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Operação tenta salvar botos na Amazônia

09 de Dezembro de 2023 às 22:01
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Centenas de golfinhos de água doce estão em risco devido ao calor
Centenas de golfinhos de água doce estão em risco devido ao calor (Crédito: DIVULGAÇÃO / MIGUEL MONTEIRO / SEAWORLD)

O calor extremo na floresta amazônica brasileira motivou uma operação para resgatar os botos amazônicos e diminuir os impactos da situação de emergência no Lago Tefé e arredores. Uma das poucas espécies de golfinhos de água doce que restam no mundo, os botos são encontrados apenas nos rios da América do Sul e, desde setembro, têm passado por um Evento de Mortalidade Incomum (UME, na sigla em inglês). Até o momento, foram relatadas 154 mortes, sendo 131 botos cor-de-rosa e 23 tucuxis.

A Operação Emergência Botos Tefé, criada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) com apoio técnico do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM) e patrocínio do Fundo de Conservação do SeaWorld, monitora os botos amazônicos. Ela está dividida em três setores distintos. O setor de Monitoramento de Animais Vivos rastreia grupos de botos e tucuxis ao longo do Lago Tefé. Ao encontrar um animal com sinais de anormalidade, a equipe realiza o resgate e o encaminha a um centro de reabilitação flutuante.

O setor de Operação de Monitoramento de Animais Mortos tem como objetivo identificar carcaças na região, realizar necropsias para coleta de amostras e encaminhá-las para análises laboratoriais. Já o setor de Operação Ambiental atua no monitoramento da água, peixes e fitoplâncton, organismos compostos por microalgas, além de bactérias fotossintéticas.

Desse total, 122 animais passaram por necropsia e amostras de tecidos e órgãos foram enviadas para laboratórios especializados em todo o Brasil. Dezessete botos foram avaliados com análises histológicas e, até o momento, não há indicação de agente infeccioso como causa primária de morte. O diagnóstico molecular de 18 botos também teve resultado negativo para agentes infecciosos, como vírus e bactérias, associados a mortes em massa. De todas as variáveis analisadas até o momento por especialistas, o que tem apresentado alterações discrepantes é a temperatura da água. A temperatura do Lago Tefé atingiu números recordes, variando de 29ºC a 40ºC. (Da Redação)