Eu já li
A vez das panelas
Artigo escrito por Vanessa Marconato Negrão
Digo com propriedade de quem convive com crianças diariamente há quase 20 anos: para o desenvolvimento pleno, integral e principalmente feliz da infância, não são necessários brinquedos caros, sofisticados, reluzentes... Se você tiver oportunidade, repare numa criança concentrada, absorta em sua brincadeira. Você verá que o que a arrebata, antes de qualquer objeto, é a sua imaginação. É a imaginação a matéria-prima mais usada.
Seguida da imaginação vem a materialidade, algo que ela possa pegar, abraçar, sentir. Mas engana-se quem acredita que esta materialidade seja feita de bonecas articuladas ou carrinhos de plástico. Ela é bem maior que os sentidos e está muito além do que supomos nós adultos limitados. É justamente disso que esse e outros livros de Patrícia Auerbach tratam.
Estou falando da coleção “Objetos Brincantes” que teve início em 2012 com o livro “O jornal”, seguido de “O lenço” (2013). Depois de cinco anos, em 2018, foi publicado “A garrafa” e, agora, “A panela”. Todos são livros de imagens, que trazem essa fantástica quimera que só crianças brincando são capazes de produzir.
Se você olhar bem e ficar atento aos detalhes, verá que cada página não tem só um desenho, mas uma história inteira!
Confesso que “A Panela” já é meu preferido. Esse objeto tão valoroso está muito presente no meu dia a dia, seja cozinhando para minha família em casa, seja brincando de comidinha com as crianças na escola. Cozinhar de mentirinha com panelas de verdade é uma das brincadeiras que as crianças mais gostam.
Nessa aventura (cheia de referências aos livros anteriores), duas crianças se transformam em alpinistas, encantadores de serpentes, músicos, jogadores de basquete e tudo mais que sua imaginação alcançar. Um verdadeiro manifesto do livre brincar publicado pela Editora Brinque Book.
Vanessa Marconato Negrão é professora e apaixonada pela literatura infantil