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Um cordel para Luiz Gonzaga

Estudante da Escola PEI Prof. Leonor Oliveira Martins, em Piedade, a jovem escolheu estudar e produzir o cordel

26 de Agosto de 2023 às 22:01
Thaís Marcolino [email protected]
Livreto conta a história do Rei do Baião
Livreto conta a história do Rei do Baião (Crédito: ARQUIVO PESSOAL)

“Minha vida é andar por esse País / Pra ver se um dia descanso feliz / Guardando as recordações das terras onde passei / Andando pelos sertões e dos amigos que lá deixei”. Você já ouviu esse trecho da música “Vida de Viajante” de Luiz Gonzaga? Ela é um dos clássicos quando se pensa em Nordeste. Mas foi a união dessa letra com a literatura de cordel, também muito forte e característico da região, que Laís Andrade Morales, de 14 anos, se destacou.

Estudante da Escola PEI Prof. Leonor Oliveira Martins, em Piedade, a jovem escolheu estudar e produzir o cordel -- manifestação cultural que consiste em livretos que contam o dia a dia do nordestino -- com base na história de Luiz Gonzaga, conhecido e respeitado como Rei do Baião por levar a todos os cantos do Brasil a cultura de seu povo e ajudar na valorização dos ritmos do Nordeste.

Obra é da Laís Andrade Morales, de 14 anos - ARQUIVO PESSOAL
Obra é da Laís Andrade Morales, de 14 anos (crédito: ARQUIVO PESSOAL)

A atividade fez parte da Semana dos Estados Intensivos, orientada pelo professor de história Rodrigo Ayres de Araújo, e teve como objetivo trabalhar a identidade cultural e respeito a pluralidade, evitando o preconceito e mostrando as virtudes daquele povo. “A vida e obra de Luiz Gonzaga é paralela a história política do Brasil, então os alunos desenvolveram narrativas e construção de textos históricos a partir dele”, explicou. “A Laís aproveitou e criou um cordel. Destacou-se pelo carinho com que observou nas músicas e essências do rei do Baião”, complementou o professor.

O bom desempenho deixa a estudante muito feliz. “O Luiz sempre foi um ícone em casa, fico feliz em saber que o pessoal do texto e dos desenhos que fiz. A atividade foi uma surpresa e foi muito legal. Pude conhecer ainda mais a história, cultura e aprender ainda mais sobre o nordeste”, comentou Laís. O cordel dela também acabou indo pra internet. Para assistir, acesse: http://bit.ly/3QRAtKE.

O apreço pelo músico percorre gerações na casa dela. Seu pai, Denis Morales, nos contou que a bisavó da Laís tocava as músicas de Gonzaga no acordeon e a atividade realizada na escola trouxe a todos várias memórias. “Essas músicas do Luiz Gonzaga tocam o coração de muitos, inclusive da gente”.

O professor Rodrigo Ayres de Araújo  - ARQUIVO PESSOAL
O professor Rodrigo Ayres de Araújo (crédito: ARQUIVO PESSOAL)

Mas não foi apenas a Laís que estudou o tema. Vários alunos da escola puderam adentrar mais no assunto com os títulos “Luiz Gonzaga, Vida e Obra, “A Questão do São João no Nordeste, pode ser usada músicas que não sejam típicas?” e “Cultura Nordestina, música e preconceito”. “Aulas como essa, ajudam os alunos a saírem das esferas mais baixas que a falta de conhecimento pode condenar uma geração, promovida por discursos de ódio, preconceito, segregação, desprezo a cultura e identidade cultural brasileira”, finaliza o professor Rodrigo, também conhecido como Barão do Pirapora. (Thaís Marcolino)

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