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Aporofobia

Artigo escrito por Vanessa Marconato Negrão

23 de Setembro de 2023 às 23:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
(Crédito: Divulgação)

Apesar do direito à moradia ser fundamental a vida e aplicável em todas as partes do mundo desde 1948, a rua é, de forma temporária ou permanente, a morada para milhares de homens, mulheres e crianças. Em todo o País, 206 mil pessoas estão em situação de rua. Esse número aumentou seis vezes após a pandemia. E não é difícil perceber esse acréscimo: só no Estado de São Paulo estão 86.782 mil pessoas; ou seja, quase metade da população em situação de rua do Brasil vive nas cidades paulistas.

Pensar numa solução para isso não é fácil. Onde abrigar tanta gente? Como recuperar a vida e a dignidade dessas pessoas? Como dar a elas acesso a coisas básicas que todos necessitam? São muitas perguntas e poucas respostas.

A única certeza é que as pessoas em situação de rua não deixam de ter sentimentos e necessidades humanas, como qualquer um de nós.

Por humanidade podemos entender: generosidade, compreensão, tolerância, respeito. Já desumanizar é o oposto, isto é, perder a sensibilidade, ser cruel, causar sofrimento. Em nenhum momento devemos deixar de lado a nossa humanidade e jamais desumanizar nenhum semelhante, mas infelizmente isso as vezes acontece.

“Aporofobia”, um livro criado por Carlos Lollo, Blandina Franco e padre Júlio Lancelotti, editado pela Companhia das Letrinhas, trata desse assunto tão delicado: o medo ou aversão aos pobres.

Uma narrativa profunda em significado, a história mostra o que famílias em situação de rua passam diariamente e deixa claro o peso do julgamento da sociedade pela simples existência dessas pessoas. Uma leitura importantíssima e necessária para as nossas crianças.

“Ao mesmo tempo simples e complexa, esta história nos força a entender o cotidiano de pessoas que vivem em situação de rua, que são agredidas a todo momento pela percepção que desumaniza e destrói os pobres, os fracos e os pequenos.” -- Padre Julio Lancelotti

Vanessa Marconato Negrão é professora e apaixonada pela literatura infantil