Cruzeirinho
É tempo de Carnaval!
Embaladas pelo clima de alegria, cor e brilho, crianças confeccionam máscaras em Sorocaba
Carnaval é sinônimo de alegria, cor e brilho. Mas, antes de sair para aproveitar as matinês por aí, dê uma olhadinha no visual e nos acessórios. Uma peça que simboliza o período e faz parte da produção de muita gente é a máscara. E as oficinas desse adereço tão significativo já são tradição em Sorocaba. Neste ano não foi diferente, e a equipe do Cruzeirinho foi conferir a que ocorreu na Biblioteca Infantil, localizada na região central, no início do mês.
Utilizando materiais simples, muitos deles encontrados em papelarias -- como EVA, cola, palito de churrasco, papel crepom, lápis de cor e canetinhas -- cerca de 15 crianças, acompanhadas de seus familiares, seguiram as coordenadas dos instrutores. O primeiro passo foi pegar um molde na internet e colorir de acordo com a criatividade. Cada um teve um motivo diferente. Há quem preferiu uma cor única, e quem apostou no colorido.
O Thomas Henrique Matias Machado, de oito anos, se inspirou nos filmes Wacky Towns e Sonic. “O laranja é do Towns e o azul do Sonic porque gosto bastante desses dois”. É a primeira vez que o pequeno participa da oficina e, apesar de confessar não gostar tanto do Carnaval em si, contou que aproveita a data para brincar bastante. A responsável por levar o estudante para a biblioteca e mostrar também o mundo literário a ele foi a mamãe Aurea Batista.
Com os palitos de churrasco embrulhados pelo papel crepom, a base estava pronta. Hora de incrementar a máscara e as mãos dos pequenos atuaram como molde para as “penas”. A Isabella Kaori Sakata, de apenas três aninhos, adorou essa parte. “Eu gosto de vermelho, por isso escolhi essa”, disse. Questionada se pretende usar o objeto em casa, ela contou que sim. “É muito bonita a minha”, destacou.
A pequena foi acompanhada da mamãe Fabiana, que também levou a filha Sarah Mei Chiu Sakata para a oficina. Essa é a segunda vez que a estudante de sete anos confecciona uma máscara, porém a primeira em uma oficina na biblioteca. “Achei muito legal, por que eu adoro glitter, papel crepom, EVA”, contou.
Para embalar a produção, a equipe da biblioteca também apostou em marchinhas clássicas de carnaval, como “Ó Abre Alas”, de Chiquinha Gonzaga, “Allah-lá-ô”, de Haroldo Lobo e “Mamãe Eu Quero”, de Carmen Miranda. “As músicas também estão legais, algumas já conhecia e outras não”, complementou Sarah.
Quem também adorou a experiência foi Pietro Mendonça Santos, de sete anos. Acompanhado do irmão Guilherme, de três anos, e da mamãe Marli de Mendonça, ele participou pela primeira vez da atividade. “Eu vim de surpresa, minha mãe só me contou quando chegamos aqui e está sendo bem legal”, confessou. O pequeno disse ainda que a escolha das cores da máscara dele foi por representar o Brasil. “O amarelo, azul e verde é daqui e eu amo”, complementou.
Nas variadas etapas da produção os responsáveis tomaram a frente para que ninguém saísse machucado. Digamos que foi uma atividade para estreitar, também, os laços familiares.
Como começou?
Sempre existe uma longa história como pano de fundo de toda celebração atual. O Carnaval foi introduzido no Brasil pelos colonizadores portugueses, nos séculos 16 e 17, mas não tinha esse nome naquela época. E o povo festejava nas ruas de uma maneira um pouco atípica: jogando lama, água e tinta nas pessoas. Com a influência européia, alguns anos depois surgiram os bailes de máscaras, que ainda existem por aqui.
Os já conhecidos como carnavalescos passam a desfilar nas ruas. No século 20 as pessoas passaram a contribuir e gostar da festa que, na década de 1930, ganhou a contribuição do samba e dos desfiles das escolas. O sucesso foi tanto que, em 1984, o mais famoso sambódromo do País, no Rio de Janeiro, chamado de Sapucaí, foi inaugurado.
Desde então, o Carnaval foi ganhando ainda mais evidência, sem perder as suas características regionais. Afinal de contas, se tem uma coisa que é comum em qualquer lugar do Brasil, é a alegria.
Para saber mais sobre as festas populares
Além da fabricação das máscaras, por se tratar em um espaço que valoriza a leitura, a equipe da Biblioteca Infantil preparou uma mesa com alguns livros que explicam um pouco mais dessa festa tão nossa. O espaço foi intitulado de “Folia de Reis”, uma festa e tradição popular católica muito celebrada em alguns estados do Brasil, como Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Ceará e São Paulo.
Entre os livros dispostos estavam “O carnaval do Arlequim”, de Denise Rochael; “Festas e tradições populares do Brasil”, de Mello Moraes Filho; “Aula de carnaval e outros poemas”, de Ricardo Azevedo; “O carnaval do jabuti”, de Walmir Ayala; “O livro de ouro do carnaval brasileiro”, de Felipe Ferreira; “Dança, Brasil”, de Gustavo Côrtes; e “Danças populares brasileiras”, do grupo Phõne.
Caso você não consiga ir até à biblioteca para ler um ou mais exemplares, eles também podem ser encontrados na internet. (Thaís Marcolino)
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