Já pensou em aprender mais sobre o meio ambiente “dentro de uma floresta” e ainda ter a chance de ver um macaco ao vivo? Quem vivenciou isso foi a turminha do ensino fundamental da Escola Municipal (EMEF) Sueli da Silva Paula, de Votorantim. No Dia do Meio Ambiente, comemorado em 5 de junho, eles conheceram o Parque do Matão, um dos principais parques da cidade, que tem uma reserva muito rica e proporciona uma vivência bem legal para quem quer saber mais do tema.

Antes de explorar o parque, uma aulinha básica. Comandada pelo diretor de planejamento e educador ambiental de Votorantim, Ricardo de Paula Santos Naccarati, os 30 alunos souberam um pouco mais sobre os animais silvestres, a Mata Atlântica, as árvores nativas e a valorização dos produtos brasileiros, como as frutas. Os estudantes também aprenderam sobre as ameaças que são feitas a animais e plantas e que acabam por reduzir as suas populações, como queimada e desmatamento. No final, ainda aprenderam como cuidar da fauna e da flora. E, claro, receberam algumas informações valiosas sobre o espaço que conheceriam.

Chegada a hora de entrar na trilha, a criançada foi à loucura. Eles foram para a parte mais baixa do parque, onde fica a nascente, rodeada de árvores que ajudam na “respiração” daquele local. No caminho, como há muitas árvores, folhas, flores e insetos (borboletas, aranhas não venenosas, entre outros). A cada passo, um olhar curioso e de encantamento.

E por falar em animais, no caminho para o orquidário (onde as espécies são cuidadas e preservadas), uma surpresa! Um macaco na copa (parte mais alta da árvore) chamou a atenção de todos. Tratava-se de um bugio, cuja característica mais marcante é o som emitido pelos machos -- que pode ser escutado a longas distâncias. Os bugios têm entre 30 e 75 centímetros, e seus pelos são em tons marrons e ruivos. Geralmente, tendem a viver em grupos familiares de, em média, três a 15 indivíduos.

Essa, inclusive, foi a parte mais legal do passeio para muitos. A Laura Gomes de Amaral de Almeida que o diga. “O macaco foi muito legal de ver porque ele estava um pouco escondido na árvore, mas eu consegui ver depois de um tempinho observando com cuidado. É a primeira vez que vejo um tão de ‘pertinho’. Adorei conhecer o parque, vou pedir para a mamãe me trazer de novo”, contou a estudante de 7 anos.

Depois dessa aventura, foi a hora de brincar no parquinho e descansar um pouco. Logo o grupo partiu para o orquidário. Lá eles puderam ver como funciona uma estufa (local onde as plantas e flores são protegidas de ventos fortes, e em alguns casos, recebem irrigação frequente e controlada, por exemplo). Entre as plantas, havia orquídeas e bromélias.

“Gosto bastante da natureza e em casa eu também cuido bastante de algumas flores. Tenho rosa e girassol, eu amo. Eu rego as plantinhas sempre que precisa e adorei aprendi tudo que o professor nos ensinou”, disse Samuel de Oliveira, de 8 anos, sem esconder o olhar e o carinho especial pelas plantas e dizendo que adorou demais a visita ao parque.

O Jonathan Junior Rodrigues de Oliveira, de 8 anos, também aprendeu direitinho as lições. Ele nos contou que não se pode colocar fogo na floresta e em nenhum lugar. E nem jogar lixo na água, já que os animais aquáticos podem confundir com alimento um pedacinho de papel de bala, por exemplo, e acabar se ferindo ou o ingerindo. E olha que ele é um grande fã dos animaizinhos -- afinal, tem vários em casa. “Amo de verdade, hoje cuido de duas tartarugas, peixe, dois papagaios e dois cachorros. É sempre bom protegê-los”, disse.

A visita foi muito legal, mas vai além do lazer. O objetivo de levar as crianças para dentro de um espaço tão rico dentro da cidade em que vivem é incentivar a preservação ambiental. “O convívio entre humanos e natureza tem que ser saudável e a gente acredita muito nessa parte de preservação ambiental, das crianças serem futuros adultos conscientes, mais preocupados com as causas ambientais. Se no passado isso tivesse sido desenvolvido melhor, não teríamos tantos problemas como temos hoje. Então, nosso futuro é o trabalho hoje e com essas crianças, por isso é tão importante e legal elas terem esse conhecimento”, analisou o educador ambiental Ricardo Naccarati.

Parque do Matão

Reaberto recentemente depois de oito anos fechado, o Parque do Matão é um espaço para se visitar com a escola e aprender na prática sobre fauna e flora, como se lê nos livros. Mas também pode ser um local de passeio familiar, para passar algumas horinhas contemplando a natureza do jeitinho que ela é.

O local tem trilhas, pista de caminhada, academia ao ar livre e orquidário, além das mais diversas espécies que habitam o espaço livremente. No entanto, há algumas regras de preservação ambiental, como: não alimentar os animais; não colher frutos, não subir e escrever nas árvores; não é permitido utilizar churrasqueiras ou acender qualquer tipo de fogo dentro do parque; não entrar, nadar ou se banhar em lagos e córregos; não se deve pescar ou caçar; não levar animais domésticos; e é proibido entrar com bebidas alcoólicas.

O parque funciona todos os dias, das 8h às 17h, e fica na rua Ângelo Delapasi, nº 117, no Parque Bela Vista. A entrada é gratuita.

Dia Mundial do Meio Ambiente

Em 1972, durante uma conferência da Organização das Nações Unidas (ONU), o Dia Mundial do Meio Ambiente foi instituído pela entidade para chamar a atenção sobre o assunto. A data escolhida foi 5 de junho.

Hoje em dia são vários os problemas ambientais e, diferente do que muitos acreditam, a responsabilidade por eles é de todos nós. São muitos os benefícios -- e não só para as crianças -- da convivência em meio à natureza, mas é preciso zelar por ela e, do jeito que as coisas estão, esse convívio está cada dia mais dificil.

Ok, você deve estar se perguntando como mudar, não é mesmo? Um bom começo é perceber que as mais pequenas atitudes têm sua importância, como não jogar lixo em lugar inadequado; fazer a separação de materiais recicláveis; não cortar árvores, mas sim plantá-las; evitar o desperdício de comida e conservar o habitat dos animais. E ter a chance, sempre que possível, de viver em meio à natureza. (Thaís Marcolino)