que iniciaram um pequeno povoamento no século 17. “É muito emblemática, certamente o bem natural mais retratado da região, com imagens em telas em vários museus, como na França e na Pinacoteca de São Paulo”, explica Wesley. Aliás, Jesse James dos Santos, relaçõespúblicas, produtor cultural e historiador, que tem se dedicado a pesquisar sobre Votorantim, conta que a cachoeira atraiu a atenção até mesmo de D. Pedro II, que esteve no local por três vezes entre 1846 e 1878.
Vale a pena conhecer
Você já percebeu que por meio dos inúmeros encantos naturais e prédios históricos é possível conhecer melhor a história de uma cidade. Nesse caso, em Votorantim, são muitas opções. Tem o Parque das Pedreiras, uma opção de lazer que permite contato com a natureza. Mas o que dizer da fábrica de cimento, construção imponente até os dias de hoje. Vale lembrar que nos anos 1940 foi a maior produtora de cimento da América Latina.
Já o Castelo de Sonhos, uma construção de 1892, funcionou como parte administrativa da fábrica de tecidos, depois se tornou hospedaria e, em seguida, uma creche para os filhos dos operários. “Trata-se de um prédio que está na nossa memória afetiva, muito bonito, no estilo inglês”, explica Wesley.
Para Jesse James, é importante lembrar ainda de uma tradição cultural, a Festa Junina de Votorantim, que é centenária. Em 1923, quando foi feito o primeiro concurso da Miss Brasil, ocorreu o primeiro concurso da Miss Caipirinha. Ele ainda reforça que a cidade é rica em tradições esportivas. Também merecem ser conhecidas algumas construções históricas presentes no Bairro da Barra Funda, e a represa de Itupararanga, que tem no entorno inúmeras atividades de lazer.
HINO DE VOTORANTIM
Minha terra tem encantos
Tem belezas naturais
Tem jardins, fluviais recantos
E riquezas minerais
Nas indústrias têm potência
Tem igrejas pros fiéis
Tem escolas, luz da ciência
Nos esportes tem lauréis
O seu solo é um manancial
Fonte de riquezas mil
O seu clima é tropical
É um pedaço do Brasil
E por isso com fervor
Hei de amar até o fim
Essa terra de esplendor
Este meu Votorantim
Trecho do hino da cidade. Composição de
Lecy de Campos de 1971, oficializado pela
lei 213 de 28 de junho de 1972
O regulamento do 1º Concurso de Desenho e Redação Cruzeirinho “Votorantim, terra de encantos” está disponível nas escolas municipais da cidade. Pergunte aos seus professores e participe!
Prazer, capivara Mel
Sim, esse nome foi escolhido pelos alunos da rede municipal de ensino para ser uma das mascotes da cidade em setembro do ano passado. Os estudantes receberam um material educativo e puderam decidir qual seria o nome de dois representantes da fauna silvestre da região, escolhidos como personagens principais. A capivara Mel e o pássaro carrapateiro Chicó passaram a ser conhecidos pela comunidade escolar.
Foram 6.286 votos computados. Para a capivara, o nome Mel venceu a disputa com 45%. Em segundo lugar ficou Maracujá (26,7%), seguido por Mila (16,2%) e Lia (11,2%).
A capivara é um animal que gosta de ambientes próximos aos rios, onde passa grande parte do tempo, seja para fugir de predadores ou para se reproduzir. Animais simpáticos fazem parte da família de roedores, como as pacas, cutias, porquinho da índia, entre outros. O animal pode chegar até 80 quilos e sabe correr, viu? As capivaras vivem em média pouco mais de uma década. Apesar de serem animais calmos, não é recomendado se aproximar, pois, principalmente quando os filhotes estão perto, os animais adultos podem se tornar perigosos, pois vão agir em defesa própria ou da prole. Por isso, é bom reforçar, a capivara pode parecer “fofa” (e parece!), mas bom mesmo é observar de longe, pois se trata de um animal silvestre, que merece ser livre.
Além disso, há o risco da presença do carrapato estrela, transmissor de uma doença conhecida como febre maculosa. Por isso, a orientação é ficar longe. É crime prender ou matar uma capivara.
Em Votorantim, no trecho cortado pelo Rio Sorocaba, as capivaras fazem parte do cotidiano. É comum ver bandos de capivaras atravessando a rua. Existem até mesmo registros de bons exemplos, como os de capivaras usando a faixa de pedestres para passar para o outro lado… Fica a dica! (Denise Rocha)
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