Cruzeirinho
Corrente solidária proporciona doação de chuteira para garoto
O que começou com tristeza em um momento de descuido se transformou em uma corrente de solidariedade e muitos ensinamentos para a vida do pequeno Ronald Samuel Gonçalves da Cunha, de 10 anos, e de sua família. E o item principal da história? Uma chuteira de futebol.
Flamenguista e com o sonho de ser jogador de futebol, e dando os primeiros passos no esporte ao jogar na categorias de base do Magnus Futsal e do São Bento, Ronald ganhou de seus pais uma chuteira de futebol no final do mês passado, em comemoração ao seu aniversário. Mas justamente no dia em que foi experimentar o calçado na loja e realmente comprar, acabou esquecendo a sacola na praça de alimentação do shopping. Quando se deu conta da sacola, até voltou para pegar, mas aí já era tarde demais, alguém já tinha levado.
“Quando isso aconteceu fiquei muito triste por ter esquecido, porque era algo que queria muito”, contou o estudante. Com a ajuda de uma amiga da família, foi compartilhado nas redes sociais o caso na tentativa de encontrar o calçado, mas não teve tanto sucesso. Foi então que, dois dias depois, a ideia de uma vaquinha -- expressão da língua portuguesa com objetivo de juntar dinheiro para comprar algo -- se tornou real.
E um movimento muito grande surgiu. Várias pessoas se sensibilizaram com a situação e doaram o valor que podiam e rapidinho o valor necessário para comprar uma nova chuteira chegou. A família foi novamente à loja e compraram o calçado da mesma marca e cor que o anterior. A mobilização foi tanta que até no dia em que foram comprar uma chuteira nova, tinha gente querendo ajudar.
Alguns dias depois, a pessoa que tinha encontrado o calçado no shopping entrou em contato para devolver. E agora? Você acha que o Ronald ficou com as duas para ele? É aí que entra o aprendizado de toda história. “Eu estava com duas, mas não ia usar as duas ao mesmo tempo, né? Então demos a outra pra uma pessoa e falamos que poderia doar para quem estivesse precisando”, contou o garoto.
E assim aconteceu. Hoje a chuteira já está com outro menino, e sendo usada pelos campinhos de futebol de Sorocaba ou região. Todo esse movimento serviu para Ronald tirar uma lição ainda maior do acontecido. “Fiquei muito feliz quando soube que poderia ajudar outra pessoa, porque é isso que importa”, disse.
Para o pai, a situação o ensinou sobre a vida. “Quando soubemos que ele tinha perdido, ficamos nervosos e bravos na hora, claro, até porque não é algo barato, mas como pai foi uma chance de ensiná-lo que, além de recuperar o calçado, ainda pôde ajudar o próximo, fazer a diferença na vida de uma outra pessoa”, complementou o gráfico Edilson Gonçalves de Faria, de 33 anos. (Thaís Marcolino)
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